Quando teremos outro almoço de domingo?

745 208 181
                                    

Capítulo 35

— Você disse que não precisava trazer doces. — me sento na poltrona. — Não falou nada sobre salgados. É torta de frango! — Marta sorri e balança a cabeça.

— Vai ser nesse final de semana mesmo? — se senta e coloca a torta na mesa ao lado. — Está certa disso, Dona Conce?

— Sim, querida! Como conversamos, já sei porque fui criada. Agora me sinto preparada para a integração. Sabe o motivo? — a doutora faz um gesto negativo com a cabeça. — Ainda consigo ver a Brisa na Ana, não vou sumir! Estou certa que isso dará a maturidade e a tranquilidade que aquela criança procura. — ela sorri. — Desculpa demorar tanto tempo para frequentar as sessões como devia, eu era uma velha tola que acreditava não precisar da psicoterapia, nós mais velhos às vezes achamos saber de tudo! — dou uma risada envergonhada.

— Não precisa se desculpar. Antes tarde... — para a frase no meio e me dá um sorriso.

— Do que nunca! — rimos. — Vou te contar um segredo, a criança Brisa se preocupava muito com você, sabia? — Marta abre um grande sorriso. — Nos sentimos à vontade na sua presença, parece que já conversamos muitas vezes antes! — pego a mão dela. — Vou mais tranquila sabendo que estará aqui para ajudar a criança a lidar com essa alma velha dentro dela.

— Pode contar comigo... — a doutora está emocionada, mas disfarça bem. Se eu não tivesse tanta experiência em saber quando alguém quer chorar, com certeza ela me enganaria! — Vó! — finalmente ela disse essa palavra!

No domingo acordo mais cedo que o normal e vou no quarto que a fofinha está dormindo.
Ela dormiu com o computador do lado.
Qualquer dia vai morrer de trabalhar!

— Hora de acordar, fofinha! — massageio a cabeça dela. — Já passa das 8:00 horas.

— Não despertou de novo? — coloca a mão embaixo do travesseiro e pega o celular. Levanta da cama em um pulo e começa a ir em direção ao banheiro. — Obrigada, Dona Conce! Ah, bom dia!

— Para que essa pressa toda? — a sigo.

— Estou atrasada. Hoje à tarde tem um workshop no estúdio, quero passar o dia supervisionando! — pega a escova de dentes.

— Você só sai daqui depois do almoço.

— Dona Conce! Não posso, já combinei...

— Você é a dona do estúdio, tenho certeza que pode dar um jeito. Te conheço, fofinha. Não tem a necessidade de você ir mais cedo, não é? — Raquel arregala os olhos. Sabia que tinha razão! A fofinha abre a boca para responder. — Sem mais, Raquel! — aperto os lábios e ela suspira derrotada. Vou em direção a porta. — Se arrume e desça para tomar café. Enquanto preparo o almoço, você sobe e arruma esse quarto. Está um chiqueiro! — fecho a porta e sorrio a ouvi-la bufar.

Mais tarde, estamos terminando de almoçar.

— As panquecas estão ótimas! — pega o último pedaço do prato. — Arrumei o quarto e estou terminando de almoçar. — diz com um sorriso. — Agora a senhora me deixa ir?

— Eu conheci um dos professores do seu estúdio. — ela me encara enquanto mastiga o último pedaço. — Um rapazinho simpático chamado Jeferson! André nos apresentou. — Raquel pega o copo de suco. — Acredita que ele me tirou para dançar? Me senti uma jovenzinha! — rio. — Era uma música do Tim Maia. Isso me fez lembrar de uma das minhas músicas favoritas. "Um Dia de Domingo".

Minhas 8 NamoradasOnde histórias criam vida. Descubra agora