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Any Franco

...

O meu celular choca contra o asfalto com o Josh ainda falando. O meu pânico parece ter tomado os meus sentidos, porque não consigo escutar e nem me mexer.

Sina continua gritando correndo. Sinto as duas mãos no meu braço me puxando fazendo com que rolassemos no chão.

O impacto na minha cintura me faz soltar um grito agudo de dor e desespero. Toco na superfície dolorida da minha barriga querendo voltar atrás, querendo sentir algo.

- Ai meu Deus! Ele é louco! Louco... - ela se aproxima de mim - Any, você está bem?

Solto um gemido sofrido. Pego na mão dela e puxo para perto de mim chorando.

- Meu bebê... - não consigo respirar - Você precisa me ajudar. O meu bebê, Sina. O meu bebê...

- Bebê? O que? - Sina fica branca de repente e se levantando começa a gritar por ajuda - Socorro! Alguém chama uma ambulância!

- O meu bebê... - sussurro sentindo as lágrimas deslizarem pelo meu queixo sofrendo. O meu bebê.

- Any, você precisa fica calma. Respira fundo. Tenta se acalmar. Vai ficar tudo bem, a ajuda já está chegando - pede sem soltar a minha mão.

- Any! Bailey! Meu Deus! - escuto a voz da Shivani que logo aparece no meu campo de visão.

- Já estou ligando - escuto Bailey dizer com uma voz de pânico.

Respiro fundo sem escutar nada. Estou concentrada nas batidas do coração dele. Fecho os olhos sentindo os meus olhos cansados, desligando.

...

Acordo sentindo as luzes no meu rosto. Por um momento acho que estou em Nova York, acordando ao lado do Josh. O sonho logo se vai quando escuto as máquinas da vida apitando ao meu lado.

- Oi Gabi - Shivani diz se aproximando para me tocar. Ela sempre me chama assim quando quer me acalmar.

- Shiv... - tento me levantar, mas ela não deixa - Preciso saber sobre o meu bebê. Você sabe de alguma coisa?

Ela faz que não.

- O médico ainda não passou por aqui, mas você precisa ficar calma por ele, Any - pede sorrindo.

Assinto e começo a cantarolar a musiquinha que o Josh tocava no piano de manhã cedo.

A porta é aberta e o mesmo médico que me atendeu da última vez aparece - agora menos exultante do que da primeira vez que estive ali.

- Bom dia - deseja.

- O que deu nos exames? - pergunto sem querer que diálogos ficassem no meio.

- Os seus ferimentos são leves - começa cauteloso - Sem muitos arranhões ou coisa do tipo. Apenas bateu o quadril com certa intensidade e um corte superficial na cabeça - diz e depois olha para o prontuário.

Faço que sim sentindo uma dor no peito.

- E o meu bebê? Ele está bem? - pergunto e sinto a mão da Shiv aperta a minha.

- Por ainda ser o primeiro mês dele, o desenvolvimento estava em início e todo o cuidado era pouco - com um suspiro cortante ele termina, com: - Sinto muito, senhorita Franco, mas o seu bebê não conseguiu resistir.

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Não me matem.

My Model - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora