BEATING HEART

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Estávamos a dois dias do início do campeonato espanhol. A pré temporada não foi bem o que todos estavam esperando, mas os jogadores estavam dispostos a mudar isso.
Passei as próximas semanas cuidando de algumas lesões do time juvenil e alguns jogadores do time principal.

O meu primeiro grande desafio foi cuidar da lesão do brasileiro Marcelo, ele sofreu um estiramento na coxa
durante a sessão de treino e eu estava cuidando pra que ele estivesse apto a jogar no fim de semana.

Viajaríamos até a cidade de Viga no dia seguinte durante a tarde, estava muito ansiosa para sentir toda a atmosfera do jogo que seria contra o Celta de Vigo.

Marco já havia parado de usar as muletas há algum tempo participando dos treinos junto com os colegas,  Zidane provavelmente o escalaria como titular para lhe dar confiança.

Juju estava cuidando da sua recuperação, mas vez ou outra me pedia alguns conselhos para o
fortalecimento dos músculos. Apesar de já poder dirigir, ele ainda ia todos os dias de carona com Luka.

Eu estava pesquisando algumas opções de carros para comprar, já que estava acostumada com minha independência no Brasil e também estava com saudades de dirigir.
Está manhã enquanto estávamos à caminho do CT perguntei à eles onde era a melhor concessionária e dicas de carros;
- Eu posso te levar, se você quiser - diz Marco abruptamente.
- Se você me indicar um carro ruim eu não vou te perdoar. -digo desconfiada.
- Chloe, ele entende muito de carros. É a melhor pessoa pra te ajudar nisso. - diz Luka.
- Só por ter dito isso Chloe, eu deveria te indicar um péssimo carro. Mas como estou me sentindo altruísta, posso te ajudar. - diz Marco tranquilo.
- Nossa, como você é bonzinho. Quando você puder, nos vamos. - digo feliz.
- Quando voltarmos de Viga, na segunda, depois do treino eu passo na sua casa para te buscar então. - diz me dando uma piscadinha.
- Combinado então - digo piscando também.
No banco da frente Luka e Juju se olham de forma conspiratória.

No fim do expediente, encontro com o pessoal no estacionamento e Juju me deixa em casa. E lá preparo um macarrão à bolonhesa que sai
surpreendentemente bom. Lavo a louça, e fico assistindo série enquanto preparo uma pequena mala para viagem de amanhã.

Combinamos de nos encontrar direto no aeroporto. Caminho em direção à Juju, Luka, Brahim, Sérgio e Marco.
Cumprimento todos com um aceno geral, e sento em uma das cadeiras colocando os fones de ouvido. Dou
play na minha playlist de músicas favoritas e ouço um de meus álbuns preferidos do Hozier, Wasteland Baby!
Ouço por entre a música Juju dar algumas orientações de última hora para Marco, e alerta-lo a qualquer sinal de desconforto pedir substituição.
Marco assente, e percebo a animação de todo o time com sua recuperação. A presença dele em campo é fundamental na movimentação do time, sua habilidade é incontestável.

Mesmo no Brasil, sempre gostei de acompanhar alguns jogos do Real Madrid, o nível de talento de cada
jogador é altíssimo. Devido minha agenda complicada e alguns plantões que fazia como hora extra só conseguia assistir quando a tv à cabo reprisava. Marco sem dúvida, era uma peça essencial naquele elenco, não tenho dúvidas que sua grave lesão abalou a confiança do time. Mas vê-lo ali, cercado por seus amigos, com um enorme sorriso no rosto e olhar ansioso e confiante, não tive dúvidas que a temporada seria espectacular.

Acho que o encarei por tanto tempo que ele da um sorrisinho, e eu sinto meu rosto esquentar. Ele sorri ainda mais, e caminha em minha direção,
sentando ao meu lado;
- Tá ouvindo o que? - pergunta já tirando um fone do meu ouvido.
- Música, Marco. - respondo irônica.
Ele da uma uma risadinha rouca e e diz;
- Jura? Olha, ela gosta de Hozier. Achei que só ouvia aquelas músicas da Julia - diz provavelmente lembrando dos funks que eu e Juju escutamos
todas as manhãs.
- Marcinho querido, acima de tudo eu sou uma mulher eclética - digo sorrindo. E só então percebo nossa
proximidade, Marco olha para minha boca, pisca algumas vezes e eu me afasto sutilmente enquanto ele ainda está com meu fone.
- Está ansiosa? - pergunta depôs de se recompor.
- Muito, não vejo a hora de sentir um pouquinho da energia - digo.
- No próximo jogo que será no Santiago Bernabeu você vai pirar, a energia dos merengues é uma loucura. - diz animado.
- Sim, mal posso esperar. Eu assistia alguns jogos no Brasil e achava lindo os mosaicos. - digo sorrindo.
- Ah, quer dizer que você nos acompanhava antes? - pergunta curioso.
- Não conseguia acompanhar em tempo real por que sempre estava trabalhando. Mas quando tinha
reprises eu assistia. - digo.
- Ah, isso é ótimo. Aliás, já tenho algumas opções de carros para você. - diz se levantando quando chamam nosso vôo.
- Obrigada Marco! - digo e ele me dá uma piscadinha .

O jogo foi incrível, o time dominou o jogo vencendo Celtic de Vigo por três a um. Marcelo nem parecia que até a alguns dias estava se recuperando da lesão, ajudando o time com duas lindas assistências para Benzema e Kroos. No início do segundo tempo Marco fez uma bela jogada driblando dois jogadores da defesa do Celtic, deixando Vazquez cara a cara com o goleiro, não deixando dúvidas na vitória do time merengue.

No avião a festa foi gigante, com direito a muito "hala Madrid" por parte de todo time e comissão técnica.
Quando aterrisamos toda a equipe se reuniu em um restaurante muito chique no centro de Madrid para comemorarmos o maravilhoso início de temporada.

Na segunda feira, Juju me deixou em casa e antes que eu pudesse sair do carro Marco pediu meu número, para que ele pudesse me avisar quando
estivesse me esperando.
Luka e Juju deram sorrisinho novamente, qual o problema com esses dois? Olhei pra eles sem
entender enquanto passava meu número a Marco.

Comecei a desfazer minha mala lentamente e fui tomar um longo banho. Visto um short jeans curtinho e uma blusa branca e completo o look com uma pequena bolsa marrom.

Quando meu telefone apita com uma mensagem calço uma sandália e chama o elevador. No meio fio da calçada está uma Maserati Levante
Trofeo prata reluzente e Marco encostado na porta, vestindo uma bermuda jeans e uma camisa Dolce
Gabbana preta e tênis Nike na mesma cor. No rosto um óculos de sol rayban, quando ele me vê sorri abertamente, e diz;
- Uau, essa produção toda para comprar um carro? - diz enquanto abre a porta do carro.
- Eu digo o mesmo, espero que suas opções de carros sejam mais acessíveis do que essa obra de arte - digo tocando e admirando o carro.
- Serão, prometo. - diz sorrindo e fechando a porta do carro.

 - diz sorrindo e fechando a porta do carro

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SÉRGIO RAMOS, 30 de março de 1993

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