Renascimento

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Estavam todos de volta ao portal, imersos naquele brilho, se sentindo em paz consigo mesmos. A visão do Olimpo os recebe, o grupo finalmente retornou para casa, agora a sua missão seria apenas salvar a vida de Eros e isso teria que ser feito rapidamente, se não tudo que até agora havia sido feito seria em vão.

Todos correm para a casa de Aurora, a pressa era visível em seus passos, o tempo estava acabando mas a esperança ainda estava presente. Ao chegaram a casa estava aparentemente deserta o clima no lugar fazia todos sentirem calafrios, eles então seguiram até o quarto do cupido entrando sem demora alguma, e como esperado ele estava sozinho, abandonado por todos. Apolo toma a frente, ficando ao lado do sobrinho e posicionando suas mãos sobre o corpo. O quarto antes inteiramente branco agora começava a parecer dourado, Apolo flutuava a uma luz que parecia pertencer ao sol saia de seus olhos, logo o corpo de Eros também começou a flutuar.

Suas asas começaram a se reconstruir pena por pena, logo estariam como novas, o corte de sua perna esquerda era muito profundo, era até mesmo possível ver seus ossos, a carne e os músculos começam a cobrir a ferida, os ligamentos se juntam um por um e as veias começam a surgir como mágica e logo após foram cobertas pela pele clara do cupido.

O brilho começa a desaparecer e o quarto volta a ser branco, e os corpos de Apolo e Eros retornam a suas posições iniciais. Ao pousar no chão o Deus do sol quase caí por sua fraqueza e acaba se apoiando em uma das colunas da cama olhando para Aurora, ele parecia querer lhe dizer algo porém não possuía forças para tal ato, sua respiração ofegante denunciava seu cansaço e sua falta de força, o que faz Aurora correr para lhe dar apoio e ajudá-lo a se levantar, ela o leva para a grande sala da casa e o coloca em um dos grandes sofás brancos que ali estavam a anos.

— Meu irmão irá ficar bem? — Questionou Aurora se sentando ao lado do mesmo.

— Tenho quase certeza que sim... — Ele então respira fundo, recuperando o ar de seus pulmões. — Ares quase matou mais um filho...

— O que quer dizer com mais um filho?

— Seu pai, meu irmão... — Apolo abaixa sua cabeça, se preparando para contar algo que jurou não dizer a ninguém. — Ele odeia mortais e acima de tudo odeia meios sagues, alguns séculos atrás ele se apaixonou por uma mortal, durante a guerra de Tróia, isso foi um pouco depois de você retornar de sua provação. Se não me engano ela era uma imperatriz que foi força a se casar com o homem que usurpou o trono da Grécia, ele sentiu pena dessa mulher e quis conhecê-la mais, porém ele se apaixonou e acabou traindo Afrodite, e com essa mulher ele teve um filho, um semi deus.

Aurora começou a se questionar se essa mulher poderia ser a mãe de Balder, a mulher que teria sido quase sua mãe na terra, a única mulher que a acolheu como filha, se fosse como aquela mulher inteligente teria se apaixonado por um monstro como seu pai?

— Não demorou muito para Ares descobrir a existência da criança, e com ódio no coração que um deus da guerra possuí o mesmo matou a criança e quase matou a mulher, e então ele veio até mim para salva-la mas já era tarde de mais. — Finalmente Apolo levantou a cabeça e encarou sua sobrinha. — Desde então ele evita contato com os mortais... — O mesmo da um longo suspiro. — Você não pode contar essa história a ninguém, entende?

— Sim, mas me fale o motivo disto ser segredo. Meu pai sempre teve a fama de ser um monstro, por que está história seria proibida?

— Ele mata muitos mortais, daí vem essa fama. Porém matar um semi deus, ou tentar matar um deus, seria pedir pena de morte a Zeus.

— Mas meu avô sabe que meu pai quase matou Eros, afinal foi ele quem me contou de seu paradeiro! — Aurora disse em um tom de voz desesperado.

— Meu pai sempre encobre Ares, por mais que não goste muito dele, Ares ainda é filho dele! Então não conte a ninguém...

— Está tudo bem, não contarei...

Não demorou muito para ambos serem interrompidos por Margo, que sai correndo do quarto parecendo está ansiosa com um grande acontecimento, com um largo sorriso no rosto ela conta que Eros estava finalmente acordando e que Aurora precisava ver. Ela então entra correndo no quarto e vê Vênus o ajudando a se sentar na cama, quando ele a vê ali em pé algumas pequenas lágrimas começam a escorrer por seu rosto perfeito, a deusa não se segura e corre para abraça-lo, um abraço a apertado que transmitia uma sensação de “que bom que você está vivo”, eles ficaram assim por um bom tempo, sem se soltarem nem por um segundo.

— Achei que perderia você! — Sussurrou Eros.

— Você nunca irá me perder seu tolo... — A mesma se afastou um pouco e olhou no fundo dos olhos do cúpido. — Dá próxima não se arrisque, eu posso até mesmo morrer, mas prometo sempre estar ao seu lado!

— Não ouse me assustar de novo pequena! — Um sorriso desengonçado surge em seu rosto. — Da próxima eu não irei te esperar, entendeu?

— Entendido chefe! — Um sorriso em meio lágrimas surge no rosto de Aurora.

Um pouco depois de se soltarem os olhos de Aurora tornam a ficarem brancos como a luz e ela começou a flutuar, alguma coisa importante estava acontecendo na terra, algo que Aurora esperava a quinze mil anos, uma nova vida, uma nova chance. Uma alma estranha e diferente acabava de reencarnar...



Eu disse, emoções, ainda vou postar mais hoje. Se preparem uma nova aventura está prestes a começar! ❤️

Uma Deusa AtemporalOnde histórias criam vida. Descubra agora