Capítulo 14

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- Oi Allie, tudo bem? - Minha mãe falou, e parecia tão surpresa quanto eu.

- Oi Christine, eu trouxe torta de amora. - A Allie disse com um grande sorriso, e segurando uma caixa da confeitaria, que ficava perto da nossa casa.

- Ah, por favor, pode entrar. - Minha mãe disse, dando espaço para ela passar, e logo atrás Noah, que eu nem tinha percebido que estava ali também. - Oi Noah. - Minha mãe disse quando o viu também, acho que ninguém percebeu a minha presença.

- Ah... Oi Diana, não tinha te visto aí. - A Allie disse quando entrou na minha casa, e eu só dei um aceno e um sorriso sem dentes, ela estava com uma calça jeans e uma regata branca, enquanto usava o cabelo preso num rabo-de-cavalo alto.

- Oi Di. - O Noah disse quando entrou também, ele estava com uma calça de moletom e uma blusa do nirvana preta, ele parecia estar abatido, ele estava pálido e parecia não ter dormido bem a noite, as olheiras embaixo dos olhos eram a prova disso, mas quando ele me viu acabou dando um sorriso fraco.

- Oi. - Dessa vez, dei um sorriso mais aberto, acho que senti falta dele.

- Allie, vamos para cozinha cortar a torta?

- Claro! - E com isso as duas saíram, me deixando sozinha com o Noah, mas não antes da minha mãe sussurrar no meu ouvido para eu falar com o Noah, ela acha que o que ele fez ontem com o Ian foi porque ele me ama e blábláblá, então ela pediu para eu perdoa-lo, e eu até gostei da ideia, é claro que eu nunca vou admitir em voz alta, mas eu gosto de ficar próxima dele, ele me acalma.

- Porque você não foi para a escola hoje? - Perguntei depois de um tempo de silêncio constrangedor.

- Eu passei mal... - Ele disse coçando o pescoço.

- Parece mesmo, você está abatido, quase verde. - Disse e comecei a rir, nem foi tão engraçado, mas o nervosismo estava falando mais alto.

- Engraçadinha. - Ele disse e acabou rindo também, mas depois ficou um pouco mais sério. - Me desculpa.... Por sexta...eu sei que eu fui um idiota, me perdoa. - Ele disse e parecia realmente arrependido.

- Está tudo bem. - Disse e dei um pequeno sorriso, mas o Noah abriu um sorriso de orelha a orelha, e chegou perto de mim, me abraçando e me girando no ar, e nós dois ficamos rindo como bobos.

- Vem pegar um pedaço de torta gente! - Minha mãe gritou da cozinha, e fomos para lá ainda rindo.

Minha mãe e a Allie conversavam como se fossem amigas a décadas, e eu e o Noah ficávamos comendo a torta em silêncio.

- Então Noah... você vai passar o feriadão na casa da Luna também? - Não acredito que minha mãe falou sobre isso! Eu ficaria sexta, sábado, domingo, segunda e terça no mesmo lugar que o Noah?!

- Não sabia que ia ter alguma coisa. - O Noah disse, e eu continuei a olhar para minha mãe sem acreditar no que ela fez, até eu perceber que todos olhavam para mim.

- Ah, é que, vai ser o aniversário da Luna, e ela chamou todo o último ano para comemorar na casa de praia da família dela, aí todo mundo vai passar o feriado lá, é só levar uma barraca para passar a noite.

Óbvio que ele ia dormir na barraca que nem os outros estudantes, só eu, a Luna e o Jasper que íamos dormir dentro de casa.

- Posso ir Allie?

- Claro. - Ela disse rolando os olhos, as vezes esses dois pareciam mais irmãos, do que tia e sobrinho.

- Valeu, mas acho melhor nós irmos embora Allie, já esta tarde.

- Foi ótimo receber vocês e obrigada pela torta. - Minha mãe disse os acompanhando para a porta.

- Tchau Diana. – A Allie disse me dando um aceno.

- Tchau. - O Noah me deu um abraço e depois um beijo, perto do meu canto da boca, e que demorou mais que o normal, e eu senti minhas bochechas ficando quentes.

- Tchau Di.

Noah

Eu e a Allie voltamos para casa, e fui tomar banho, mas depois nós iriamos conversar sobre a nossa missão. Saí do banheiro e coloquei uma bermuda e uma camiseta, desci as escadas e encontrei a Allie perto de uma lousa transparente, e com um canetão na mão, mal cheguei e ela já foi fazendo perguntas sobre o que nós sabíamos.

- Porque dos óculos? - Perguntei, antes dela continuar falando, eu sabia que ela tinha que usar, mas ela preferia as lentes.

- Para eu ficar com cara de esperta. - Ela disse sarcástica.

- Não está funcionando. - Disse, entrando no jogo dela, e acabei entrando em uma crise de riso.

- Hahaha, muito engraçado. - A essa altura eu já estava morrendo de rir. - Mas eu estou de óculos porque as lentes estavam me incomodando.

- Está tudo bem corujinha. - Disse me lembrando de um apelido que eu dei para ela quando éramos mais novos.

- Tudo bem, apelidos a parte... sobre o artista, o que sabemos dele até agora?

- O nome dele é Robert Sanduhr, pai de Diana Sanduhr nossa vizinha, e atualmente desaparecido, mas achamos que o encontramos, devido ao um codinome que ele usou quando fez alguma obra, que foi comprada por Dixon Martin, que depois de um tempo descobrimos que se tratava de um jumper, logo estamos sem a única coisa que poderia nos mostrar o paradeiro do artista. - Disse isso tudo muito rápido, mas a Allie já se acostumou com isso.

- Às vezes você pensa mais pensa mais rápido do que sua boca acompanha. - Ela disse rindo. - Mas eu entendi, eu acho que entendi pelo menos.

- Ah, e o codinome que ele usou é Blanks. - Disse, quando me lembrei.

- Sério? Blanks? Tipo o seu sobrenome?

- É... - Quando disse isso, ela pegou o computador dela, e começou a pesquisar várias coisas.

- Noah, pesquisa alguma coisa sobre a missão, algo que parece que está faltando. - Eu acabei fazendo o que ela mandou e pesquisei sobre a Diana, ainda não tinha entendido o porquê de ela não ter registros, e eu não achei nada, parecia que tudo sobre ela e a família dela não existiam.

- Que estranho...

- Merda!

- O que?

- Estamos numa missão fantasma....

- Como?

- Uma missão fantasma é uma missão que não deveria existir, o simples fato de estarmos aqui pode mudar alguma coisa no futuro.

- Mas como isso pode acontecer, se estamos aqui porque os agentes nos mandaram?

- Esse é o problema, os agentes vão fazer alguma merda.

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