Capítulo 11

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Duas semanas haviam se passado desde a noite do baile, mesmo Davina se esforçando ao máximo, Tom a ignorava completamente. Talvez mexer em seu diário, onde o rapaz escrevia todas as coisas horríveis que ele já havia feito durante sua vida, não fosse uma boa ideia.

Edward Fitzgerald estava mais agitado do que o normal durante essa noite,  ele havia recebido uma carta de sua mãe o convidando para ir almoçar com sua família durante o final de semana. Por fora a família Fitzgerald esbanjava carinho e afeto, com certeza muitas famílias bruxas os admiravam, seus filhos eram excelentes na escola, a casa era enorme, e sempre pareciam unidos.

— Fitz? — Davina encarou o amigo que já estava suado, os jovens estavam derretendo pedras há um bom tempo, a sala parecia uma sauna.

— Hum?

— Está me ouvindo?

— Desculpa, estou pensando em algumas coisas.

— Aconteceu algo? — perguntou Davina, colocando mais pedras no caldeirão.

— Tenho um almoço em família no domingo.

— E qual o problema?

— Meu irmão vai apresentar a sua noiva aos meus pais. — Enxugou o suor em sua testa.

— Ainda não entendi.

— Fergus é o perfeitinho da família,  eu sempre vivi à sua sombra — suspirou cansado. — Meu pai joga isso na minha cara até hoje, “Ah Edward veja só, o seu irmão está no time de quadribol. Seu irmão se formou com excelência em todas as matérias. Por que você não é como o Fergus?” Porque o Fergus é um mentiroso, querido papai. — O garoto bateu com força e as pedras caíram no caldeirão fazendo as chamas aumentarem.

— Edward!

— Droga, desculpa Davina.

— Não precisa se desculpar, está tudo bem, só me deixa fazer isso. — Tomou o caldeirão do garoto que continuou mexendo as larvas.

— Me sinto um idiota por ainda deixar o Fergus me afetar dessa maneira, eu queria poder vencê-lo somente uma vez.

— Por que você não diz como se sente para o seu pai?

— Sua esperança é muito bonita, Davina. Mas o mundo real não quer esperança.

— Não seja grosso.

— Desculpa, só estou cansado.

— Quer parar o projeto?

— Vou pegar as placas, espera aí. — O garoto pegou duas placas de metal e colocou sob a bancada — Vamos lá, se afasta.

Os dois afastaram-se e levitaram o caldeirão com o auxílio da varinha. Com muita calma e precisão despejaram todo o líquido fervente nas placas e as colocaram em um canto da sala.

— Acha que conseguimos fazer as runas amanhã? — perguntou Davina, tentando prender o cabelo que insistia em cair de sua fita.

— Com certeza, não vai demorar muito para essas placas esfriarem, agora vamos porque eu preciso de um banho.

— Temos que vir antes do jantar amanhã. — Pegaram suas bolsas e saíram da sala — Que horas são?

— Vai dar 22:30.

— E a monitoria já começou — reclamou. — Temos que correr.

— Ah não, eu não estou nem aí se vão me dar detenção, estamos há 3 horas naquela sauna e eu vou caminhar sem pressa.

— Se eu perder pontos vou dizer a todos que a culpa é sua.

— Nada que um licor não resolva. — Os dois riram e continuaram caminhando para os corredores das comunais.

Resquícios de amor: Tom Riddle - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora