6. Party Anthem

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                     | CAPÍTULO SEIS, PARTY ANTHEM. |

"Não posso acreditar nisso Elisabeth. Já falei milhares de vezes para parar com esse vicio infantil" foi o que mamãe disse quando contei o que havia acontecido horas antes.

Ela sabia disso, quer dizer, que fumo desde os dezesseis. Tudo culpa do Kyle, que vivia me oferecendo quando passava as férias em casa.

"Essa sua lição maternal pode colar com o Kyle mamãe, mas não comigo" será que dava pra desligar na cara dela e não ser xingada depois?

"Tudo bem. Só estou preocupada. Você sabe, uma semana sem nos vermos e a saudade parece me enlouquecer de vez em quando" sua voz parecia de um bebê implorando por colo.

Segurei o máximo para não dizer á mamãe que estava insegura, deprimida e sozinha. Que havia sido convidada para uma festa e que pela primeira vez, não estava nada animada para ir.

"Então, mamãe... Liguei para dizer que... Bem" pigarreei. "Você sabe, o dinheiro que vocês me deram...."

"Já acabou?" ela parecia surpresa. "Você não anda gastando todo esse dinheiro com seus novos amigos, drogados e sem noção, não é?"

Mas o que? Se ela soubesse que nem amigos eu havia feito.

"Acho que você enlouqueceu" disse ainda me perguntando de onde ela havia tirado aquilo.

"OK, tudo bem, sem problemas. Mandamos o dinheiro amanhã" bufou. "Mas da próxima vez, ligue ao seu pai. Ele também tem telefone, escuta bem, é paciente e sente saudades"

Ah, o papai. Que saudades da sua voz e do seu abraço.

"Irei ligar. Boa noite mamãe, amo-te" me despedi quase a choramingar.

"Amo-te mais, minha filha"

O lado bom disso tudo, é que não vou conseguir pegar em um maço de cigarro por algumas horas.

Os gritos e a música altíssima já havia começado e até então, não sei se isso pode me atrapalhar completamente. É uma festa, todos temos direito de dar uma festa. Mas não em um apartamento, com paredes coladas com as do vizinho. Isso é o lado horrível dos apartamentos, você nunca sabe se os vizinhos não estão ouvindo. Sua privacidade tem limite.

Tomei um banho e fui caminhar pelos corredores. É, não é uma coisa normal de se fazer. Estou sozinha e acho que tudo é melhor do que ficar jogada no sofá olhando para o teto.

O cheiro horrível de baunilha me enjoava, e aquelas paredes beges me lembravam minha casa. Que loucura, sinto saudades até mesmo das paredes.

Apertei para pegar o elevador e dei mais uma olhada no celular para me certificar de que não havia nenhuma ligação do número das faculdades. As portas se abriram e eu entrei no elevador, olhando para o celular, mas enxergando um vulto ao meu lado. Fiquei com vergonha de olhar.

"Você está melhor?" sua voz se espalhou por aquele cubículo e me fez, automaticamente, desviar minha atenção.

"Ah, estou sim. Obrigada pela preocupação" sorri.

Desta vez ele não estava de bandana, e eu pude ver melhor o seu cabelo. Usava uma camisa branca, calça jeans e tênis preto. As maçãs do seu rosto estavam vermelhas, mas não parecia ser por minha causa ou algo assim. Confesso que achei aquilo fofo.

"Você mora aqui?" perguntei sem antes hesitar.

Ele riu. O que eu havia feito de errado?

"Não, meu amigo está dando uma festa" sorriu e me olhou dos pés á cabeça.

"Nash" sussurrei. Bom, não posso chamar de sussurro, por que acho que ele ouviu.

"Você o conhece?" franziu o cenho e eu assenti.

O elevador parou no quinto andar e as portas novamente se abriram. O garoto saiu e parou por um instante. De repente, olhou para trás e sorriu.

"Qual é o seu nome?" as portas já estavam quase se fechando e eu tinha pouco tempo.

"Elisabeth" respondi e vi ele acenar com a cabeça e continuou sorrindo.






{editado}

why try ♌ taylor caniffOnde histórias criam vida. Descubra agora