Capitulo 17

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Nothin' in life is perfect
When you're changing like the seasons
That's what they used to say
Cause goin to sleep alone at night. (Recovery, Justin Bieber)

Ocupei quase todos esses dias com os trabalhos práticos e também com os de grupo. Fui até a biblioteca várias vezes e fui obrigada a ler três livros. Repito, três. Em quatro dias, repleta de outras coisas para fazer. Assisti ao jogo de basketball dos iniciantes, sai com minha turma, me entupi de chocolate e por fim, comecei a desenhar novamente. O que me deixa muito orgulhosa. Convenci Shawn de ir com Alaska a festa do nojento Cameron Dallas, além de falar muito bem dela a ele.

Mas o final de semana havia chegado. Alaska estava linda, com um de seus vestidos floridos e batom vermelho. Estava tão empolgada, mas deixava sempre muito claro que só seria perfeito se Taylor Caniff fosse a festa. O que eu sabia bem que não aconteceria.

"Você está maravilhosa!" disse quando ouvi Shawn bater na porta. "Agora anda, rápido" beijei sua testa e a vi sair.

Vesti um suéter quente e fui até as arquibancadas da quadra de esportes. O ginásio ficava ali perto, e eu me perguntava se todos já haviam escapado ou se ainda estavam a tentar. Era o único lugar onde não haviam câmeras, fora os dormitórios e corredores, já que o resto era repleto delas.

Coloquei a cabeça entre as pernas e chorei. Por um milhão de coisas. Estava suportando tudo sem me mostrar fraca, mas eu sabia que alguma hora tudo iria desabar. O soluço incontrolável se tornou alto, e os refletores começaram a piscar. Senti um medo percorrer minha espinha, mesmo que não acreditasse que mais alguém estivesse ali aquela hora.

Um vulto se formou, parecendo caminhar em direção á arquibancada. Meu corpo gelou ao ver que ele se aproximava. Tentei não me mexer, mas meu soluço continuava alto. Então, mesmo com os refletores piscando, eu vi seu rosto. Reconheci sua touca. Seu andar. Seus olhos, em meio a escuridão, que ainda assim percorriam meu corpo.

Ele se sentou ao meu lado, e eu apenas ouvia sua respiração. Com a rosto enterrado entre as pernas, não sabia mais qual era sua expressão. Com certeza, devia não ser boa.

"Ei" senti suas mãos alisarem meu cabelo. Não pude deixar de me sentir aliviada e confortável. "Pare de chorar"

Levantei a cabeça e forcei os olhos para enxergá-lo melhor. Sua mão repousava em minhas costas, como se quisesse aliviar minha dor.

"Estou me sentindo horrível" solucei de novo. "Sem amigos, sem meus pais, sem sossêgo" encarei o chão.

"Há algo que eu possa fazer?" sua voz parecia tão meiga, o que me fez estranhar, já que se tratava de Taylor. A pessoa mais rude do mundo.

"Sim" disse parecendo durona. "Sai da minha cabeça, pare de me atormentar o tempo inteiro com seu cheiro, seu sorriso, seus olhares matadores e esse jeito estupido que parece me atrair ainda mais"

"Então você se sente atraída?" sorriu e mesmo com pouca luz, seu sorriso ainda conseguiu mexer comigo.

"Eu não disse isso."

"Disse indiretamente."

"Babaca."

"Você só sabe me chamar dessas coisas?" riu.

"Tem também: imbecil, esquisito, insuportável, chato..." disse enquanto ele ria ainda mais.

"Você que me deixa louco assim, Elisabeth" sua mão parou na minha coxa.

"Na verdade, você já é louco por natureza. Se faz de simpático pra segundos depois, ser grosseiro" disse sendo realmente sincera.

"Você que causa isso" disse sério.

"E como eu posso fazer isso parar?" sorri de canto.

Taylor sorriu como se tivesse a resposta na ponta da língua. Então tocou meus lábios com o polegar, me fazendo fechar os olhos e desejar que ele me beijasse. A mão que estava pousada na minha coxa, agarrou minha cintura, me chocando em seu peito. A ponta dos nossos narizes se encostavam, e eu já estava perdida nos seus olhos. Coloquei minhas duas mãos sobre seu peito e finalmente me impulsionei para frente, quase beijando Taylor.

"Não estamos nem ficando" imitei sua voz, lembrando do seu surto no meu dormitório.

"E não estamos" disse no meio do beijo que depositou em minha nuca.

"Estraga prazeres" dei um tapa no seu braço e me afastei, ficando séria a olhar para frente.

"Vai me dizer que ficou chateada com o que eu disse" riu.

"Desse jeito, parece que você só faz isso para me levar pra cama. Como deve fazer com as outras garotas" encarei-o com cara de brava.

"Pare de reclamar, Elisabeth" sua mão me puxou pela cintura, mas eu voltei a me afastar.

"Pare de ser fútil, garoto" cuspi as palavras antes de medi-las.

"Você não acreditou quando disse que gostava de você, não é?" cerrou os olhos, parecendo sério.

"Gostar de alguém é algo muito relativo. Eu gosto de muitas pessoas e nem por isso tenho o direito de beijá-las."

"E se eu disser que..." deu uma longa pausa e sorriu. "Estou começando a gostar de você de outra forma? Não como eu gosto das outras pessoas"

"E que tipo de gostar é esse?"

"Um gostar mais forte, Lisa. Você entende?"

"Talvez" sorri.

why try ♌ taylor caniffOnde histórias criam vida. Descubra agora