-Capítulo 10-

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Pov Lalisa Manoban

Localização: Mundo real. Fora das sombras.

Arrumei tudo com muita dor no peito, não podendo responder as perguntas de Chaeyoung, o que eu falaria exatamente, sendo que nem eu mesma sabia para aonde iríamos. Enquanto guardávamos tudo em caixas, olhava para a parede onde geralmente Jennie surgia e desaparecia, mas ela não surgiu dessa vez. Ela havia me avisado e eu acho que não percebi o quanto a sua presença me ajudava, no quesito estar meio sozinha.

Tinha medo dela, pavor para ser mais especifica, mas nunca me faz, e se continuasse assim quem sabe eu poderia virar amiga de um demônio. Mesmo achando isso impossível, pois o seu jeito me incomodava demais, além de ser inconveniente em momentos muitos sérios. Acho que um dia poderia rolar alguma confiança ou algo assim. 

- Você vai deixar o seu avô sozinho?

- Eu não tenho outra escolha, Chaeyoung. Ele está me obrigando a isso.

- É o lance do álcool?

Eu apenas assenti, ela sabia, dês que éramos pequenas, os meus segredos mais obscuros ela sabia. Pois eu sentia que se eu não contasse a alguém enlouqueceria, e ela sempre me mostrou que não havia o problema de se abrir internamente. Sabíamos muitos segredos uma da outra, coisas que ninguém pudesse imaginar, com isso algo que aconteceu na biblioteca que guardávamos a sete chaves, ainda tínhamos alguns pesadelos com aquilo, mas seguíamos em frente pois se olhássemos para trás voltaríamos para tudo aquilo, e isso era algo que não poderia acontecer novamente. 

- E para onde você vai, Lisa? Ganhou o emprego ontem e creio que ainda não dá para comprar uma casa ou um apartamento. 

- Eu... eu não posso falar agora. Mas eu prometo que no momento certo você vai saber.

- Não gosto quando você guarda segredos de mim, me sinto traída.

Eu ri andando em direção dela. Começamos a correr pelo o quarto quando tentei dar uma abraço nela, era sempre bom dar uma risada sincera quando tudo parecia desmoronar. Era sempre bom estar com ela, ter ela, eu acho que um melhor amigo vale muito mais do que qualquer outra coisa, pois a confiança criada era difícil de ser quebrada, os olhos poderia estar fechados, mas a leveza que eu sentia se ela segurasse a minha mão e me guiasse não havia explicação. 

- SAÍ, LISA! A GENTE VAI CAIR!

Quando eu a peguei uma guerra de cócegas foi iniciada entre nós duas, parando apenas quando ela deu grito meio assustado e olhou para trás. Sua mão tocou o seu cabelo e depois de um tempo ela me encarou.

-  O que foi?

- Alguém puxou o meu cabelo. Eu senti um puxão e doeu muito.

- É só uma desculpa para vencer a guerra-

- Não! Lisa, eu senti alguém puxando o meu cabelo, eu não estou brincando.

- Não tem ninguém atrás de você, Chae. Deve ter sido... a sua imaginação.

Não poderia ter sido a Jennie. Porque exatamente ela varia isso? 

- Tudo bem, vamos terminar isso logo. E você para com essa mania de querer fazer cócegas em mim.

Quando enfim acabamos, segui até a loja de conveniência, não sabia se o meu avô estava lá, mas fui. Se esse fosse o caso, veria ele pela a última vez talvez. Atrás do balcão ele se encontrava com uma cara péssima, olheiras fundas, um mau humor horrível, e com um mal hálito insuportável.

- Com quem você estava na noite passada, Lisa?

- Ninguém...

- Eu ouvi vozes vindo do seu quarto, quem era?

-  Estava no telefone com a Chae, apenas isso. 

- Porque trancou a porta?

- Sempre tranquei a porta do meu quarto, não seria diferente.

Eu estava com medo. Medo de olhar para ele, tremia com a sua voz tão raivosa, queria chorar, por algum motivo queria que Jennie estivesse ao meu lado, por vários motivos me sentia segura, por ela ser um demônio, e por ela saber o que iria acontecer. Mas ela não estava.

- Vou passar a noite fora hoje, pode deixar que eu fecho a loja.

- Aonde vai?

- Vou... dormir na casa da Chae, uma noite das meninas, não se preocupe.

- Não estou preocupado, só quero saber se vai abrir a loja amanhã.

- Não se preocupe com isso também, estou ciente sobre as minhas responsabilidades, vovô. Espero que um dia entenda que não sou igual os meus pais, que não fujo dos meus compromissos ou algo assim.

Passei o dia sozinha na loja, olhava o movimento dos carros e pensava no que me esperava vindo junto a Jennie. Quando de meia noite, comecei a arrumar as últimas coisa da loja para poder voltar para casa, ouvi o sino da porta e revirei os olhos, deveria ter colocado logo a placa de fechado.

- Como foi o seu dia, Lalisa?- senti uma empolgação idiota quando Jennie apareceu, tentando mostrar para ela que não fazia diferença a sua presença, mas agora fazia, e muito.

- Igual todos os outros. Demorou hoje.

- Sentiu a minha falta, foi?

- Claro que não. Fiquei até feliz que não estava aqui.- ela riu de um modo amargo enquanto mexia no meu cabelo. Seu dedo enrolou as pontas dos meus fios, seus olhos em mim de um jeito ainda muito estranho. Quando ela percebeu que também a olhava, se distanciou caminhando em direção a porta me deixando meio confusa.

- Vem, vou te levar até a sua nova casa.

The Pact ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora