-Capítulo 12-

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Corri para o trabalho naquela manhã, com medo de chegar atrasada, o ônibus não colaborou muito mas lá estava eu com plantas e mais plantas na minha mesa. Eu adorava aquele trabalho, além de ser algo que eu gostava me rendia um bom pagamento no fim do mês.

Começava pensar seriamente em contar para Chaeyoung o que havia feito, havia grandes chances dela não acreditar em nada, ou não querer me ouvir, mas tinha que ter uma explicação plausível para o meu novo apartamento, pois nem se eu juntasse dinheiro a minha vida inteira, conseguiria pagar um terço daquela mansão.

- Então, japonesa ou-

- Japonesa sem sombras de dúvidas.

Fiquei feliz quando ela passou na minha empresa depois do meu expediente, fomos até um restaurante bem famoso ali da região pois se eu contasse em público a chances de escândalos seriam menos. Ainda fiquei enrolando com um pouco de medo mas se eu não contasse naquele momento não teria mais ocasião para falar.

- Preciso te contar uma coisa.

- Lá vem.

- Eu... eu fiz um pacto com uma entidade.

- VOCÊ O QUE?!

- Shh! Deixa pra fazer escândalos em casa não no meio da rua!

- Lalisa Manoban, que merda você fez?

- Você se lembra daquela garota da boate?

- Mais ou menos.

- Ela me ofereceu muitas coisas em troca, Chae, a faculdade, o emprego, a casa que eu estou agora. Eu posso ter tudo o que eu quiser.

- A troco de quê?

- Ela me disse que ainda verei, algo assim.

- Meu Deus, você tem merda na cabeça, não é possível! Quantas vezes eu te falei que isso não vale a pena? Lisa! Você se colocou em um beco sem saída.

- Porque exatamente?

- Quando você morrer vai entender! Não é você a louca dos livros de demônios? Das pesquisa? Deveria saber.

- Eu sei, Chaeyoung, minha alma está destinada a Lúcifer. Mas se for para ir lá pra baixo, prefiro ter vivido aqui como uma verdadeira milionária.

- Eu perdi a fome depois dessa, você vai se arrepender, estou até vendo.

- Eu não vou me arrepender.

Cheguei em casa ainda conversando com ela pelo o celular, agora outro assunto um pouco mais calma e nada muito espiritual ou sobrenatural. Andei pelo o corredor até a suíte principal do apartamento, me jogando na cama enquanto ria de algo que a minha melhor amiga falou. Quando percebi que estava um pouco tarde, desligamos e eu corri para o chuveiro pensando quando Jennie apareceria.

Enquanto me ensaboava senti uma presença no banheiro, mss quando olhei para trás não havia ninguém então concluí que era coisa da minha imaginação. Ainda de roupão andei pelo apartamento me instalando no sofá e apenas aguardando a pizza chegar, acabei pensando no meu avô, será que ele estava bem?

- Ele vai ficar bem, docinho, não se preocupe.- olhei para o outro sofá encontrando ela concentrada em im porta retrato meu e de Chaeyoung.

- Poderia bater antes de entrar.

- Poderia. Mas dá muito trabalho.- eu me sentei melhor olhando para o seu ombro com uma marca avermelhada até parte da sua bochecha. Caminhei até ela, me sentando ao seu lado e tendo a sua atenção para mim.

- O que é isso...?

- Coisas de demônio, não se preocupe.- quando ela deu menção em cobrir aquilo, agarrei a sua mão com força descendo a alça da blusa e podendo ver mais marcas daquelas.

- Jennie, isso são marcas de... chicote?

- Eu já falei que-

- Para! Deixe-me ver!- ela relutou se sentando no outro sofá mas eu a segui e aleguei que faria aquilo até ela parar de graça.- Tire a camisa.

- Pra-

- Tira!- gritei quando estava no corredor, correndo até um kit de primeiros socorros. Me sentei atrás dela, jogando alguns fios do seu cabelo por cima do seu ombro. Eram várias marcas, algumas tinham resquício de sangue meio seco, umas pequenas, outras grandes.

- Isso foi causado pelo chicote do meu pai, nada vai apagar as marcas.

- Não vai apagar, mas eu vou me sentir melhor fazendo isso.

Passei a pomada com cuidado, com medo de pressionar demais e machucar, a ouvi murmurar e logo parava. Por estar de mau jeito ali no sofá, coloquei Jennie entre as minhas pernas as jogando no colo dela, logo senti as suas mãos nelas e o seu suspiro meio dolorido.

- É eu sei, arde um pouquinho.

- Pouquinho? Isso está ardendo pra caralho.

- Eu vou... abrir ok?- ela balançou a cabeça quando toquei o fecho do seu sutiã, fiquei meio trêmula depois disso, passando a pomada ali meio sem jeito contralando ou tentanto controlar a respiração.- Se eu te pedir para me contar o que aconteceu, você conta?

- Porque quer saber?

- Porque estou preocupada.

- Um dia quem sabe eu te falo.

- Eu vou cobrar.- busquei pela a sua barriga subindo os dedos um pouco mais sentindo a sua pele quente. Fechei o seu sutiã mas ainda assim não saí de trás dela, suas mãos continuavam ali nas minhas pernas, e as minhas trilhando os cortes que o chicote havia deixado. Parei apenas quando ela murmurou de dor.- Me desculpe.

- Está tudo bem.

- Eu pedi pizza, quer ficar?

- Mesmo se você não convidasse eu ainda ficaria.

Olhei para ela meio que sorrindo e rindo. O coração meio acelerado quando ela sorriu também, e não percebi quando acabei reparando em cada traço do seu rosto. Ela era muito linda.

- Você também é muito linda, Lalisa.

The Pact ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora