The Pact ( Jenlisa G!P)

-Capítulo 37-

Era quase impossível dormir sabendo que ela estava na mesma casa que eu, e que só não estava ao meu lado pois eu havia reagido de uma forma negativa a algo completamente bondoso e sincero. Já não tinha mais espaço para me sentir culpada, tudo o que eu mais queria naquele momento era que ela esquece tudo e viesse até mim, mas eu sabia que aquilo não aconteceria.

Abri a porta do quarto com cuidado não querendo fazer barulho, talvez eu não quisesse acordá-la, se é que estivesse dormindo. Kuma me seguiu pelo o corredor, os meus olhos caíram nela ao ver o seu semblante suave e calmo, sua boca um pouco entreaberta e o cenho meio franzido. Dormia igualmente a um anjo, me parecendo convidativa a se juntar a ela e pedir desculpas até não restas mais incertezas perante a tudo. Me sentei ali no chão acariciando com leveza a sua bochecha, sentindo a minha garganta se fechar e uma sensação estranha tomar conta de mim. Então eu toquei o meu rosto ao perceber algo de estranho, olhei para as pontas dos meus dedos vendo-as brilhando.

Pela primeira vez eu estava chorando, pela primeira vez depois de anos, alguém foi capaz de me fazer sentir aquilo de novo, a sensação da culpa e a sensação de que perderia alguém especial e importante. 

Alguém que eu amava.

Foi eu perceber esse pequeno ato para o gatilho ser feito, a partir daquele momento não consegui mais segurar qualquer lágrima, a unica coisa que eu mais temia era perder aquela garota tão necessária para mim, eu estava dependendo dela e não percebia, apenas mais uma alma, apenas mais uma vida, apenas mais uma oferta, ela não era apenas mais uma, ela não é apenas mais uma.

Como algo maior que eu desci minha mão até a sua barriga, tomando cuidado para não acordá-la ou assustá-la, minhas lágrimas se misturaram com o sorriso largo feito por mim. Ela se remexeu, murmurando talvez pela a minha mão gelada em sua barriga, mas não abriu os olhos e não falou nada demais, deitei a minha cabeça ali, sabendo que tinha alguém feito por mim, metade minha e dela, seria linda, eu sabia que seria. 

- Me desculpe, docinho, me desculpe por não ter te agradecido, você salvou a minha alma para ficarmos juntas, para ficarmos bem, para termos uma família, e eu te agradeci do pior jeito possível, me perdoe por isso... eu não queria... só que é novo agora, creio que seja para você também, não estamos na nossa zona de conforto, você agora é um deles, e eu sou uma pessoa, uma pessoa de verdade, com sangues divididos. Apenas não desista de mim, e não ache que sou egoísta, eu não queria ter parecido uma egocêntrica, eu não sou uma...

- Eu sei que você não é, Jennie, eu sei também que é novo, acha que essa semana que passou foi fácil pra mim? Não foi fácil aceitar que agora eu não sou mais um ser humano, não foi fácil aceitar que virei um deles, que tenho vários sangues misturados em mim, e o mais difícil de tudo, ficar longe de você. Só a ideia de ficar sem você me apavorou e eu fiz de tudo para te salvar, eu não conseguiria me virar sem você, coisinha insuportável.- ela se sentou cobrindo a minha mão com a dela, sorrindo e suspirando meio aliviada. - Nós não conseguiríamos nos virar sem você, Jen. 

- Me desculpe?

- Pelo o que exatamente?- acabei sorrindo indo em direção a ela, deixando minha mão passear pela sua bochecha. Beijar ela novamente era o que eu mais queria, uma semana parecia pouco, mas para nós duas, era muita coisa sim. Como se fosse a primeira vez, minha língua voltou aos lugares já conhecidos, mas com um leve receio de ser recusada, seus dedos vieram para os meus fios, e os sorrisos bobos soltado por nós duas, foi o suficiente para saber que mais nada poderia nos afetar ou nos afastar.

Sem guerras.

Sem mortes.

Apenas nós duas.

Apenas nós três.

- Descobriu que estava grávida quando recebeu os poderes

- Sim... seu pai antes de ser atingido me disse... disse que era pra mim lutar por nós até o fim. E também disse que muitas coisas aconteceriam na minha vida.

- E você sabe o que poderia ser?

- Não... mas eu sei que envolve os anjos, eles já devem saber sobre a minha escolha, e sobre a mistura do meu sangue com os deles, pode ter certeza que não ira ficar assim...

- Pensamos nisso depois, Lisa... já aconteceu muita coisa até aqui, vamos apenas aproveitar o que é bom, sem pensar nas coisas futuras, ou no que ira acontecer futuramente.

- Gosto da ideia.

...