-Capítulo 38-

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-O que acha?

- Não, esse apartamento é grande o suficiente para nós três, Jennie.

- E se for mais de um?

- É apenas uma menina, Jennie. Não começa com essa história por favor.

- Vai estragar a minha felicidade assim? De graça?

Ela riu meio sem jeito se aproximando de mim e deixando seus longos fios espalhados em minhas pernas, permitindo que a minha mão fosse de encontro ao seu couro cabeludo desferindo carinhos suaves e relaxantes. Nós nós olhamos por breves segundos, antes dos seus olhos se fecharem para assim receber e apreciar os beijos que eu deixava em seus lábios carnudos e convidativos.

- Como vai ser daqui pra frente?

- Não sei... muita coisa para pouco tempo.

- Vai mesmo assumir o posto de demônio, Lisa?

- Bom... eu ainda não tive a minha conversa com os anjos e de verdade, Jennie, eu não quero fazer isso. Queria ter a oportunidade de voltar a ser humana, mas isso não está nos planos agora.

- A culpa é minha-

- Não, a culpa não é sua. Ninguém tem culpa de nada aqui.

- Você deveria ter ficado-

- Aqui? E te deixar morrer? Ainda não colocou na sua cabeça que o que eu fiz foi por nós duas, bom por nós três agora.

- Você deu a sua vida, Lisa, a sua vida pela a minha alma. Você tinha tudo pela frente.

- O que valeria a pena se você não tivesse ao meu lado, Jennie? Eu não iria construir uma família sabendo que deixei o meu grande amor morrendo em uma batalha, enquanto eu podia sim ir lá te ajudar. Podemos por favor... trocar de assunto?

Eu assenti arrumando aquela franja bem feita, olhando para o seu rosto bem desenhado e de alguma forma - assustadora eu diria - angelical. Não trocamos mais palavras a partir daquele pequeno momento.

Minhas mãos tão concentradas em sua barriga e na ideia ainda fresca em minha mente, foi então que eu parei tudo, olhando fixamente para a menina não sei a qual gatilho me foi levado, a ficha ainda não tinha caído.

- O meu pai... e a minha prima Jisoo... perderam a alma na batalha, Lisa...?

Ao ouvir a minha voz rouca ela se sentou rapidamente segurando o meu rosto entre as mãos, não conseguiu dizer nada, apenas assentir de um modo cauteloso.

- Eu sinto muito por isso, Jen...

Eu neguei não querendo chorar, aquilo demonstrava fraqueza e eu não queria mais demonstrar aquilo, não me sentia bem, não me sentia confortável. Recuei assim que ela veio de encontro a mim, não queria a sua pena nem a sua preocupação, não queira.

- Você pode não querer, mas eu ainda vou te abraçar...- confessou sorrindo suavemente. Como ela...- Sou um demônio agora, amor. Leio a sua mente.

Olhei pra ela com um pouco de raiva mas obviamente não resisti quando seus braços me envolveram fortemente, como se seu fosse cair, mesmo estando sentada no sofá. Suspirei pesadamente, escondendo o rosto na curva do seu pescoço, inalando o seu cheiro tão viciante e necessário para mim.

- Vamos conseguir, Lisa?

- Nós vamos nos adaptar, Jennie. Nós vamos conseguir.

Pov Lalisa Manoban

- Então teríamos que ir ao inferno para dar à luz ao bebê?

- Amor, nossa filha não é uma criança normal, ela é metade anjo e metade demônio, o sangue dela é diferente como o nosso, qualquer hospital comum acharia estranho ou ao menos perturbador.

Eu me joguei com cuidado na cadeira sorrindo em ver Jennie já vindo em minha direção acariciando a minha barriga de cinco meses. Nada de novo havia acontecido naquele período de tempo, a não ser a minha gravidez. No começo foi difícil aceitar cada coisa nova, principalmente a ausência da minha melhor amiga no meu dia a dia. Ela ficaria tão feliz em saber que eu estava grávida, mas havia um pedaço dela com a gente, se realmente fosse uma menina como eu e Jennie sentíamos, a nossa menina levaria o nome da minha melhor amiga, que não só como amiga, foi praticamente minha irmã. Eu realmente sentia muita falta dela.

- E se for menino?

- Vai ter os seus olhos.

- Prefiro os seus.- ela negou me cobrindo até o queixo enquanto ligava o aquecedor, o inverno veio com toda a força, cogitamos em fazer uma visita ao inferno, queríamos saber quem havia ganhado a liderança daquele lugar, mas Jennie não me deixava ir por conta da gestação.

-Ouviu esse barulho?- perguntei já me levantando, algo ou alguém estava na sala e sabíamos que não era Kuma, pois o mesmo estava deitado ali conosco.

- Fique aqui.

- Não vou ficar aqui sozinha.

- Lisa, fica aqui.

Eu neguei segurando a sua mão quando ela abriu a porta. Caminhamos com cuidado até a sala, e qual foi a minha surpresa em ver os dois seres de luz que ali pairavam.

The Pact ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora