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E a maratona começa agora (1/4) Gente🙂

Eu não consigo deixar de errar nesta escuridão
Porque estou vencendo esta guerra de corações
Não posso deixar de querer que os oceanos se partam
Porque estou vencendo esta guerra de corações
-War of Hearts-
Ruelle-

Eu não consigo deixar de errar nesta escuridãoPorque estou vencendo esta guerra de coraçõesNão posso deixar de querer que os oceanos se partamPorque estou vencendo esta guerra de corações-War of Hearts-‐Ruelle-

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Dias já haviam se passado, se não meses desde que eu estava presa nesse lugar sobre a constante obsessão de Lucca, mantida em cativeiro por ele.

E de maneira distorcida havia criado uma rotina nessa mansão, uma que seguia todos os dias.

De manhã eu e Lucca tomávamos café juntos, de tarde quando ele não estava na mansão ou quando Alicia não vinha me visitar eu lia algum livro da extensa biblioteca ou cozinhava algo para passar o tempo, e por fim a noite eu e Lucca jantamos para então dormimos no mesmo quarto.

Às vezes Máximus vinha até a mansão conversa com Lucca no escritório, nunca falando de nada que tivesse a ver com o mundo lá fora em minha presença, mais ambos além de primos me pareciam ser de alguma forma amigos bem próximos. Mais eu não me importava com os tipos de amizades ou parentescos que Lucca tinha.


O único pensamento que rondava a minha mente ultimamente era o de desistência, eu havia me conformando com a minha situação mesmo que isso me causasse uma grande dor. Eu havia aceitado o fato de que Lucca nunca me deixaria ir, de que meu sequestrador me manteria presa nessas paredes enquanto sua obsessão por mim ainda existisse. E mesmo que um dia ele me tirasse de dentro dessa mansão, mesmo que um dia Lucca decidisse me levar para além desses portões eu não poderia tentar voltar para casa, não sabendo que ele faria de tudo para me ter de volta em seus braços.

Lucca seria capaz de matar as únicas pessoas que amo, ele seria capaz de me perseguir até o inferno se necessária para me ter sobre seu constante domínio obsessivo.

E céus! Depois de tudo, depois de dias trancanfiada nesse lugar oque me deixava com mais medo não era o fato de saber que estava casada no civil com um sociopata ou não saber se um dia veria a luz do sol fora dos portões dessa mansão. Oque me dava mais medo, oque me perturbava mais dia após dia, noite após noite era um maldito sentimento que insistia em crescer cada vez mais dentro de meu peito por ele, algo que sabia ser tão errado quanto destorcido.

De uma maneira patológica tinha me afeiçoado a Lucca, havia me acostumando com sua constante presença junto a mim todos os dias.

Eu tinha noção de que o meu sequestrador poderia me ser tão bondoso e bem humorado quanto cruel e sádico. Tinha consciência de que o mesmo homem que dormia abraçado a mim durantes as noites poderia no dia seguinte me matar estrangulada com as suas próprias mãos.

Lucca poderia enjoar de minha presença e dar fim a minha vida como se eu fosse um objeto descartável sem valor a qualquer momento.

Mais mesmo assim, mesmo depois de tudo quando suas mãos acariciavam meu corpo e seus lábios estavam sobre os meus eu não deixava de corresponder os seus toques.

Meu corpo sempre sucumbia ao desejo, e às vezes, quando Lucca queria me dar mais que um beijo de maneira insana cada célula de meu ser aceitava sua vontade sem nem um protesto.

Eu aceitava cada carícia dele mesmo sabendo o quanto aquilo era errado. Eu o correspondia mais ao mesmo tempo lutava contra mim mesma, a cada segundo tentava destruir todos os sentimentos que atormentavam o meu coração.

Queria não me importar com ele, desejava não sentir sua falta quando estava longe de mim durante as tardes. Mais mesmo assim eu me importava com ele e sentia sua maldita falta quando não estava comigo ao meu lado.

Eu me sentia um ser humano tão medíocre por estar me apaixonado por um homem sem escrúpulos. Eu me sentia uma trouxa por estar caindo no encanto de um homem sádico, por saber que transar com ele seria o passo final em direção a minha completa destruição emocional.

—Me der uma garrafa de vinho tinto, Laura. A ordenei em tom amargo, só hoje, só agora naquele momento eu precisava esquecer de tudo e todos que me rondavam, eu necessitava e queria esquecer Lucca. —E uma taça também.

—A senhora sabe que se quiser conversa com alguém pode falar comigo não é? Sou uma ótima ouvinte. Ela me disse em tom gentil, seu olhar sobre mim era tão piedoso quanto compreensivo.

—Não precisa se preocupar comigo, Laura. Disse a ela sem muita animação com uma careta no rosto. —Eu só estou em um momento ruim, não é como se eu fosse entra em depressão ou algo do tipo, eu só quero tomar uma boa bebida.

Laura por um segundo me olhou desconfiada, mais não negou o meu pedido, minutos depois me  entregando uma garrafa de vinho e uma taça de cristal. —Não exagere na bebida senhora. Laura me pediu me olhando de maneira preocupada. —Evite problemas com o senhor Fontana.

—Não de preocupe Laura. Disse a ela a dando uma piscadela. —Eu não vou beber muito.

Esse meu "Não iria beber muito" não se passava de uma mentira bem contada, na verdade, eu estava planejando encher a cara. Eu queria beber até cair no chão para ver se assim por um momento conseguiria esquece-lo.

E céus, como eu queria tanto esquecer todos os sentimentos que invadiam o meu peito.

Não queria me lembra da minha complexa existência por algumas horas. Eu só queria ter um pouco de paz mental.
♡~~~~~~~~~~~~~~~~🖤~~~~~~~~~~~~~~♡

—Sou tão patética! Disse com a voz um pouco embolada, enquanto lágrimas amargas caiam de meus olhos, me sentia tão triste mais ao mesmo tempo tão feliz. —Sou tão burra! Sou uma idiota por gostar dele! Eu te odeio Lucca!

Atirei para longe a taça de vinho, ouvindo o barulho do cristal ser quebrado em pequenos cacos no piso negro do quarto.

Dei mais um gole no vinho pelo gargalo da garrafa enquanto sentia o líquido tão doce quanto amargo invadir o meu paladar. O vinho me lembrado a ele, a Lucca, que com a bela face enganava o meu coração e me tirava a sanidade.

Tropecei em meus próprios pés tentando chegar a cama no centro do quarto, tudo girava ao meu redor, estava tão tonta... Mal conseguia ver o piso aos meus pés enquanto andava.

Tomei um grande gole de vinho.

Eu precisava daquilo, naquele momento, só uma vez em toda a minha vida mesmo que o álcool não me fizesse esquece-lo eu precisava me liberta de meu cruel mundo. Desejava voar como uma borboleta rumo a liberdade.

—Como uma borboleta de assas cortadas. Murmurei com lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios. —Como uma rosa de pétalas arrancadas.

Como a doce obsessão de Lucca.

SEQUESTRADA POR UM DOM MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora