BEIRA MAR |✔|

4.

Fomos conversando até ela parar em frente ao meu local de trabalho. Vi o Max se aproximar do restaurante dançando e cantando alguma música que ele estava ouvindo.

-Vou lá, a gente se vê—beijei a bochecha dela, e coloquei minha bolsa no ombro.

-Bom trabalho, e dá um beijo no Max, fala que eu estou com saudades—ela pediu sorrindo e eu assenti, saindo do carro.

-MAX...MAAAX—gritei o nome dele, e nada dele ouvir—um desses dias você fica surdo—falei ao chegar perto dele e tirar os fones do ouvido dele.

-Olha quem resolveu chegar na hora, hoje—ele comentou rindo debochado.

-Eu fui tratar de uns assuntos antes de vir para cá, por isso...—o respondi sorrindo.

-Que assuntos são esses?—ele perguntou super curioso.

-Vamos entrar que eu te conto—falei e ele já colocou aquela cara de impaciente e ansioso.—Ahh, Sophia te mandou um beijo.—contei e ele sorriu.

-Que saudades daquela vaca, precisámos sair, nós três—ele sugeriu e eu concordei.

-A gente marca...—falei entrando na salinha onde vestimos o uniforme.

-Agora conta, os assuntos que você foi tratar...—ele me sacudiu curioso.

-Nada demais, só fui me inscrever numa formação de gastronomia que vai ocorrer num iate no mar do Caribe—contei sem fazer muito caso e ele deixou sua boca cair.

-Nada demais? Tudo demais, você quis dizer...meu amor, Caribe é um sonho, nunca fui, mas já vi pela internet—ele disse me fazendo rir.

-Nem precisa ficar todo animado, porque eu só fui me inscrever, ser escolhida, já é outra coisa—falei fazendo-lhe acalmar.

-Vamos focar na parte positiva, que é você sendo escolhida e indo pro Caribe, a parte negativa a gente lida com muita balada, bebida e beijo na boca—ele disse entusiasmado, e impressionante como eu tinha pensado a mesma coisa antes.

-Vamos focar no agora, e ir trabalhar, que isso é que está pagando minhas contas, no momento—falei terminando de me vestir e guardando minha bolsa.

-Caribe...num iate ainda por cima—ele falou mais para ele mesmo viajando nos seus pensamentos, e eu só ria.

-Vamos, Max...—falei rindo e o tirando da salinha onde estávamos.

-Bom dia...—eu disse entrando na cozinha e Mike já foi em olhando de forma surpresa.

-Não, calma...—ele disse de forma dramática se aproximando de mim e medindo minha temperatura com as mãos.

-Para com isso, Mike—pedi rindo, e tirando sua mão da minha testa.

-O que aconteceu?—ele perguntou fazendo drama e todos riram, inclusive eu.

-Digamos que eu estou trabalhando na minha pontualidade, agora vai trabalhar que eu vou fazer o mesmo—proferi rindo e o expulsando da cozinha, mesmo a cozinha sendo dele.

Mike era parceiro com todos, ele nos dava essa liberdade de brincar com ele, assim como nós dávamos liberdade para ele fazer o mesmo connosco. Ele é um cara legal, mas também sabe ser bem rígido quando quer.

-Allan, fica no salgado hoje? Estou com vontade de fazer a parte doce...—pedi sorrindo fofa e ele riu.

-Realmente hoje você está estranha—ele comentou rindo e indo para a parte salgada.

Eu já fui meter a mão na massa e fazer algumas tartes e bolos, que sempre pedem aqui no restaurante.

Hoje nem deu para, eu aproveitar meus minutinhos de descanço para ficar fofocando com o Max e analisando os clientes, de tão cheio e movimentado que esse lugar estava.