9.

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-Não é preciso nem de macumba, para saber o resultado dessa aposta, Giorgia—ele disse rindo e beijou minha bochecha indo atender uma mesa.

Mandei um beijo no ar para ele e saí do restaurante indo para a casa do meu pai. Daqui do restaurante até chegar na minha antiga casa, não é tão longe, é até mais perto do que a minha nova casa.

Toquei a campainha e senti passos, e logo depois ele abriu a porta.

-Pai...--falei o abraçando.

-Filha...que saudades—ele pronunciou me fazendo sorrir.

-Você sabe onde eu moro, não sei porquê não vai me visitar—exclamei entrando dentro de casa.

-Trabalho, e mais trabalho—ele disse passando braço ao redor do meu pescoço.

-Sei...—falei sarcástica—Eu vim aqui porque tenho uma novidade pra te dar—comentei entusiasmada.

-Fala logo, Giorgia—ele me apressou curioso.

-Eu fui selecionada para um formação de gastronomia no Caribe—contei e ele ficou surpreso.

-O quê? Me conta isso direito—ele pediu sorrindo.

-Vamos para a cozinha, porque eu estou com fome, ali eu te conto tudo—afirmei e ele sorriu me abraçando, e me conduzindo á cozinha.

Contei-lhe tudo sobre a viagem e a formação enquanto comíamos um bolo que ele mesmo fez. Minha paixão pela cozinha surgiu a partir do meu pai, ele sempre me deu uns toques incríveis.

-Você é uma cozinheira de mão cheia, é claro que iria ser selecionada—ele comentou sorrindo orgulhoso.

-Tudo graças a você, que despertou esse interesse pela gastronomia—falei sorridente e ele beijou o topo da minha cabeça.

Uma hora, em que meu pai estava fazendo o almoço, resolvi subir até meu antigo quarto para pegar umas roupas que tinha deixado cá. E que iria me dar um bom jeito no Caribe.

Eu praticamente passei o dia inteiro na casa dele, conversando. Eu sentia falta desse contato com ele, de estar perto e conversar sobre qualquer assunto, por horas. Meu pai e eu, sempre fomos bem próximos, mas depois que minha mãe faleceu nós só tivemos um ao outro então ficamos bem mais próximos.

-Pai eu preciso ir, já está tarde.—avisei pegando minhas bolsas com as roupas, que eu tinha pegado no quarto.

-Eu te levo filha—ele disse pegando as chaves do carro.

Eu que não iria recusar, já estava de noite, eu estou cheia de bolsas, então, ir esperar ónibus não está na minha lista de opção. Até porquê teríamos mais uns minutinhos para conversar, já que passaríamos três meses sem ver um ao outro.

-Sua mãe deve estar muito orgulhosa da mulher que você está se tornando—ele disse me olhando com carinho, enquanto dirigia até minha casa.

-Pai, não me faz chorar, numa hora dessas—falei brincando para espantar o choro.

-Tudo bem...mas, saiba que eu também estou orgulhoso—ele afirmou e eu sorri.

-Obrigada pai... –falei beijando a mão dele.

-Entregue—ele exprimiu ao parar em frente ao meu apartamento.

-Você vai me visitar antes de eu ir, não é mesmo?—perguntei quase que intimando ele.

-Vou te acompanhar até o cais, na sexta—ele informou e eu sorri o abraçando.

-Fico esperando então...tchau pai—me despedi beijando-o na bochecha e saí do carro.

Como eu já estava cansada, aproveitei para ir dormir, e descansar porque amanhã eu começava organizando e arrumando tudo. E eu, ainda tinha que deixar essa casa limpa. Ainda bem que jantei no meu pai, assim, não precisaria me preocupar em cozinhar, uma hora dessas.

Fui diretamente para o meu quarto, tomar um banho, e dormir. Já deitada caiu a ficha, me fazendo sorrir.

Caralho...eu vou pro Caribe.

...

-Já pegou tudo, Giorgia?—ouvi Max perguntar.

-Falta minha bolsa, deve estar no quarto...vou lá buscar—falei e deixei a xícara de café em cima da mesa para ir busca-lo.

-Deixa que eu vou...vai fechando tudo—Sophia avisou e assim eu fiz.

Tranquei todas as janelas e a porta da varanda. Meu pai voltou depois de ter descido com as duas malas, uma minha e outra da Sophia. Iríamos no carro dele até o iate.

-Já estão prontas?—meu pai perguntou querendo nossa confirmação.

-Acho que sim—falei em duvida.

-A gente arrumou tudo, Giorgia, vamos logo...—Sophia falou me despachando.

Entramos no carro do meu pai, e eu fui na frente com ele enquanto Max e Sophia iam na parte de trás. Parecia que a ansiedade estava se triplicando, a cada quilometro que dirigíamos.

-Nem acredito que vou ficar três meses, sem vocês—Max falou fazendo beicinho.

-Prometo ligar sempre—prometi e ele me olhou com os olhos cerrados.

-Ai de vocês se não me ligarem também—ele avisou nos fazendo rir.

Chegamos no cais, e eu pude ver, algumas pessoas por lá, espelhadas com suas malas.

-Será que não dá para eu entrar bem escondidinho, posso dormir no banheiro, tanto faz—Max pediu e eu ri.

-Você nessa viagem, seria uma maravilha—Sophia comentou e eu concordei.

-Só que agora, precisamos ir—falei e ele veio me abraçar.

-Se cuida amiga, te amo—ele me disse e eu retribuí o abraçando forte.

Ele foi se despedir da Sophia quando meu pai veio ter comigo.

-Pai eu não vou morar fora, então nem faz essa cara—falei sorrindo pra ele.

-Eu sei...mas, três meses, não são três dias...vou ficar com saudades—ele disse me derretendo.

-Eu também, pai—afirmei o abraçando forte.

-Agora precisamos ir—Sophia disse pegando sua mala, e eu fiz o mesmo.

-Pelo amor de Deus, Giorgia, usa protetor solar, não esquece da camisinha, e me liga—meu pai advertiu e eu tapei meu rosto.

-Pai, que vergonha...eu já sou adulta, ok?—questionei retoricamente, rindo.

-Disso temos algumas dúvidas, mas você não está preparada pra essa conversa—Max exprimiu rindo e eu bati no ombro dele.

-Tchau—eu e Sophia dissemos e arrastamos as malas até onde o resto do pessoal estava.

Tinha um homem que estava com uma prancheta na mão chamando os nomes das pessoas.

-Sophia Banks?—ele perguntou e Sophia levantou a mão fazendo-o assentir—Giorgia Miller?—ele continuou.

-Sou eu –pronunciei e ele assentiu.—É qual dos iates, Sophia?—perguntei curiosa passando uma vista de olhos por toda aquela extensão admirada com tanto luxo.

-Não sei qual eles alugaram, meu pai não me disse—ela respondeu e eu assenti.

-Muito bem, me sigam, por favor—o mesmo homem da prancheta disse, e assim fizemos.

Fomos andando e arrastando as malas, em direção a uma das iates que estavam lá. O homem parou em frente a uma delas apontando para qual iríamos entrar.

Minha boca caiu no chão. O iate era simplesmente, deslumbrante. E só de imaginar que eu passaria 92 dias num lugar assim, meu coração chega a pular.

-Meu Deus, é o iate novo da agência do meu pai...eu sempre quis andar nele—Sophia comentou sorrindo.

-Caribe, que nos aguarde—falei ainda surpresa.

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