53.

2.4K 220 5
                                    

-Foi pegar justo ele, minha filha?—ele perguntou rindo de nervoso.

-Pai, aconteceu...—respondi suspirando.

-E ele vai assumir a criança?—ele perguntou e eu assenti—Vocês estão juntos?—ele questionou e eu o olhei irónica e ele riu—Claro que não, nem sei porquê perguntei.

-Eu fiquei com ele, porque a mentalidade dele era igual a minha, relacionamento 0...até acabamos por nos afastar um pouco, porque o que acontecia entre nós dois, estava tomando um outro rumo, só que logo depois eu descobri a gravidez—contei e ele respirou fundo.

-Você está feliz?—ele continuou com as perguntas, dessa vez, segurando minha mão.

-No início eu fiquei desesperada, eu nunca me imaginei tendo um filho nessa idade, mas agora, estou amando—respondi sorrindo e ele me deu outro sorriso me abraçando.

-Então eu também estou feliz, nessa idade, tudo o que mais queremos são netos—ele comentou e eu ri.

-Para que o senhor nem está velho, faz muito sucesso com as mulheres, que eu sei—exprimi e ele riu.

-Que eu continuo muito bem conservado, eu sei—ele falou num tom convencido me fazendo rir.

-Ahh eu preciso marcar o ultrassom, você tem o contato de alguém?—perguntei e ele assentiu.

-Eu não tenho, mas no caderninho da sua mãe com certeza eu vou achar—ele disse se levantando, e indo o buscar.

Minha mãe não gostava muito de tecnologias, então, guardava tudo escrito a mão, por isso, que quando ela morreu encontramos várias cartas que ela tinha nos deixado.

-Aqui...—meu pai disse voltando com o caderno na mão, sentando-se do meu lado—Achei uma Dra.Milley que é especializada nessa área, tem o endereço do consultório dela, também.—ele falou me mostrando.

-Me passa o número dela então—pedi e ele foi ditando enquanto eu discava no meu celular.

Liguei na mesma hora, para marcar a consulta, porque eu já tinha esperado muito, para fazer esse ultrassom.

-Dra.Milley—ela atendeu.

-Bom dia, aqui é a Giorgia Miller, eu queria marcar uma consulta com a senhora—falei.

-Miller? Eu conheço esse sobrenome...você é filha de Anna Miller?—ela perguntou curiosa e eu sorri.

-Sou sim—respondi simples.

-Nossa, eu e sua mãe éramos bastante próximas... eu vou te agendar para amanhã assim podemos conversar melhor, o que acha?—ela questionou simpática.

-Por mim tudo bem. A que horas?—indaguei animada.

-Pode ser na parte da manhã, ás nove—ela respondeu.

-Combinado, apareço por lá, amanhã—confirmei.

-Estarei te esperando.—ela avisou.

Despedimo-nos e eu desliguei.

-Passo lá, amanhã—contei para o meu pai, mandando mensagem para a Sophia e o Max, para que eles fossem dormir lá em casa, hoje.

Eu estava com saudades e com vontade de colocar nossas conversas em dia.

-Eu até vou começar a comprar umas coisinhas para o meu netinho—meu pai disse animado e eu sorri.

-Não é cedo para isso?—perguntei e ele riu.

-Claro que não, e se eu fosse você eu já começava, fazendo estoque de fraldas—ele sugeriu e eu assenti.

-Vou fazer isso—respondi sorrindo de lado.

Fiquei mais um tempo lá com ele, colocando o papo em dia. Ele babou minha barriga um pouco, mas eu tive que ir embora, porque já estava ficando tarde e eu tinha combinado de ficar com a Banks e o Bradley.

-Boa noite, senhor Johnson—cumprimentei e ele retribuiu.

-Vejo que a viagem, lhe fez bem—ele constatou simpático me fazendo sorrir.

-Fez sim, mas, agora o senhor vai ter que aguentar, uma criança correndo por aqui nesse hall—contei e ele sorriu surpreso.

-A menina está grávida?—ele perguntou e eu assenti—Meus parabéns, e eu não vou me importar em vê-lo correndo por aqui, crianças sempre me alegram—ele comentou e eu sorri.

-Deixa eu subir, pois, eu estou cansada, bom trabalho—desejei simpática e ele assentiu.

-Ahhh é mesmo, Giorgia...—o senhor Johnson ia falar algo, mas a porta do elevador fechou. Eu até tentei impedir, mas não consegui.

Converso com ele outra hora.

A porta do elevador se abriu no meu andar, e eu travei no meu lugar, ao notar um homem sentado no chão, ao lado da minha porta.

-O que você está fazendo aqui?—perguntei e ele se levantou do chão, me olhando.

-Eu precisava conversar com você—ele respondeu e eu respirei fundo.

-Como o Jonhson te deixou subir? E como você sabe onde eu moro?—interroguei-o me aproximando.

-Não foi muito difícil o convencer, e eu descobri seu endereço através da sua ficha de inscrição—ele disse simples e eu bufei.

-O que você quer, Henry?—questionei num tom cansado e ele suspirou.

-Eu queria te ver, e te explicar que eu não quis beijar a Alexia—ele disse me olhando intensamente.

-Você não me deve satisfações, Henry, você faz o que quiser da sua vida—pronunciei séria e ele se aproximou mais de mim segurando meu rosto.

-Para de falar como se o que tivemos foi somente um lance, porque você sabe que não foi só isso—ele disse olhando no fundo dos meus olhos.

-Não dificulta as coisas, Henry, por favor—pedi fechando os olhos.

-Porra, eu gosto de você...vou ter que repetir isso quantas vezes, pra você entender?—ele declarou e eu senti tudo dentro de mim, revirar.

-Não, você gosta do nosso sexo, da nossa química...—eu ia continuar mas ele me cortou.

-Eu gosto das nossas conversas, dos nossos carinhos, das nossas risadas...eu gosto de você inteira, Giorgia—ele exprimiu me fazendo respirar fundo.

-Eu não estou preparada para entrar num relacionamento, Henry, muito menos você—falei me afastando dele e ele me olhou com uma feição triste e desapontada.

-Vivíamos, praticamente, num relacionamento, Giorgia—ele pronunciou de forma melancólica.

-Claro que não, olha o dia na balada, a gente se pegava, mas aquele dia você ficou com quem você quis e eu também—relembrei e ele riu sem humor.

-Eu já entendi, Giorgia...eu não vou insistir mais—ele disse, passou a mão na minha barriga como que cumprimentando o filho, e deu as costas indo até o elevador.

Me encostei na parede, e quando percebi, uma lágrima tinha escorrido pelo meu rosto. Eu só queria que ele entendesse que se eu entrasse num relacionamento, talvez, eu não conseguisse, dar a ele, o que ele realmente merecia.

Os meus relacionamentos passados, me fizeram deixar de confiar nos meus parceiros, e a última coisa que eu queria era, viver num relacionamento com desconfianças.

Ouvi o elevador abrir novamente, e segundos depois vi Max e Sophia na minha frente.

VOTEM, COMENTEM, E ME SIGAM, POR FAVOR.

BEIRA MAR |✔|Onde histórias criam vida. Descubra agora