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-Giorgia...—ele disse com um tom de receio e nervosismo, na voz.

Todos estavam olhando a cena, intercalando os olhares entre eu e o Henry.

-Alexia, isso daqui não é novela, eu vi você o beijando quando me viu chegar, mas não se preocupa, eu e o Henry não temos nada e nem vamos ter, a única obrigação que ele tem comigo, é em cuidar do seu filho que eu estou carregando—falei tentando não mostrar o quão irritada eu estava, e até me animei um pouco ao ver a cara de chocada dela, quando lhe joguei essa notícia.

Henry tentou se aproximar de mim, mas eu só lhe fiz sinal com a mão para que ele não se aproximasse. Eu não precisava de explicações dele, até porquê não temos porra nenhuma.

Mas que me incomodou um pouco, isso eu seria hipócrita se não admitisse.

E o cretino ainda teve a audácia de retribuir, mesmo que tivesse sido por meio segundo.

Peguei a minha mala e dei as costas para eles, deixando para trás uma mal amada paralisada com a notícia da minha gravidez, e um idiota que não sabe controlar a ex.

-Amiga, você está bem?—Sophia perguntou andando do meu lado.

-Não eu não estou, eu queria simplesmente curtir os últimos momentos nesse iate, num clima de paz, e essa louca conseguiu me irritar—exprimi tentando não me enervar.

-Esquece ela, e tenta não se estressar, lembre-se que você está grávida—ela me aconselhou e eu assenti.

-Ás vezes me vejo pensando se eu fiz bem em me envolver com o Henry—falei rindo sem humor.

-Não fala assim, Giorgia—Sophia disse abrindo o porta malas do seu carro—Você passou vários momentos incríveis com ele, e você estava feliz, isso que importa.—ela falou entrando no carro e eu entrando em seguida.

-Tanta coisa podia ter sido diferente, Banks—comentei encostando a cabeça na cadeira do carro.

-Mas não foi, agora você vai levantar essa cabeça e vai lidar com tudo isso da melhor forma, como você sempre fez—ela disse levantando meu queixo com o dedo, e me dando um sorriso, que eu retribuí.

-Agora eu só preciso ir pra minha casa—exprimi e ela riu concordando.

-Te deixo lá...—ela pronunciou começando a dirigir.

...

Cheguei na minha casa, e vi que estava tudo arrumadinho, já que pedi pro meu pai que contratasse alguém para limpar antes que eu chegasse.

Confesso que eu já estava com saudades da minha casa, e do meu silêncio.

Como eu estava bem cansada, fui tratar de dormir, assim no dia seguinte eu estaria mais descansada para poder arrumar as roupas.

Por isso, joguei-me na minha cama, e pouco tempo depois o sono me atingiu.

.

Acordei e vi que já estava um pouco tarde. Regulei meu celular no horário de cá, e vi que já tinham passado das dez horas da manhã.

Resolvi ir visitar meu pai, e contar como tinha sido a viagem, e principalmente o que eu trouxe da viagem.

Deixei para arrumar as roupas quando eu voltasse da casa dele. Mas do jeito que eu fico dizendo, depois eu faço isso, depois eu faço aquilo, nem sei quando é que eu vou arrumar essas roupas.

Hoje já acordei enjoada, e vomitei tudo o que eu tinha comido, ontem. Então só tomei um pouco de café, que graças a Deus, nem o cheiro e nem o gosto estavam me incomodando.

Ficar sem café, para mim é um grande sacrifício.

Eu precisava marcar um ultrassom urgentemente, também, mas o meu pai é que tem esses contactos já que minha mãe trabalhava numa clínica.

Vesti algo bem quente, porque estava com bastante frio por aqui.

Fui para a estação de trem, e peguei o que dava para onde meu pai morava. No caminho fiquei acariciando minha barriga que já estava um pouco saliente.

Desci do trem e andei até a casa do meu pai, tocando na campainha quando cheguei. Ouvi seus passos vindo até a porta. Quando ele a abriu, me recebeu com um grande sorriso e um abraço bem apertado.

-Filha, como foi a viagem?—ele perguntou me abraçando de lado, quando adentramos a casa.

-Louco, seria a palavra ideal para a descrever—falei divertida e ele riu sem entender.

-Porquê? Senta, e me conta—ele pediu animado para eu lhe contar.

Sentei-me e ele fez o mesmo, sentando do meu lado, e me olhando sorridente.

-A formação foi ótma, o Henry é mesmo bom no que faz—comecei por contar-lhe da parte profissional—todo o final do mês, uns degustadores vinham ter connosco para degustar algo feito pelos cozinheiros para que no último mês, o Henry escolhesse os três melhores, para trabalharem no Blanc's—contei e meu pai abriu a boca surpreso.

-E você foi escolhida?—ele perguntou ansioso pela resposta, e eu só assenti sorridente—Você vai trabalhar no Blanc's? Parabéns filha—ele exclamou animado me abraçando e eu retribuí o abraço.

-Só que tem mais uma coisinha...—falei sorrindo de forma receosa.

-Eu não gosto quando você faz essa cara, Giorgia—ele disse me olhando com os olhos semi cerrados.

-Acabou que eu me envolvi com um homem, por lá—falei e ele assentiu.

-Isso já era óbvio, mas o que tem demais?—ele perguntou sem entender.

-É que, meio que eu e ele nos descuidamos, e eu...acabei ficando grávida—falei a última parte um pouco mais devagar analisando cada expressão dele.

-Meu Deus...—ele proferiu, e quase desmaiou mas eu o segurei.

-Pelo amor de Deus, não desmaia, pai—pedi o sacudindo, e ele se recompôs.

-Giorgia—ele disse se levantando—Eu pedi duas coisas muito simples para você, colocar protetor solar, e usar camisinha...me diz pelo menos que você usou o protetor solar?—ele perguntou irónico e eu assenti.

-Pai calma...—falei tentando o acalmar.

-Giorgia, você tem 23 anos e uma vida pela frente...justo você que gosta de sair e curtir, foi arrumar um filho? Se essa criança nascer com o seu temperamento, se prepara—ele avisou voltando a se sentar.

-Pai eu sei, eu estou ciente, de como vai ser minha vida daqui para frente—falei e ele passou as mãos no rosto.

-Quem é o pai?—ele perguntou sério e curioso.

-Henry—respondi sorrindo sem jeito e ele arregalou os olhos.

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