57.

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Ela me explicou mais um pouco dos cuidados que eu deveria ter, e o Henry sempre me dava aquele olhar de "está escutando?", e eu bufava. Mas, eu faria todo esse sacrifício, pela saúde do meu filho, e pela minha, também.

-Nos vemos no próximo mês, tenham um bom dia—ela disse abrindo a porta, e sorrindo para nós dois.

-Bom trabalho—desejamos e saímos da sala dela, andando até a saída.

-Não vejo a hora de chegar em casa, estou morta de fome—falei pro Henry e ele me olhou confuso.

-Você está sem comer, Giorgia?—ele perguntou curioso e com um pouco de repreensão na voz, com razão.

-Eu estava apressada, eu não queria perder a consulta—me expliquei e ele negou com a cabeça, suspirando.

-Vem, vamos comer algo, e depois te deixo em casa—ele disse e eu acabei por aceitar.

Ele colocou a mão na minha costa, me dirigindo até um carro, que parecia ser dele. Abriu a porta para mim, e eu entrei, com ele fazendo o mesmo, em seguida.

-Nem vou poder beber café...—falei me repousando na cadeira do carro, com ele já dirigindo.

-Você ouviu a doutora, pode até beber, mas não pode exagerar—ele relembrou e eu assenti.

-Nós fomos dois irresponsáveis, mas, confesso que estou amando saber que tem uma vida crescendo, dentro de mim—comentei sorrindo e olhando a vista da janela do carro.

-Meu pai quer conhecer você—ele jogou de uma vez, e eu voltei meu rosto para ele, com os olhos arregalados.

-Quê? Como assim?—perguntei nervosa.

-Calma, ele só quer conhecer a mãe do seu neto—ele explicou e eu respirei fundo me acalmando.

-Tudo bem, não é nada de outro mundo—falei para mim mesma, e nem eu entendi o porquê de tanto nervosismo.

-Podemos marcar lá no restaurante mesmo...chegamos—ele disse parando o carro em frente a uma cafetaria.

-É só me avisar—falei e ele assentiu.

Desci do carro e andamos lado a lado, até adentrar o estabelecimento.

-Você me trouxe num lugar, cheio de doces, quando eu não posso comer muitos deles...—comentei indignada.

-Fazemos assim...—ele disse se aproximando de mim, tapando meus olhos—Agora eu vou te levar para uma mesa, e você vai ficar de costas para aquela bancada de doces—ele comentou divertido, me fazendo rir.

Ter ele, tão perto de mim, estava me desconcertando, e arrepiando minha pele. Ele me fez sentar, numa cadeira, e tirou a mão dos meus olhos. E eu fiquei o encarando.

-Porquê está me olhando assim?—ele perguntou rindo sem entender, e eu me recompus.

-Impressão sua, vamos pedir, estou faminta—falei desviando e ele riu.

O garçom veio nos atender, e fizemos nossos pedidos.

-Liah e Elijah, já começaram a trabalhar no Blanc's—ele comentou e eu sorri.

-Eu queria muito, falar com você sobre isso, também...—comecei falando mas ele me interrompeu.

-Comece, quando se sentir preparada—ele disse de forma carinhosa e eu assenti.

-Eu sinto saudades de você—deixei escapar, e pelo que pareceu eu o peguei de surpresa.

Ele ia falar algo, mas o garçom chegou com nossas comidas, então, ele se focou em comer. Talvez, eu devesse ter ficado com a boca fechada. Continuamos comendo, sem falar nada, e isso estava me incomodando.

-Terminou?—ele perguntou em relação á comida, e eu assenti.

-Vou lá pagar e já volto—ele disse se levantando, e eu peguei no braço dele, negando com a cabeça.

-Eu pago o meu—falei e ele riu.

-Eu convidei, então, fica aqui sentada, que eu já volto—ele disse sorrindo de lado, me convencendo a ficar.

Fiquei lá esperando ele voltar, e pensando em mil e um motivos, dele não ter respondido, quando eu disse que estava com saudades.

Talvez, o sentimento de saudade não fosse recíproco.

Ou, ele nem esteja mais interessado em mim.

Caralho, são muitas paranóias rondando minha mente.

-Vamos?—ele perguntou me assustando, já que eu estava entretida, nos meus pensamentos.

Não falei nada, só me levantei e andei do seu lado, para fora da cafetaria, em direção ao seu carro.

-Vai para casa, ou quer que eu te deixe em algum outro lugar?—ele perguntou, connosco já dentro do carro.

-Casa...—respondi simples ainda remoendo meus pensamentos.

A viagem, até minha casa foi silenciosa, nenhum de nós dois falava nada, e eu ficava lá. pensando, o que poderia estar passando na cabeça dele.

Eu sentia de vez em quando, o olhar dele queimar em mim, mas em nenhum momento, eu voltava o rosto para ter a confirmação.

O seu carro parou em frente ao meu prédio, e eu coloquei minha bolsa no ombro, para sair do carro.

-Obrigada—agradeci, mas, antes que eu pudesse sair do carro, ele segurou meu rosto me fazendo olhá-lo.

-O que você tem?—ele perguntou me analisando.

-Minha mente, está uma completa bagunça—falei e saí do carro, passando a mão no meu rosto.

Entrei no meu apartamento, e deixei meu corpo cair no sofá.

-Eu estou ferrada, e completamente louca por aquele homem—falei respirando fundo.

Alguns dias depois.

-Conseguimos—Max e Sophia gritaram, quando eu abri a porta de casa.

-Conseguiram, o quê?—perguntei sem lembrar, de nada.

-Como assim, Giorgia? Conseguimos o iate para a festa—Sophia disse de forma óbvia.

-Vocês querem mesmo fazer essa festa?—questionei com um tom cansado voltando-me a sentar, no sofá.

-Mas é claro...estou a dias tentando convencer meu pai de nos emprestar o iate—Sophia respondeu animada.

-E convenhamos, uma festa num iate, é muito bom, e você sabe disso—Max relembrou e eu assenti.

-Tudo bem... quando vai ser?—indaguei curiosa.

-Hoje—eles disseram ao mesmo tempo, entusiasmados.

-O quê? Mas, não é muito em cima da hora?—perguntei estranhando.

-Claro que não, nós já tínhamos preparado tudo, só estávamos a espera da confirmação do meu pai—Sophia explicou com um grande sorriso no rosto.

Há três dias, mais ou menos, Sophia e Max, surgiram do nada, com uma ideia de fazer uma festa em um dos iates, do pai da Sophia. Só não conseguiram realizar essa festa antes, porque não tinham conseguido o iate, mas, agora que já o conseguiram, eles vão querer me arrastar, junto.

E eu ando muito cansada, para ir a festas.

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BEIRA MAR |✔|Onde histórias criam vida. Descubra agora