Capítulo 38

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Estou na arquibancada com Kitty e Owen assistindo ao jogo de lacrosse de Peter.

Depois da revelação da sua mãe, aquele jogo parecia ter uma conotação diferente para mim. A cada jogada arriscada que Peter acertava, o seu futuro distante da Virgínia parecia se materializar na minha frente.

O jogo termina e o time da UVA vencera. Peter havia sido, de longe, o melhor jogador da partida. Eu envio uma mensagem de texto para o seu celular dizendo que estava levando Kitty e Owen na lanchonete e que se ele quisesse podia nos encontrar lá. Não estava disposta a encontrá-lo junto com seus amigos e fingir uma alegria que eu estava longe de sentir.

Eu não consigo comer nada enquanto o espero, pois meu estomago já está cheio de ansiedade. Kitty e Owen conversam enquanto dividem as batatas fritas, mas também não consigo prestar atenção no que eles dizem.

Vejo quando a porta da lanchonete se abre e Peter entra. Ele está muito lindo, com seus cabelos molhados e seu casaco da UVA. Ele nos procura, mas eu não aceno para ele. Prefiro admirá-lo um pouco mais, ainda que de longe, enquanto posso.

Ele finalmente nos vê e caminha em nossa direção, se senta ao meu lado e deposita o seu braço sobre o meu ombro.

- Parabéns! – eu digo.

- Só parabéns? – ele pergunta. Ainda parece estar empolgado pelo jogo. – Não mereço nem um beijo? Você viu a última jogada que eu fiz? De gênio, não foi?!

Dou um selinho em seus lábios e ouço quando Kitty e Owen fazem expressões de nojo.

- O que foi, Covey? Você está estranha desde o almoço... – ele observa.

- Depois nós conversamos. – eu digo.

O jogo havia acabado, então não havia mais motivos para mentir para ele. Ele estreita os olhos, sem entender, mas não fala nada.

Depois que Peter termina o seu cheeseburguer, vamos embora. Eu vou para casa com Kitty e ele segue no seu carro, atrás do nosso.

Depois que Kitty entra em casa e o carro de Margot está estacionado na garagem, entro no carro de Peter e seguimos para a sua casa. Não entro em casa para avisar ao meu pai se iria dormir ou não em casa, pois eu mesma não sabia dizer naquele momento.

Durante o trajeto até a sua casa, Peter me avalia, olhando-me pelo canto dos olhos em alguns momentos enquanto dirige. Eu permaneço séria e em silêncio, e não olho na sua direção.

Chegamos na casa de Peter e percebo que o carro da sua mãe está na garagem, mas não a encontro quando entramos na casa, então provavelmente ela esteja em seu quarto.

Eu subo as escadas direto para o quarto de Peter. Sento-me na cama e ele entra no quarto logo em seguida, sentando-se ao meu lado após trancar a porta. Ele pega uma das minhas mãos e vejo preocupação em seus olhos.

- Ouça, Covey, se você está com raiva por causa da minha insistência para nós... me desculpe, ok? É que a gente não se vê há tanto tempo... – ele começa a falar, mas eu o interrompo.

- Por que você não me disse nada sobre as propostas que recebeu dos times profissionais? – eu falo, com a voz tranquila, já que havia tido a tarde e a noite inteiras para digerir a informação.

Ele me olha com a expressão assustada e abre a boca, parecendo não saber o que dizer.

- Minha mãe lhe contou? – ele pergunta.

- Por que você não me disse, Peter?

Ele solta as minhas mãos e fica de pé, andando de um lado para o outro na minha frente. Sinto as lágrimas se formarem em meus olhos. Geralmente Peter tinha sempre uma solução para tudo. Estava tudo sempre tranquilo. Para ele as coisas sempre pareciam se resolver. Agora ele parecia não saber o que fazer.

Toda sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora