Capítulo 55

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Acordo-me logo cedo pela manhã, me arrumo e tomo meu café. Hoje não haveria despedida entre mim e Peter, então me sinto segura o suficiente para ir dirigindo no carro de Margot até a sua casa.

Chego a tempo de ver a Sra. Kavinsky saindo com Owen. Ela avisa que Peter ainda está dormindo e se despede com um sorriso discreto antes de ir embora.

Guardo o meu casaco, depois deixo na cozinha todas as coisas que eu havia levado para preparar o almoço e volto para a sala. Sento-me no sofá e aguardo por alguns instantes.

Eu nunca tinha entrado no quarto da Sra. Kavinsky, então me sinto indecisa em acordar Peter ou não. Mas me lembro que tínhamos pouco tempo juntos, então vou até lá.

Abro a porta do quarto e vejo Peter esparramado sobre a cama, com o corpo coberto parcialmente por um lençol. Ele veste uma camiseta e uma bermuda de moletom. Era uma cama de casal, mas Peter tinha um corpo grande o suficiente para ocupá-la quase que totalmente.

Ele está deitado de costas para a cama, com o rosto de lado. Peter não dormia naquela posição. Geralmente dormia de lado ou de bruços. Então deveria estar dormindo assim por causa da sua perna imobilizada. Esse era um pequeno detalhe que havia descoberto nos últimos meses enquanto passamos a dormir juntos. Era parte da intimidade que havíamos adquirido nesse período.

Sento-me ao seu lado na cama e o observo dormindo, como havia feito no hospital quando ele estava cochilando. Peter tinha o rosto de anjo, assim como eu descrevera na carta que havia escrito para ele há anos atrás. Isso não havia mudado.

Aproximo meu rosto do seu, até roçar os nossos narizes, mas ele não se move. Fecho os olhos e toco meus lábios nos seus.

Nesse instante sinto seus braços envolverem o meu tronco, depois me puxarem de repente até que eu me deite ao seu lado na cama. Dou um grito de susto.

Peter dá uma gargalhada e abre os olhos.

- Seu louco! Você não pode fazer isso! – eu reclamo, o empurrando, mas ele me abraça ainda com mais força.

- Você disse que não iria se deitar na cama da minha mãe, não foi? E aqui está você, Lara Jean... – ele acusa.

- Quer dizer que você estava fingindo que estava dormindo, Peter Kavinsky?

- Exatamente! Escutei quando você chegou e minha mãe lhe avisou que eu estava dormindo, então eu não podia perder a oportunidade de ter você aqui. – ele diz enquanto encosta o rosto no meu pescoço. - Só não sabia que você iria demorar tanto para vir me acordar... – ele reclama.

- Você não existe, sabia?!

- Estou com saudade, Covey, de ficar assim com você... – ele diz enquanto se aconchega mais junto ao meu corpo. Eu não digo nada porque estava com saudades também.

Deito-me de lado e jogo minha perna e meu braço sobre o seu corpo. Minha cabeça está apoiada em um dos seus braços, e uma de suas mãos acaricia minhas costas. Agora sou eu quem está com o rosto no seu pescoço. Sinto o cheiro do meu Peter Kavinsky. Era uma mistura do seu shampoo, do seu sabonete, e um pouco do seu perfume. Aquela fragrância do perfume que fica na nossa pele depois que a gente toma banho.

Ficamos deitados daquela maneira por um bom tempo.

Sua mão que estava nas minhas costas desce até o meu quadril. Ele levanta a cabeça um pouco para me observar e depois a deita no travesseiro novamente.

- Você é teimosa, não é? – ele reclama, me olhando de cima para baixo.

Dou um sorriso contra o seu pescoço. Sei do que ele estava reclamando. Eu estava de calça jeans, e não de saia, como ele havia pedido.

Toda sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora