Capítulo 45

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Estou encarando Peter com os meus braços cruzados sobre o peito, enquanto ele passa a mão nos cabelos, de forma nervosa. Seu olhar demonstra que ele está indeciso em relação ao que fazer. Estamos no estacionamento da UVA.

Não, ele não estava preocupado com o jogo de lacrosse, que seria em algumas horas na noite daquele sábado, nem estava ansioso pelo fato de só nos vermos no dia seguinte. Estendo uma das mãos em sua direção e o encaro.

- Seu ônibus já vai embora, Peter, me dê logo essa chave. – eu peço. Ele segura a chave do seu carro e quase a põe em minha mão, mas a puxa de volta e morde um dos dedos da mão. – Peter Grant Kavinsky, me dê logo a merda dessa chave! - eu exijo e ele franze a testa.

- O que foi que você disse?

- Peter Grant Kavinsky...

- Não. Não essa parte. Você... você falou um palavrão, Lara Jean? – ele me acusa. Agora parece estar se divertindo.

- Merda nem é um palavrão.

- Falou de novo! – ele diz e sorri.

Eu continuo com os braços cruzados o encarando.

Ele abre uma das minhas mãos e deposita a chave do seu carro, depois a fecha.

- Por favor! Por favor! Cuide dele como se estivesse cuidando do nosso filho, ok?! – ele pede, ainda segurando a minha mão entre as suas.

Reviro os olhos e solto o ar com força pela boca.

- Que exagero!

- Não estou brincando, Covey! Você se esqueceu de que o namoro falso da gente começou desse jeito, quando eu encontrei você sentada no meio da rua porque tinha batido com o carro da Margot?

- Primeiro que o nosso namoro nem começou naquela época... – de fato, neste dia inclusive ele estava indo para a casa de Genevieve. – E depois... depois que isso foi há muito tempo. Eu já melhorei bastante depois daquele dia. Quando eu dirigi até a sua casa de madrugada você não reclamou, não foi?

Ele não diz nada, só me abraça.

Como Peter viajaria para Boston, eu ficaria com o seu carro, assim não teria que depender do carro de Margot. Achei uma ótima ideia, considerando que estávamos meio que brigadas. Eu o havia deixado na universidade, onde ele pegaria o ônibus que levaria o time de lacrosse até Boston e no domingo no final da manhã eu o pegaria de volta.

- Não estou preocupado só com o carro, Covey. – ele diz me olhando, agora de um jeito sereno. – Vai ter uma coisa muito mais importante para mim dentro dele... – ele acaricia meu rosto e sinto meu coração descompassar. De fato, o carro de Peter tinha um motor muito mais potente do que os carros que eu estava acostumada a dirigir.

- Peter K., você está muito romântico ultimamente. – eu o provoco.

- Estou, não estou? – ele fala, pensando a respeito. – Que droga! Estou parecendo um idiota!

- Não está não! – eu falo, depois puxo seu rosto em minha direção, pela gola do seu casaco e o beijo.


Finalmente chego em casa, após levar quase meia hora em um trajeto que normalmente seria feito em quinze minutos. Mas quando Peter retornasse da viagem, seu carro estaria intacto, era uma questão de honra para mim.

- O Peter não ia viajar? – Kitty pergunta, olhando para mim por cima dos óculos, enquanto está sentada no sofá comendo um saco de batatinhas.

- Viajou. – eu digo.

- E por que ouvi o carro dele estacionando do lado de fora? – Kitty pergunta e eu mostro a chave do carro de Peter, com um sorriso debochado. – Uau! – Kity fala e pula do sofá. – Vamos passear! Vamos passear! – ela diz, enquanto pula de alegria.

Toda sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora