Capítulo 17

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Eu e Trina estamos na cozinha lavando a louça do almoço.

Papai voltou para o quarto novamente depois de terminar a refeição. Durante o almoço, olhou poucas vezes na minha direção e parecia um pouco constrangido.

Peter e Kitty estão na sala dividindo um pote de sorvete. De vez em quando escutamos a reclamação de um dos dois pelo tamanho da colherada que o outro tomou.

- Posso fazer uma pergunta, Trina?

- Sim.

- O papai não achava que eu e Peter... já... transávamos? – digo a última palavra de forma rápida e em um tom baixo.

- Bem, Lara Jean, acho que seu pai pensava que vocês só iriam transar depois do casamento, pela reação que teve. – ela fala em um tom divertido.

Eu fico alguns segundos em silencio antes de continuar.

- Mas ele sabe que a Margot...

- A Margot é diferente, Lara Jean, ela é muito independente. E você... você é uma filha tão perfeita!

- Então ele ficou muito decepcionado? – pergunto, sem disfarçar a preocupação.

- Não! Claro que não! – ela então solta o pano de prato na bancada e olha para mim. – Iniciar a vida sexual depois dos 18 anos de idade já é uma proeza hoje em dia.

Eu penso um pouco sobre aquilo e percebo que era verdade. A maioria das garotas da escola não eram mais virgens quando terminaram o ensino médio. Peter e eu namoramos durante quase dois anos até que tivéssemos a nossa primeira vez.

- Com quantos anos você... – pergunto para Trina.

- 15 anos. – ela responde e percebe o choque em minha expressão. – Pois é, Lara Jean. Iniciei cedo.

- E foi... foi bom? Com quem foi? – pergunto curiosa.

Nunca tive a oportunidade de ter aquele tipo de conversa com a minha mãe, então eu não tinha a menor ideia de como teria sido a sua primeira vez. Eu tinha quase certeza de que não teria sido com o papai.

- Foi depois de um baile, com o garoto mais bonito da classe! – ela diz, com a expressão sonhadora. – Mas não está na lista dos melhores sexos da minha vida, sabe.

Dessa vez me sinto envergonhada, pois inevitavelmente imagino se meu pai estaria nessa lista.

- E para você, como foi? – ela pergunta.

Fico um pouco insegurança em responder, mas já que estávamos trocando confidencias, não tinha porque não continuar a conversa.

- Foi... foi... – tento achar as palavras. – foi um pouco doloroso no começo, mas... depois... depois foi muito bom!

Ela sorri e volta a guardar a louça no armário.

- Ponto para o Peter, então. Porque a primeira vez de uma garota geralmente é muito difícil.

Lembro então da noite anterior e do quanto Peter tinha sido carinhoso. E mais, o quanto tudo havia ocorrido... naturalmente. Eu havia fantasiado tanto tempo aquela primeira vez, havia escolhido até uma música específica para trilha sonora, e no final havia sido um encontro natural entre os corpos de duas pessoas que se amavam.

Termino de lavar a louça e limpo a bancada, lembrando-me do que havíamos feito naquele mesmo lugar na noite anterior.

- Vamos combinar o seguinte. – Trina volta a falar. – Da próxima vez você me liga e me avisa que vocês estão aqui, ok?

Toda sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora