Transcendental • Jikook

Part XXIII

oi, sentiram nossa falta? 🤡
>> leiam as notas finais

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Surpreendendo a si próprio, a última coisa que Park sentiu ao conversar com o moreno, foi sono.

Eles ficaram mais de uma hora sentados um de frente para o outro conversando sobre tudo. Eles falavam sobre qualquer coisa aleatória que iam desde filmes favoritos, medos, à sonhos que ainda queriam realizar.

Sem entender o motivo disso, estando ali com Jungkook, Jimin se sentiu... leve... Era como se já o conhecesse. Eles falavam como se já tivessem vivido uma vida inteira juntos. Todas as coisas que Jeon contava sobre si, sobre sua personalidade ou gostos, eram previsíveis para Jimin como se de fato ele já o conhecesse.

Naquele momento ele sentiu que Jungkook poderia sim se tornar um grande amigo seu.

Era isso que estava acontecendo ali, não era? Uma conversa entre amigos e nada além disso. Ao menos era o que Jimin estava tentando convencer a si próprio.

— Jungkook? — chamou a atenção do moreno quando uma luz alaranjada invadiu seus olhos de pálpebras inchadas — Está amanhecendo. Precisamos voltar.

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— Jimin, você está péssimo! — Christine disse à base de risadas.

Jimin tinha acabado de passar pela porta e fechado ela. Ele foi ao quarto da amiga momentos antes do horário do almoço para ver como ela estava. Christine notou que Jimin estava com olheiras, olhos cansados e aparentemente não tinha dormido nada na noite anterior.

— Passou a noite com o Taehyung, foi? — arqueou as sobrancelhas e sorriu sugestiva.

— Não — puxou fundo o ar e caminhou para se sentar no espaço vazio da pequena cama de cabeceira de madeira talhada. — Só não consegui dormir direito.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou ao notar que tinha algo incomodando ele.

— Hm... não. Só perdi o sono. Mas e você, como está? Parou de sentir dor?

Jimin não queria contar o que vinha acontecendo para Christine. Não tudo, já que não tinha a pretensão de expor os sonhos eróticos com Jungkook. Mas queria contar todo o resto. Queria contar que passou a noite inteira no frio acordado com ele em cima do telhado do chalé conversando e olhando as estrelas e luzes no céu enquanto todos os seus amigos, "namorado", e colegas de turma dormiam em suas camas quentinhas. Mas que nunca se sentiu tão quente e acolhido em toda a sua vida. Queria contar sobre como Jungkook fez massagens em suas mãos para relaxá-lo. Contar como os olhos de Jungkook brilhavam quando contava à ele qualquer mínimo detalhe de sua vida como uma criança atenta à uma história de conto de fadas. Queria contar como se sentiu curioso em relação à vida do outro e como o encheu de perguntas. Ele quis saber mais sobre Jungkook. Quis saber sobre seus gostos, seus desejos, seus planos, seus sonhos e seus medos. Porque sentia que queria saber mais sobre ele. Porque necessitava. Queria contar sobre como os dentinhos de Jungkook ficavam expostos dando àquele homem tão misterioso e sério — nem tão misterioso mais — um olhar inocente e infantil. Um outro lado dele que Jimin sentia que ninguém mais conhecia. Mas agora ele sabia. Sabia como Jeon podia ser divertido, como podia ser atencioso, preocupado, como seus olhinhos e nariz ficavam com ruguinhas adoráveis todas as vezes que ele ria muito, e como ele aparentava ainda guardar uma dor muito forte dentro do peito, mas que todas as vezes que Jimin perguntava, ele negava ou tentava fugir do assunto. Mas a dor estava ali. Escondido nos olhos negros que refletiam o brilho das cores no céu. Jimin a enxergava. Mesmo em meio a tantas camadas de autoproteção e medo.