UM ANO DEPOIS
Após o acidente de carro fiquei alguns dias no hospital e logo após sob os cuidados do governo, era uma pousada bem moderna com alguns adolescentes.
Já que eu não estava com nenhum documento eles se convenceram de que tudo havia sido queimado na explosão, mas a verdade é que eu nunca havia feito nenhum por ordens da minha mãe. Dei informações básicas para ajudá-los como a minha data de aniversário, meu nome e sobrenome e os nomes dos meus falecidos pais. Quando prontos fui encaminhada para uma escola para cursar o primeiro ano do ensino médio.
Foi difícil me adaptar, mas eu rezava para sair daquele lugar. Eu contava os dias para o ano novo, pois eu finalmente seria livre e poderia ir para onde eu quisesse.
Graças a um programa de inclusão social eu pude conseguir um novo lar rápido em troca de alguns favores a minha nova família. Eles seriam como uma família adotiva, mas sem ficarem me dando ordens. No folheto estava bem claro que minha função seria supervisionar uma garotinha da minha nova família, quase como uma irmã mais velha ou uma babá. Não fazia parte dos meus planos, mas meu processo de emancipação só foi adiantado porque concordei em aceitar fazer parte desse projeto. Em poucos meses eu poderia viver de forma independente.
Agora eu estava a caminho de uma cidadezinha chamada Hill Valey. Uma pequena cidade rodeada por árvores e longas estradas. O clima era agradável, estava no verão e isso me deixava feliz, eu não iria ter me preocupar com o frio por alguns meses.
Uma cidade pequena com pouco mais que 4250 habitantes. Espero que por ser pequena seja mais fácil para me adaptar. Eu espero. E quem sabe depois eu decido ir para cidade grande.
Assim que cheguei ao centro da cidade observei ao redor e vi quão encantadora ela é. Poucas pessoas na rua, algumas lanchonetes nas esquinas, lojas de roupas, alguns lojas de souvenir e muita área verde. É tão acolhedora que me sinto mais confortável do que na pousada do governo onde estive nos últimos dez meses.
Um pouco confusa eu perguntei para algumas pessoas onde ficava a Escola de Hill Valey. Tive êxito em descobrir e assim que a encontrei admirei a fachada verde e branca com o nome da escola, e os pequenos jardins aos lados da passarela. Entrei rapidamente.
Eu tinha que fazer minha matrícula o mais rápido possível, estava no final da quarta semana do ano e se eu não me matricula-se logo só poderia no segundo bimestre. E eu não tinha intenção de ser a novata esquisita que entrava no meio do semestre novamente.
Um pouco perdida na grande escola procurei algum mapa que mostrasse todos os lugares dela, mas estava difícil de me locomover carregando essas duas malas.
— Está perdida?
Escutei uma voz suave e feminina atrás de mim. Virei-me e avistei uma garota morena com olhos e cabelos castanhos; seu cabelo é cacheado e é notável que ela tem um senso de moda incrível. Ela era jovem assim como eu.
— Sim, um pouco — Eu sorri nervosa — Pode me ajudar?
— Mas é claro que sim — Ela sorriu — O que está procurando?
— Bom... A diretoria — Me sinto uma idiota por não saber de nada, afinal era a primeira que eu fazia isso, já que no ano passado eu sempre tive alguém para me ajudar.
— Claro, venha, eu estava indo para lá também. — Ela começou a caminhar e eu a segui — Acabei de chegar de um acampamento com a minha família e lembrei que não havia renovado a minha matrícula. É mole?
Eu sorri, mas não disse nada.
— E em que ano você está? — Ela me perguntou.
— No segundo — Minha voz saiu um pouco baixa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Última - Saga A Última ● Livro 1
FantasíaApós um acidente de carro misterioso que matou seus pais. Mália Grandier, uma jovem de dezesseis anos, que nunca havia conhecido o mundo à fora se vê forçada a viver com uma família de três irmãos e uma garotinha na cidade de Hill Valey. Mas o que e...