12. SEGREDO

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Após sair da enfermaria com um tala no meu pulso direito fui rapidamente para a escola da Kora. Não tive tempo de trocar de roupa, então apenas peguei um casaco que estava no meu armário e o amarrei na cintura.

Ao me aproximar da escola da Kora a avistei me esperando. Ela estava afastada das outras crianças. Ela não estava com uma cara muito boa. Me aproximei para que a professora a liberasse.

— O que aconteceu? — Perguntei ao me aproximar.

Ela me entregou uma folha de papel. Nela dizia que a Kora havia machucado um de seus colegas e por isso levou uma advertência. Se o ocorrido acontecesse mais duas vezes ela seria expulsa.

Era só o que me faltava.

O Dominic e ela combinaram de machucar seus colegas de classe hoje?

— Não acredito, Kora! — Exclamei. Eu já estava irritada por causa do Dominic e agora a Kora — Estamos na primeira semana da escola e você já levou uma advertência.

— Não foi culpa minha. Ele tentou pegar meu lápis e eu o empurrei. Não é culpa minha se ele não tem equilíbrio. — Ela me encarou e hesitou por um instante — E... eu não tenho controle da minha força. Foi um acidente.

— O que quer dizer com isso? — Perguntei e ela arregalou os olhos como se tivesse falado algo que não deveria.

— Nada! — Ela exclamou. Um pouco mais baixo do que se estivéssemos na mansão

Eu suspirei.

Uma mulher de pele morena aproximou-se de nós.

— Olá... é irmã da Kora?  — Ele hesitou um pouco.

— Er... Hum... Sou a responsável por ela.

Quase gaguejei. Eu ainda não estava acostumada com a idéia de ser irmã dos Byron. Mesmo que fosse por alguns meses, eu não queria me apegar a eles dessa maneira.

A mulher ofegou e respirou fundo antes de começar a falar.

— Sou a professora da Kora. — Ela hesitou novamente — Desculpe-me pela... hmm... advertência na primeira semana de aula, mas devido ao... ocorrido foi necessário.

A mulher estava inquieta. Como se estivesse com medo de mim. Lembrei da influência dos Byron na cidade. Talvez ela estivesse assustada por ter dado uma advertência para uma Byron.

Rapidamente mudei minha postura e sorri para a mulher afim de tranquiliza-la.

— Eu entendo completamente — Falei olhando para a Kora. Eu sorri para a mulher.

Ela arqueou as sobrancelhas e sorriu tranquilizada.

— O menino se machucou muito? — Perguntei.

— Bem, a Kora o empurrou com muita força fazendo com que ele se chocasse contra a parede. —  Ela pigarreou e continuou — Ele machucou o braço e está no hospital agora.

Encarei a Kora por um momento. Ela estava chutando o chão e evitando contato visual conosco.

— Me desculpe por isso. Diga aos pais dele que arcaremos com as despesas. Amanhã trarei o dinheiro.

Tenho certeza de que o Dante não irá se importar com isso.

— Claro, senhorita... Byron? — Ela sorriu.

— Me chamo, Mália Grandier. — Nos cumprimentados e nos despedimos.

Quando chegamos em casa a Kora não quis brincar no resto da tarde e disse que queria ficar sozinha. Para uma criança ela sabe o que quer. Não protestei. Queria fazer algumas atividades antes de tomar banho e fazer o nosso jantar.

A Última - Saga A Última ● Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora