28. FRACTAIS

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Nesta manhã eu consegui me acordar antes do meu despertador. Depois do meu encontro com o Dominic ontem, voltamos para meu quarto e dormimos juntos. Quero dizer, ele dormiu, eu não consegui parar de admirá-lo. Ele era tão perfeito. Sem exageros. Perfeito da maneira dele.

Levantei-me o mais lentamente possível para não lhe acordar. Fui em direção ao banheiro e tomei um banho longo e gelado. Enrolei-me em minha toalha e abri a porta do banheiro. Queria ter certeza de que o Dominic ainda estava dormindo antes de sair. Seria vergonhoso para mim se ele me visse apenas de toalha. Para minha surpresa ele não estava mais no quarto. Sai e caminhei em direção a minha penteadeira. De repente senti algo me abraçar por trás.

— Bom dia, bruxinha — disse Dominic.

Ele beijou meu pescoço ainda molhado, o que me fez estremecer.

— Dominic! — exclamei — Você me assustou.

Ele sorriu de lado.

— Você é péssima em fazer silêncio sabia? — ele gargalhou — Não acredito que achou que eu não acordaria se você não fizesse barulho.

— Eu só não queria fazer barulho — menti — Não foi por sua causa.

— Sei — ele sorriu — Hoje o Alec vai levar a Kora para caçar. Então teremos a mansão inteira para nós.

— E o Dante?

— Você sabe que ele só volta durante a noite.

Eu permaneci em silêncio. Seu olhar malicioso me encontrava, mas eu não era capaz de pensar no que poderíamos fazer hoje enquanto estivéssemos sozinhos.

— Vou tomar um banho e depois vou até o hospital pegar algumas bolsas de sangue — eu o encarei. Não me incomodava que ele bebesse sangue humano, me incomodaria se ele matasse alguém para isso — A lua de sangue é amanhã e sangue humano nos faz resistir mais que o sangue animal.

— Isso não me incomoda, não se preocupe — ele me abraçou e saiu do quarto.

Vesti-me com uma roupa casual — Regata e short — Logo após caminhei até a cozinha para comer. Dominic já havia saído então eu estava completamente sozinha nessa mansão assustadora.

Era engraçado pensar que o Dante ia ao mercado apenas para me comprar alimentos. Ele não parecia ter muita noção do que comprar. Já que comprava mais lanches que o indicado pelo ministério de saúde.

Após comer cereal com leite voltei para o meu quarto. Escovei meus dentes e sentei-me na escrivaninha. Abri outro livro do Dante e comecei a lê-lo:

Toda bruxa é capaz de ampliar o alcance de seu poder. Mas para isso ela deve concentrar-se o máximo que ela puder. No inicio as bruxas tendem a focar seu poder em apenas um objeto e isso, para algumas, já é o suficiente para deixá-las exaustas. Mas há bruxas de clãs mais poderosos que conseguem de primeira dominar mais de um objeto por vez.

Lembrei que quando o Dominic me ajudou no lago eu consegui mover mais que uma pedra por vez.

Uma boa estratégia para combate é repartir o poder. Muitas vezes em combate é possível enfrentar mais de um inimigo. É sempre aconselhado que uma bruxa reparta seu poder em quantas partes necessárias e impossibilite cada adversário em segundos.

Visualize certo inimigo, o deixe incapacitado e ponha atenção em outro. O primeiro não irá se libertar dependendo da força da bruxa e de sua capacidade de aguentar o máximo que puder.

Um dos golpes para combate mais eficientes e mais eficazes das bruxas é o punho fechado. Com ele você canaliza o corpo do inimigo juntamente ao seu poder na palma da mão e quando tiver satisfeita pode fazer um gesto de punho fechado com a mão. Assim estraçalhando os ossos do inimigo. Essa é uma técnica rápida e fácil, mas requer muita concentração.

Levantei-me e procurei algo em meu quarto que eu pudesse quebrar. Olhei para um espelho pequeno de bolsa e me concentrei nele.

Primeiro visualizo o espelho flutuar e assim ele fez. Depois, levantei minha mão na direção dele, me concentrando em juntar meu poder a ele. Fechei a mão, mas nada aconteceu. Ele continuava flutuando.

Novamente eu me concentrei no espelho, mas dessa vez eu visualizei ele se quebrando em pedaços e assim aconteceu, o espelho quebrou em pedaços, espalhando suas partes em cima da minha penteadeira.

O resultado foi o esperado, mas eu não consegui fazer o que estava no livro. Respirei fundo e procurei outro objeto que eu pudesse quebrar sem fazer muito esforço.

Avistei o mini jarro com flores em cima da minha escrivaninha. Afastei-me dela e fiz o jarro flutuar. Dessa vez fechei meus olhos com força e visualizei meu poder envolver o jarro. Era difícil imaginar algo que não se podia ver.

“Mália... Abra os olhos”

Um sussurro das vozes ecoou em minha cabeça, mas isso não me assustava mais. Ao abrir meus olhos me deparei com uma cena totalmente nova.

Havia uma espécie de luz enfumaçada branca envolvendo o jarro. A luz se movia lentamente envolta dele. Era lindo. Aquele era o meu poder, em forma de fractais.

Meus olhos estavam bem abertos e eu sorria abertamente. Era uma versão pequena da luz branca que eu havia visto no acidente dos meus pais. Sem esperar mais eu fechei o punho e sorri ainda mais ao ver o jarro se quebrar em partes.

— Incrível — a voz do Dominic me assustou — Você está melhorando.

— Dominic — eu sorrio para ele — viu isso?

— Você é mais poderosa do que pensa — eu sorri. Ele estava sentado na janela.

— Tem certeza que você é um vampiro? — perguntei com tom sarcástico — Porque pra mim você age como um macaco.

Ele gargalhou.

— Na verdade eu tenho preguiça de ter que subir aquela escada idiota. É bem mais rápido entrar pela janela. — ele aproximou-se de mim e me deu um selinho. — Se tivesse me esperado eu poderia te ajudar.

— Me ajudar a estraçalhar seus ossos? — Perguntei, o que fez ele negar com a cabeça. — O que vamos fazer hoje?

— Eu pensei em fazermos nada juntos. O que acha? — ele piscou para mim.

— Fazer nada é um muito cansativo. — disse, envolvendo meus braços em sua cintura.

— Na verdade você já se cansa apenas por ser linda — ele piscou — Eu estou brincando. Estava pensando em tentarmos algo.

— O que? — perguntei, atenta para outra brincadeira sua.

— Você verá. Mas tem que me prometer que vai me deixar conduzi-la — Ele me perguntou quase sussurrando. Ele parecia nervoso.

— Do que está falando? — perguntei, confusa.

— Me prometa. — ele aumentou o tom de sua voz como se estivesse implorando.

— Eu prometo. — falei com firmeza.

Como na noite anterior eu estava curiosa para saber sobre o que ele estava falando. Milhões de coisas passavam na minha cabeça, mas eu não era capaz de decidir qual era a correta. A única coisa que eu tinha certeza era de que tentaríamos algo novo.

Desculpem o atraso. Esse dias eu estava fazendo compras para o Natal.

❤️ FELIZ NATAL ADIANTADO ❤️

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A Última - Saga A Última ● Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora