No dia seguinte o Dominic e o Alec não apareceram o dia todo, o que resultou em um sábado longo e solitário. Apesar de durante a tarde eu e a Kora assistimos novamente o filme da Cinderela e fizemos alguns desenhos para sua professora.
Eu só conseguia pensar nas intenções do Dominic para hoje à noite. Eu sentia que ele não tinha me convidado por nada. Sei que ele tinha algo em mente. O que me deixava mais ansiosa.
Depois de brincarmos quase a noite toda finalmente era a hora da Kora ir dormir.
Já eram dez e meia da noite e nenhum sinal do Dominic. Eu já estava vestida e pronta, apenas esperando que ele aparecesse. Sentei em minha cama. Eu brincava com meus dedos da mão para controlar a ansiedade. Pensava se ele iria gostar da minha produção de hoje. Afinal, na noite da festa do Jason eu não me vesti como eu mesma.
Hoje eu escolhi um vestido rosé acima do joelho. Ele era bem acinturado e suas mangas eram curtas. O colo estava coberto por um tule envolto por rendas floridas. Nos pés usei um sapato fechado branco. Deixei meu cabelo solto, apenas preso por duas presilhas de cabelo floridas. Queria me arrumar do meu jeito para ele.
Minha janela se abriu e mesmo não vendo o Dominic nela, eu tinha certeza de que ele havia chegado.
- Estou atrasado? - ele sussurrou em meu ouvido.
- Não muito - sorri ao me virar para encará-lo.
Ele estava incrivelmente atraente. Dominic usava uma camisa social preta. Os dois primeiros botões estavam abertos, deixando pouco de seu colo amostra. Por cima usava um sobretudo preto. Com uma calça sarja preta e sapatos pretos.
- O que está olhando? - ele sorriu me estendendo a mão.
- Você está lindo! - sorri para ele. Eu me sentia uma boba.
- Você não está diferente de mim - com o dorso de sua mão ele alisou a maçã do meu rosto - Linda.
Dominic pegou meu casaco em cima da cama e me ajudou a colocá-lo. Ao invés de me deixar subir em suas costas, Dominic meu pegou nos braços.
- Não me solte! - exclamei olhando para a altura vista da minha janela.
- Nunca - ele pulou e fechei os olhos.
A brisa da noite estava fria, ainda mais quando se estava em alta velocidade. Eu apertava o Dominic com meus braços que estavam envoltos em seu pescoço.
Eu o encarava. Ele estava totalmente concentrado para desviar dos arbustos com cuidado. Ele ficava incrivelmente atraente quando estava sério.
Não demorou muito para chegarmos ao lago. Assim como na outra noite, toda a extensão do lago estava iluminada pela luz da lua. Havia uma manta vermelha cobrindo uma pequena parte do chão.
Dominic me colocou no chão lentamente. Sentamo-nos e nos encaramos por alguns segundos.
- E então? - perguntei curiosa.
Ele apenas me olhava com seus olhos brilhantes. Sorri timidamente ao notar que nós dois mordíamos os lábios. Virei o rosto antes que meu coração começasse a acelerar apenas por olhá-lo. Eu queria tocá-lo. Sentir sua pele gelada contra a minha novamente.
- Eu... Eu queria te expor meus sentimentos - ele parecia envergonhado e nervoso - Pode parecer besteira, mas quero que saiba o que sinto.
Eu o encarei. Meu coração acelerou as batidas instantaneamente. Sempre foi difícil entender o Dominic. Eu queria escutá-lo mais do que ele imaginava.
- Quero que saiba o porquê agi como agi com você. Não fiz por mal, eu apenas não queria me aproximar de você - eu encarei o chão, sorrindo de lado. Eu não conseguia disfarçar minha cara melancólica ao escutar aquelas palavras - Eu estive por muitas décadas negando qualquer sentimento de afeto. Eu não queria amar alguém sabendo que um dia essa pessoa iria morrer. Eu não queria essa decepção, mas quando vi você na primeira noite, foi como se todos os muros que eu havia construído por anos tivessem sido derrubados por você - eu encarei novamente - Eu sabia que se eu não te evitasse eu iria acabar me apaixonando.
Ele sorriu para si mesmo evitando contado visual.
- Droga de sentimentos ampliados... - ele me encarou novamente - Mas você, e seu jeito, me pegaram de surpresa. Quanto mais eu tentava me afastar você, mais você me desafiava. Mesmo depois de quebrar seu pulso, acidentalmente - ele enfatizou a palavra, me fazendo sorrir - Você continuava me desafiando. E então você descobriu o que somos e achei que te dando um susto você iria me esquecer completamente e sairia de nossas vidas, mas então... - ele sorriu abertamente para mim - Você veio até meu quarto se desculpar. Não imagina o quanto achei você corajosa. Foi tão difícil tratar você daquela maneira quando eu já admirava sua personalidade.
Meu sorriso se abria aos poucos. Eu o escutava com atenção. Eu estava totalmente extasiada por cada palavra que saia de sua boca.
- Então percebi que todo meu esforço de dias havia sido em vão quando vi você na festa do Jason, eu pretendia te tirar dali, mesmo que fosse a força. Eu temia que alguém tentasse algo com você e você fosse involuntariamente ou voluntariamente. Me irritava apenas imaginar alguém te tocando.
Ele se inclinou em minha direção e alisou as maçãs do meu rosto.
- Quando nos beijamos eu finalmente senti que você de alguma maneira me queria também, então prolonguei o beijo mais do que eu deveria. Eu estava sedento por você mais do que eu imaginava. Não foi minha intenção constranger você saindo daquela maneira, mas se eu não tivesse saído eu poderia ter te mordido ali mesmo. - ele segurou minhas mãos com força - Preciso que entenda que nós, vampiros, sentimos atração pelo sangue a qualquer momento. Estamos atentos a qualquer cheiro involuntariamente.
- É por isso que não deu continuidade ontem? - ele confirmou com a cabeça.
- Eu quero muito. Acredite em mim - ele se inclinou para me olhar mais de perto - Eu tenho muito medo de te machucar novamente. As últimas semanas foram as melhores dentre todas em minha longa existência. Fazer você sorrir é o que me deixa ainda mais inspirado a acordar todos os dias e eu não quero perder isso apenas por que eu não consegui me controlar.
- Não irá superar esse medo se nunca tentar - falei, mas eu tinha medo de que ele achasse desesperada - Eu não quero que interprete errado, mas eu não quero que nos prive de coisas pelo medo do que pode fazer a mim. Eu tenho meus poderes para me defender.
Ele sorriu.
- Com certeza tem - ele passou a mão exatamente no lugar em que "eu" o acertei com o vaso. O que me fez sorrir.
- Obrigada por me contar tudo isso.
Ele sorriu e se inclinou em minha direção. Aos poucos senti seus lábios tocarem os meus. Eles se encaixavam perfeitamente como se tivessem sido feitos um para o outro.
Eu sentia falta disso desde ontem. Seus lábios gelados e macios nos meus. Proporcionando-me sensações de conforto. Suas mãos segurando meu rosto para aprofundar o beijo. Sua língua pedindo passagem. Cada toque do Dominic me fazia arfar de prazer e amor.
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A Última - Saga A Última ● Livro 1
FantasyApós um acidente de carro misterioso que matou seus pais. Mália Grandier, uma jovem de dezesseis anos, que nunca havia conhecido o mundo à fora se vê forçada a viver com uma família de três irmãos e uma garotinha na cidade de Hill Valey. Mas o que e...