23. CAÇADA

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Na noite seguinte por volta das onze horas o Dante pediu para que eu começasse a me arrumar pois iríamos sair logo. Coloquei minhas botas, calça jeans e uma jaqueta já que a noite estava fria.

Enquanto eu terminava de me arrumar tentava não pensar muito. Isso me deixaria nervosa e talvez assustada e isso provavelmente estragaria minha noite e a noite de caça dos meninos. Parece burrice ir para o meio da floresta durante a noite com quatro vampiros, mas eles me consideram parte da família e tenho certeza que não me farão nenhum mal.

Virei-me assustada ao escutar minha janela bater, o vento deve tê-la aberto. O clima estava agressivo hoje, me pergunto se isso complicará a noite de caça dos rapazes.

Assim que a fecho e me viro dou de cara com o Dominic.

— Está pronta, bruxinha? — ele me pergunta, sorrindo.

— Entrou pela minha janela?

— Sim. Algum problema?

— É claro que há um problema! — exclamei, tentando mostrar raiva ao invés do medo pelo susto — Você não pode simplesmente entrar no meu quarto sem me pedir e ainda mais pela janela!

Ele sorri alto.

— Calma! Calma! — ele sorriu e ergueu as mãos fingindo se proteger de mim — Eu apenas vim te buscar. Você já esta pronta certo?

Eu o encarei por um instante. Como ele conseguia agir como se nada tivesse acontecido. Como se nós fossemos próximos. Dominic parecia separar as coisas muito bem. Enquanto eu só conseguia pensar nos momentos que tivemos nos últimos dias.

— Sim, estou pronta! — murmurei ainda com o tom de voz raivoso.

— Ótimo. Venha!

Dominic aproximou-se da janela abrindo-a e logo me estendeu a mão.

— Não! — exclamei dando um passo para trás — Eu não vou sair pela janela com você!

— Eu não vou te soltar, eu prometo.
Ele sorriu maliciosamente. Caminhei até ele apenas para ver a altura que nos separava do chão e recuei um passo.

— É melhor não — falei virando de costas, mas rapidamente senti o braço do Dominic envolver minha cintura e me colocar em suas costas. Sem me dar tempo para protestar ele pulou da janela aterrissando suavemente no chão. Segundos haviam se passado. Tudo foi tão rápido como piscar.

— Viu? Não foi tão ruim — ele me falou me olhando pelo canto do olho. Eu apenas o apertei com força enquanto tentava estabilizar minha respiração.

Dominic suspirou e começou a correr em direção a floresta. Ele era tão rápido. Tudo estava tão rápido. Era como se fossemos folhas que são levadas pelo vento. Ele desviava dos galhos das árvores com facilidade, pulava sobre eles como se não fossem nada. Escondi meu rosto na curvatura de seu pescoço quando senti que o vento estava fazendo o meu rosto e meus olhos arderem. Pensei em falar para o Dominic ir mais devagar, mas eu estava tão absorta pelo momento que não conseguiria formular uma frase sequer.

Apesar do medo de antes e das minhas duvidas em relação ao Dominic, eu estava gostando daquele momento. Nada se comparava aquilo. Nenhuns dos meus conflitos internos eram capazes de me distrair daquele momento. Essa era uma experiência nova que estava me fazendo descobrir outra parte de mim que eu ainda não conhecia. Esse era o meu mundo agora, o mundo sobrenatural.

Não demorou muito para que eu pudesse avistar o Dante e o Alec a nossa espera. Dominic parou perto deles e me desceu de suas costas com calma. Eu duvidava que pudesse permanecer em pé devido a uma leve tontura, mas o Dominic segurava-me pelo braço e apenas me soltou quando teve certeza de que eu estava bem.

A Última - Saga A Última ● Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora