11. ADVERSÁRIO

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Durante o almoço eu não conseguia parar de pensar no Dominic e sobre nossa conversa de mais cedo. Eu queria tentar conversar e pedir desculpas. Se aquilo o feriu com certeza não foi a minha intenção. Mas ele não estava na cantina. Após as aulas de literatura ele saiu tão depressa que não fui capaz de falar com ele.

Meus pensamentos não me deixavam em paz, e eu não podia evitar ficar me sentindo culpada. E eu sou! Eu não deveria ter falado sem pensar. Primeiro com o Alec e agora com o Dominic. Se eu não segurar a minha língua vou perder a Amber e a Lisa também.

— Ei! Mália! — Amber acenou com sua mão em frente ao meu rosto — Tá me escutando?

— O que disse? — Perguntei.

A Amber suspirou.

— Não acredito que eu estava falando sozinha até agora — Ela resmungou.

— O que eu sou pra você? — Disse Lisa — Um fantasma?

— A pergunta não foi para você — Amber retrucou.

— Desculpa, estou com a cabeça cheia. — Falei me recompondo — O que dizia?

— Eu perguntei... Se você... Pretende... Ficar na cidade... Após fazer dezessete anos e se emancipar — Ela falou pausadamente.

— Eu ainda não decidi. — Murmurei — Ainda faltam dois meses. Terei experiências suficientes para me fazer decidir sobre isso.

Eu não tinha planos para depois de completar dezessete anos. Eu sabia que não precisaria mais viver com os Byron, mas tenho medo de viver por minha conta.

Sempre ansiei por isso e agora que tenho a oportunidade não posso evitar ficar preocupada. Nunca estive sozinha, alguém sempre esteve ao meu lado.

Seria eu capaz de viver por conta própria?

— Eu gostaria que ficasse, mas não na condição atual. — Disse-me Amber.

— O que quer dizer com isso? — Perguntei e mordi meu sanduíche.

— Ah você sabe, morar com aqueles quatro — Ela deu de ombros — Não me parece uma boa idéia.

— Amber... — Disse Lisa.

— Eu só estou dizendo que ela não precisa morar com eles quando se tornar responsável por si mesma.

— Sim, eu sei. — Murmurei — Não pretendo viver com eles após minha emancipação, mas creio que não terei dinheiro suficiente para comprar uma casa agora.

— Seus pais não tinham dinheiro guardado? — Perguntou Lisa.

— Tinham algumas coisas, mas ainda estão decidindo se eu devo receber aos dezessete ou aos dezoito que é o indicado perante a lei. — Eu suspirei.

— Essas leis são um saco — Amber  resmungou.

— Então continuará com os Byron? — Lisa abriu um sorriso ao fazer a pergunta.

— Acho que por enquanto. — Falei — Precisarei falar sobre isso com o Dante. Posso continuar trabalhando para eles e pedir ajudar para comprar um apartamento por perto.

A Última - Saga A Última ● Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora