19. DESCONFIANÇA

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Na manhã seguinte me levantei e caminhei em direção ao banheiro. Após tomar meu banho, escovei os meus dentes e o meu cabelo. Coloquei o meu uniforme e peguei minha mochila.

Eu procurava coragem até de onde não tinha para enfrentar a garotinha que me esperava em seu quarto.

Após respirar fundo entrei no quarto.

— Kora, hora de levantar. — falei com calma.

Ela sentou-se na cama e me observou enquanto eu organizava o seu uniforme e sua mochila.

— Você não está com medo de mim? — Kora me olhou com o olhar mais inocente do mundo.

— Por que eu teria medo de você, Kora? Você é apenas uma criança.

Uma criança sanguessuga!

— Mas agora que você sabe o nosso segredo, você deveria...

— Kora, nada mudou. Você continua sendo uma criança e eu continuo sendo sua babá. — Eu a interrompi o que a fez erguer as sobrancelhas — Não é por que você e seus irmãos são... ...diferentes que eu vá ter medo de vocês.

— Ah

Kora ainda estava sentada na cama balançando seus pés, ela parecia pensativa. Perguntei-me quantos anos de vida ela tinha realmente. Deve ser frustrante para ela estar condenada a ser uma criança pelo resto de sua vida.

— Mas tem um ponto positivo nisso, pequena — sorri para ela.

— E qual é? — ela me encarou curiosa.

— Não vou mais tentar forçar você a comer — falei e ela abriu um sorriso — agora vá para o banho ou vamos nos atrasar.

Ela obedeceu.

Acho que vamos nos dar muito bem agora.

Enquanto ela vestia seu uniforme eu comecei a organizar a bagunça que ela sempre fazia no banheiro.

Peguei as minhas coisas e as dela e desci para sala de jantar. Estava vazia. Agora eles não precisavam mais fingir serem humanos. Acho que era realmente entediante ficar na mesa apenas me vendo comer.

Peguei um sanduíche na mesa e sai com a Kora.

Na aula de educação física, no quinto período, eu encarava o Dominic. As imagens de ontem voltavam repetidamente em minha cabeça.

Suas presas, seus olhos vermelhos, sua expressão sombria. O medo que me dominou quando achei que ali seria o meu fim.

As imagens dessa madrugada também reapareciam involuntariamente. O corpo definido do Dominic e suas carícias. Aquilo havia me seduzido mais do que eu imaginava.

De repente eu me senti atraída por ele, pelo vampiro que tentou me morder. Voltei à consciência e ele estava na quadra de tênis me encarando. Seus olhos gloriosos encarando os meus. Desviei meu olhar rapidamente. Eu não queria mais ter esses pensamentos em relação ao Dominic.

Após o almoço eu fui em direção a enfermaria para tirar a tala. Meu braço já estava bem melhor. Agora a Amber podia me puxar pelo braço me fazendo correr até a nossa última aula, a aula de misticismo.

Ela parou envergonhada quando encontramos o professor na entrada.

— Chegaram cedo, senhoritas. A aula começará em alguns minutos.

A Última - Saga A Última ● Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora