CONSEQUÊNCIAS

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Eu estava numa casa antiga, uma especie de chalé, no meio da floresta. Era manhã e eu não conseguia reconhecer aquele local, mas nós havíamos passado a noite ali. Levantei da cama, um pouco atordoada e encontrei-a na cozinha, só de calcinha e uma camisa larga. Corri até ela e abracei-a por trás.

_ Como viemos para cá?

_ Vai bancar a esquecida é? kkkkk vem, vamos comer

_ Uau! esse banquete é só para nós duas?

_ deixa de ser boba, queria fazer algo especial para você...

_ Amei...

Empurrei-a com meu corpo até a parede e na ponta dos pés, levei meus lábios até os seus. Nossos corpos pressionados um contra o outro reagiam instantaneamente aos estímulos e eu nunca senti tanto desejo por alguém. Levantei-a e a coloquei sentada na bancada da pia/armário. Continuamos os beijos até que ela me afastou suavemente e sussurrou em meu ouvido bem baixinho:

_ Calma, sua tarada. Temos muito tempo ainda... mas vamos comer, que te fiz um café da manhã todo especial...

Eu me afastei e sorri. Aquilo era o paraíso. Ela fazia eu sentir como se cada batida do meu coração fosse um grito de felicidade. Sentei com ela na mesa, me servi de café e começamos a conversar. Ela me olhava enquanto se servia também e sorria de algo bobo que eu falei. 

Mas algo estranho aconteceu, quando olhei para o meu prato, tudo o que eu havia colocado estava escurecendo e apodrecendo subitamente. Olhei para o restante da mesa e a mesma coisa acontecia com o resto da comida. Levantei desesperada e tentei falar com Manu, mas ela me olhava de um jeito estranho. 

Seus olhos foram perdendo a cor e o brilho enquanto ela ia de encontro ao chão. Seus pulsos estavam cortados e ela sangrava muito. Corri até ela e tentei gritar por ajuda, mas quem me ouviria naquele lugar? Quando quis deixá-la para ir atrás do meu celular, ela apertou a minha mão e disse suas últimas palavras:

_ Você estragou tudo. Você acabou com a gente...

Então suas pupilas ficaram brancas e sem vida e eu nem pude dizer mais nada, pois ela morreu ali, em meus braços...

Acordei desesperada e sem ar. "FOI APENAS UM PESADELO, NATÁLIA!" A voz na minha cabeça tentava me convencer que tudo não passou de um sonho. Mas parecia ser tão real que meus nervos demoraram a processar que tudo aquilo não tinha acontecido de verdade. Talvez fosse meu psicológico me mandando um lembrete. Eu sempre tinha o hábito de estragar tudo de bom que me acontecia, mas eu não queria estragar tudo com Manu também. 

Quando consegui falar com ela, já passava do meio dia. Dona Adriana controlava seu celular e só liberava depois que ela tivesse terminado suas tarefas domésticas. Mas claro que aquilo era só uma desculpa para ela se certificar de que Manu e eu não estávamos nos falando. Com certeza as coisas estavam muito difíceis para nós, ainda assim, resistíamos juntas. Ela não podia vir na minha casa e muito menos eu poderia ir na dela. Eu morria de saudades, mas só em ter como falar com ela já era uma coisa boa.

_ Como você está? Sonhei com você... _Eu iniciei
_ Estou ótima, não sei se te contei, mas estou namorando. Me conta o sonho?
_Tá é? E quem foi o ser humano sortudo que te fisgou?
_ Uma garota maluca que roubou meu coração... haha Conta o sonhooooooo
_ Que ladra de sorte! O sonho... estávamos juntas em uma casinha e tava tudo maravilhoso, mas eu estraguei tudo e tive que ver você morrendo em meus braços... acordei desesperada
_ Credo... não se preocupa com isso. Você não vai estragar nada e eu tô ótima. Nem um pingo morta.
_ kkkkkk maluca. Eu morro de medo de te perder...
_ Não vai. Agora eu tenho que te contar. Estou sozinha em casa. Quer dar um pulinho aqui?
_ COOOOOOOOOOMMMMMMMM CERTEZAAAAAAAAAAA!!! Vou sair escondido. Me espera na porta...
_ Sim senhora, tô te esperando.

Corri para escovar os dentes e trocar de roupa. Ela fazia eu ter vaidade até nesses pequenos detalhes. Corri para a casa dela, fugindo de fininho para a minha irmã não me ver saindo. Chegando lá, ela abriu a porta e eu me joguei nos seus braços. 

Nos beijamos e eu já havia deixado todas as preocupações de lado. Joguei-a no sofá e sentei em cima dela, sem pausar os beijos apaixonados e abrasadores que trocávamos. Ela apertava minha cintura e me trazia para mais perto ainda, enquanto eu colocava minhas mãos por baixo de sua blusa e apertava seus seios que, por sinal, estavam muito duros e acesos. Insaciáveis, já estávamos excitadas,  mas a interrupção veio mais rápido do que esperávamos. 

Eu só me dei conta do que aconteceu, quando de fato aconteceu: dona Adriana havia esquecido alguma coisa, voltou para buscá-la e quando abriu a porta, deu de cara com Manu e eu nos pegando no sofá. Os gritos começaram e eu estava atordoada demais para raciocinar. Saí da casa dela quase que sem reação, enquanto ela gritava coisas horríveis para nós. Mas com certeza, as consequências seriam bem piores para Manu.

Voltei para casa letárgica com tudo o que aconteceu. "BANDO DE COISA RUIM" "ABERRAÇÕES" eram algumas das palavras que ela havia gritado enquanto me expulsava de lá. Quis voltar e enfrentá-la. Queria tirar Manu de lá, mas para aonde eu a levaria? Se nem na minha casa ela podia entrar? O que eu deveria fazer então?

Fiquei com raiva da minha fuga covarde. Eu não podia ter deixado ela sozinha com aquela mulher. Peguei o celular para ter alguma notícia dela, mas nada. Meu peito doía e peguei logo um calmante para não surtar com aquilo tudo. Será que ela havia batido na filha por minha causa? Decidi que não poderia ficar de braços cruzados. 

Peguei a chave do portão, mas quando fui saindo, avistei dona Adriana vindo em direção a minha casa, andando rápido e com os punhos fechados, transbordava pressa e raiva. Agora seria a minha vez de encarar as minhas consequências...

PUTZ! Me Apaixonei Por Uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora