Eu: _ Oi mãe. Tudo bem?
Mãe: _ Oi Nat, oi Manu. O que estão fazendo?
Manu: _ Oi dona Laura, boa tarde.
Eu: _ Estamos olhando vídeos no tiktok.
Mãe: Nat, queria conversar com você. Vou só tomar um banho e já volto.
Eu: Tá bom.Minha mãe não conseguia esconder o desagrado ao ver Manu, mas até que ela tentou ser educada. Fiquei imaginando qual seria a sua reação, se ela descobrisse que nós ficamos.
_Baby, já vou. Ela parece chateada. Tá tudo bem?
_ Ah, isso me lembra, eu deveria ter te contado antes. Acho que a conversa é sobre Lucas. Ele conseguiu um habeas corpus...
_ Que droga de justiça!
_ Verdade. Minha mãe solicitou uma medida protetiva e ele não pode chegar a 300 metros de mim. Mas você sabe como ela é muito preocupada, então vai ficar na minha cola direto agora, até isso ser resolvido.
_ Ela está certa. Não sabemos do que ele é capaz e quanto mais proteção, melhor. Me mantém informada de tudo, tá? E se cuida muito, por favor.
_ Pode deixar. Se cuida também.Dei um beijo em sua bochecha e a levei até a porta. Logo minha mãe já estava arrumada e veio ao meu encontro.
_ Você sabe que agora tem que ser bem cuidadosa, não é? Já tomamos todas as providências, mas quero te pedir algumas coisas também.
_ Pode dizer...
_ Não quero você saindo sozinha por aí. Se precisar sair, nos avise para alguém ir com você. Quando estiver em casa, as portas devem se manter sempre trancadas e qualquer movimentação suspeita, nos avise no mesmo instante. E se ele aparecer, ligue imediatamente para a polícia...
_ Mãe, cê acha que precisa mesmo isso tudo? Desse jeito, tô sentindo que quem está sendo presa sou eu...
_ Precisa sim. Na delegacia me disseram que é a segunda passagem dele pela polícia. Ele já foi preso por agressão. Não quero esperar acontecer alguma coisa com você para tomar uma atitude. Estamos combinadas?
_ Nossa, eu não sabia. Estamos sim, fazer o que né?!
_ É... Outra coisa, essa menina fica dentro do quarto direto é? Já não basta viver aqui e ainda é desse jeito?
_ Ah, não começa, mãe...
_ Não esqueça que essa casa é minha e que quem dita as regras aqui sou eu. A partir de hoje, nada de ficarem sozinhas no quarto.
_ Aff... okay!Liguei a tv e tentei me distrair. Por mais que eu não quisesse pensar em Lucas, aquela situação estava começando a me preocupar. Como eu deixei passar tanta coisa? De todo o caso, a polícia está cuidando de tudo e estou segura. Peguei o celular e mandei mensagem para Manu.
"É estranho eu já estar com saudades de você?"
Queria que ela não tivesse ido embora. Agora mais do que nunca, eu a queria por perto. Tudo em mim estava diferente e me peguei pensando nos momentos picantes que tivemos. Todo esse tempo, acreditei não sentir prazer no sexo por causa de todos os traumas que passei, mas com ela, foi algo inacreditável. Será que sempre fui lésbica e nunca percebi? Que loucura. Eu estava me divertindo com a situação.
Comecei a assistir "BlindsPot" na Netflix. Sou apaixonada nessa série e me perco no tempo assistindo. Além de amar a Jaimie Alexander, sempre achei ela super parecida com Manu. O jeito do rosto, bochechas, olhos, sinais... Era incrível. O que me fez gostar mais ainda da série. Mas eu não estava totalmente concentrada, estava inquieta esperando pela resposta de Manu, que nunca veio.
Assisti uns cinco episódios. Já era noite e eu me sentia muito angustiada. Porquê ela não respondia? Será que a mãe tomou o celular novamente? Aquela dúvida era cruel. Eu ansiava por notícias.
A saudade virou preocupação. "Calma, Nat. Você está exagerando. Deve estar tudo bem e ela só deve estar ocupada". Mentalizando isso, tentei concentrar na série, mas logo ouvi alguém bater na porta.
Levantei o mais rápido que pude, mas quando cheguei na sala, minha mãe já estava na porta.
_ Não, ela não está aqui. Saiu já tem um bom tempo...
Era a mãe de Manu. Ela não tinha chegado em casa. Meu coração acelerou e minhas pernas vacilaram. Manu não era de sair sem avisar e sabia que se passasse tempo demais fora de casa, capaz até de sua mãe lhe bater. Com certeza aquilo era muito estranho.
_ Você sabe onde ela está?
_ Não mãe, achei que ela estava em casa...
Minha mãe não falou mais nada e voltou para a TV. Voltei para o quarto, peguei o celular e comecei a ligar, em vez de mandar mensagem mas só caía na caixa postal. Me desesperei e não sabia mais o que pensar. Meu peito começou a doer e logo minha respiração já estava entrecortada. Só tive tempo de gritar por minha mãe...
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PUTZ! Me Apaixonei Por Uma Garota
Teen FictionNatália é uma garota de 25 anos que sofre de ansiedade e depressão, decorrente de inúmeras desilusões e frustrações na vida. Após uma tentativa de suicídio, sua vida tem uma brusca reviravolta, principalmente quando se vê envolvida em um relacioname...