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C H O M P O O

Para uma garota como eu, que sempre teve os mais diversos sonhos sobre encontrar seu príncipe encantado, ter Ae ao meu lado é como estar vivendo dentro das minhas próprias fantasias. Mesmo que, para os outros, ele não pareça tão atraente quanto é aos meus olhos.

Ele pode não ser alto, bonito ou ter uma aparência de garoto popular, assim como os típicos atores de dramas do leste da Ásia, mas sua atitude generosa de me ajudar a recuperar minha pasta naquele dia, mesmo molhando e sujando de lama a barra de suas calças, fez com que eu me esquecesse completamente de qual seria o meu tipo ideal de homem.

Afinal, por que eu deveria continuar a me iludir com meus sonhos irreais, quando meu herói da vida real está bem aqui, ao meu lado?

Depois daquele dia, não consegui mais parar de pensar nele. Eu continuei a encarar minha pasta cor-de-rosa, porque toda vez que o fazia, conseguia ver seu sorriso brilhante em minha mente e ouvir sua voz suave me oferecendo ajuda. Até que, em um piscar de olhos, tudo parecia sumir, como a Cinderela ao relógio bater meia-noite.

Quanto mais pensava nele, mais queria o ver. Então, decidi começar a vir para perto dos dormitórios todas as manhãs, apenas para tentar encontrá-lo antes de dar o horário para o início das aulas no meu colégio. Tornou-se uma rotina vir comer meu café da manhã no campus, sempre esperançosa com a ideia de reencontrá-lo.

Acho que foi o destino que nos uniu hoje. Ele estava ajeitando uma corrente na roda de sua bicicleta quando o vi, então me aproximei no mesmo instante, com medo de perder minha oportunidade única.

— Oi — disse ao chegar mais perto. — Lembra de mim?

Ele pareceu confuso quando o cumprimentei, então me adiantei a lembrá-lo de como havíamos nos conhecido. Apesar de ele já ter me dito que estava tudo bem e no quanto estava feliz de eu ter sido capaz de entregar meu trabalho a tempo naquele dia, não quis perder a oportunidade de sugerir que nos juntássemos para comer o café da manhã no refeitório da faculdade. Usei a desculpa de que gostaria de retribuir por sua ajuda pagando a refeição de hoje.

A verdade era que eu só queria ficar perto dele por mais algum tempo.

Por fim, depois de insistir muito, ele finalmente aceitou. E é por isso que, agora, estou sorrindo o tempo todo em sua direção. Ouvi seu amigo chamá-lo de Ae, então não pude deixar de agradecê-lo por também estar conosco nesse momento. Até porque depois de Ae atender ao telefone e dizer que sairia para buscar um amigo, esse outro garoto se apressou em oferecer ajuda.

Eu vou buscar — respondeu Ae, diante da oferta de seu amigo. — Para de se meter nas minhas coisas.

— Sem chance! — insistiu o outro rapaz. — Seja um cavalheiro. A Chompoo veio até aqui apenas pare ver você, então fique aí e faça companhia a ela. Não se preocupe com seu príncipe, eu vou buscar ele para você.

Dessa forma, quando Pond — pelo que eu pude me lembrar — foi embora, aproveitei para fazer várias perguntas a Ae. Só que ele se mostrou ser um rapaz bastante quieto. Normalmente, dava algumas respostas breves com acenos de cabeça ou sorrisos curtos; então, quando perguntei se ia querer pedir o café da manhã, ele apenas sorriu e me deu uma resposta, para todos os efeitos, irritante.

— Ainda não — falou. — Eu tenho que esperar meu amigo chegar. Preciso perguntar o que ele quer comer, porque daí pego para nós dois.

Não consigo entender desde quando amigos se importam em comprar o café da manhã uns aos outros dessa forma, muito menos abrindo sorrisos assim por falarem uns dos outros.

Love by Chance (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora