Love by Chance (pt-br)

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P E T E

Hoje marca o primeiro dia da semana de atividades com os calouros. Eu deveria estar aproveitando minha participação no evento com meus colegas, mas meus pensamentos preocupados sobre Ae continuam girando e revirando dentro da minha cabeça, a ponto de eu nem saber quando e como consegui me juntar aos outros na arquibancada. Por sorte, as atividades são exatamente como Money descreveu. Nosso Departamento não leva isso tão a sério em comparação aos outros, cujos estudantes estão sentados em posturas eretas, com queixos erguidos e olhos atentos a todo tempo.

Se nosso Departamento fosse igual, eu estaria ferrado.

Além disso, outra sorte que tive é a de que o Colégio Internacional estava classificado apenas para as atividades do final da tarde, então já estou livre para ir embora quando quiser.

Contudo, alguns veteranos pediram para que assistíssemos à competição de torcida até o fim, dizendo que a programação de encerramento é a melhor parte, com um show animado de fogos de artifício como o grande final. Ainda assim, sei que a maioria vai acabar decidindo ir embora antes, porque levará algum tempo até que cada Departamento termine de se apresentar, já que muitos estão participando da competição, e ninguém quer ficar aqui até escurecer.

Também ouvi dizer que outro destaque para os eventos de hoje é a performance que a banda do Departamento de Música organizou. Só que eles vão ser os últimos a se apresentar, então a participação está marcada para muito tarde, e não acho que muitos do meu Departamento ficarão para marcar presença.

— Pete, você já está saindo? — pergunta Money, abraçando um dos meus braços. — Por que você não se junta a nós, docinho?

Em resposta, só consigo lhe mostrar um sorriso constrangido.

— Oh, my God, mana! — exclama uma das alunas que está por perto. — Você nunca prestou atenção no rosto de Pete? Como ousa forçar um cara bonito desse jeito a andar com você? Está arruinando a reputação das trans da faculdade por se comportar dessa forma!

— Ei! Eu não estou forçando ninguém!

— O que você está fazendo, então? Agarrada assim no braço dele?

Com um gesto exagerado, Money joga uma mecha de cabelo imaginário para trás dos ombros, virando-se para mim.

— Tsc! Pete, não estou te forçando a nada, estou? Você pode sair quando quiser — falou, franzindo o cenho. — Você pode me dizer, ok? Juro não guardar nenhum ressentimento.

A verdade é que eu nem queria estar aqui, porque a razão pela qual eu quis participar do evento, para início de conversa, foi querer muito poder ver Ae das arquibancadas.

E é pensando nisso que eu olho para a minha veterana, sentindo minha boca se mover mais rápido que o normal ao perguntar:

— Money, quando o Departamento de Engenharia vai se apresentar?

Ela olha para a agenda que está segurando desde que chegamos, estreitando um pouco os olhos.

— Deixa eu ver... — murmura, concentrada. — Engenharia... Engenharia... Ah, é mais fácil perguntar direto para as pessoas que estão vindo aí.

De repente, assim que ela termina de falar, um barulho alto e poderoso soa da entrada do prédio, fazendo com que todos voltem os rostos em direção ao som, encarando simultaneamente os recém-chegados.

É como se um exército formado pelos estudantes de Engenharia estivesse entrando, com os veteranos andando à frente do resto, e todos vestidos em jaquetas tradicionais do curso. Dezenas de calouros seguem em longas fileiras organizadas, segurando nas mãos uns do outros e misturados em meninas e meninos, mantendo olhares sérios e determinados. Nenhum deles fala, enquanto os líderes estão gritando, pedindo às pessoas que dêem espaço para que possam passar pela entrada sem ninguém atrapalhar.