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P E T E

A essa altura, eu sei bem que deveria ter vergonha de mim mesmo por ter dito a Ae a respeito das minhas frustrações sobre querer tanto transar com ele. Mas a questão é que, nesse momento, eu não consigo pensar em mais nada, porque ele me puxa com força para um beijo já intenso desde o princípio.

Sua boca, seus lábios e sua língua estão presos a mim, em contato constante e profundo. Ele usa a língua para explorar o interior da minha boca até enfraquecer todo o meu corpo, fazendo-me tremer das mãos aos joelhos.

Não consigo sequer respirar, então tento arranjar algum controle ao inspirar e expirar pelo nariz, enquanto uso minha boca para retribuir tudo o que ele me proporciona. Ae está me alimentando com seu amor, o que me faz ansiar por mais dele; cada vez mais faminto, mais desesperado, mais necessitado — ainda mais do que um bebê precisa do leite materno para sobreviver.

Não é um beijo apenas caloroso; é muito mais do que isso. É muito além.

É um beijo quente e apaixonado, tornando-se cada vez mais síncrono, cada vez mais intenso, até que nossos corpos são invadidos por um aumento absurdo de temperatura. Eu estou ofegante quando Ae se afasta de mim e enfia as mãos sob a camisa do meu pijama, fazendo meu corpo arrepiar de tal forma que tenho um sobressalto. Posso sentir suas palmas ásperas roçando minha pele, traçando caminhos de fogo pelo meu corpo por onde deslizam, até que eu não consiga controlar os gemidos que escapam da garganta.

Ele volta a me beijar enquanto ainda explora o meu corpo, mas, quando estou me afundando novamente na maneira como desliza a língua contra a minha, afasta-se pela segunda vez, dessa vez para usar as mãos, que antes me acariciavam, para desabotoar sua camisa.

Sei que é um gesto incoerente e precipitado, mas fico chocado e aflito ao vê-lo tirar a própria roupa dessa forma. Seus dedos se movem tão rápido que fico com medo de ele acabar arrebentando as costuras dos botões, deslizando o tecido pelos ombros morenos até que esteja jogado na cama. Sinto meu rosto corar, apesar de já o ter visto trocando de roupa muitas vezes antes.

Só que tudo é diferente desta vez, porque ele está montado em cima de mim com os joelhos ao redor do meu quadril, olhando para o meu rosto com esses olhos, enquanto estou deitado, imóvel e exposto, diante de sua expressão coberta de luxúria. Preciso recuperar o fôlego que se perde em algum momento entre uma respiração e outra.

É que, caramba, ele tem um corpo tão lindo.

Ele não é um homem de estatura grande, mas isso não diminui o nível da perfeição de seus traços. Uma perfeição tão absurda que não consigo impedir meus próprios movimentos, então estendo a mão e toco em seu peitoral, deslizando meus dedos por cada contorno suave dos músculos ali presentes, descendo para o abdômen e, em seguida, segurando a firmeza dos braços malhados.

— Tão forte — murmuro, mais para mim mesmo do que para ele.

Certo, não deveria ser uma surpresa que seus músculos sejam bem-trabalhados e que seu corpo esteja em uma ótima forma, mas, no momento em que o toco, tudo parece novo. A sensação direta do meu toque em sua pele é diferente do que estou acostumado a sentir quando toco em mim mesmo, então estou mais do que admirado quando volto a acariciar seu abdômen. É tudo tão lindo, tão bom de sentir.

Só que minha respiração perde o compasso quando, de repente, Ae pega minha mão e a direciona para a protuberância que está se formando no meio de suas pernas.

— Aqui, Pete. — Sua voz está baixa e rouca, trazendo calor ao meu rosto. — Ah, estou ficando cada vez mais duro.

Agora, acho que todo o meu corpo está em chamas também.

Love by Chance (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora