Capítulo vinte e sete

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Capítulo vinte e sete 

— Chegou o circo — o menino brinca, rindo com os amigos.

— Não acho que pode nos zoar quando tem uma cara dessas — Lucien o responde rapidamente.

— Em outras épocas eles realmente te colocariam em circos — Horácio completa a frase, se sentando no sofá.

— Poderia ser a fera humana — Adam continua, fazendo uma careta.

— Meio homem, meio besta — Pandora diz, entrando na brincadeira, como poucas vezes fazia.

— Filho do capeta — Lucien continua, colocando os braços ao redor da namorada.

— Estão passando dos limites hem — Adam avisa, ainda brincando.

— Viemos com notícias, relatos, avisos... — Horácio diz, mudando de assunto.

— O jornal do dia.

— Sim, como começamos? Vocês querem... — Horácio diz e olha nervoso para o casal.

— Lucien me pediu em casamento! — Pandora fala, dando alguns pulinhos.

— Parabéns! — Adam se senta e o amigo vai o abraçar.

— Obrigado, obrigado — Lucien diz, sorrindo.

— E isso vem com notícias ruins?

— Não no momento.

— A não ser que pedirmos para usar sua casa para o casamento seja ruim.

— Não precisam nem de pedir, sabem que a casa é de vocês também, embora...

— Sim, vamos falar sobre isso — Horácio entra na conversa.

— Sua mãe demitiu a todos — Lucien completa o pensamento do amigo.

— O que? — Adam fala, surpreso.

— Não acredito que está surpreso.

— É, acho que não deveria. Não posso pagar vocês, vocês sabem, não é? — Adam diz, pensando em o que aconteceria com os amigos agora.

— Sim, claro que sabemos seu burguês safado que nunca trabalhou na vida — Lucien diz, rindo.

— Típico branco rico privilegiado — Pandora continua a piada do noivo, se sentindo mais parte do grupo.

— Vou encontrar um trabalho — Adam diz, sinceramente.

— Agora que é obrigado...

— Vocês tiraram o dia para me zoar? — o garoto indaga, sem entender porque ainda estavam de bom humor mesmo com as notícias.

— Não, mas você vai ter que aguentar — Lucien o responde.

— Eu sei, só estava perguntando.

— Quis dizer que vai ter que aguentar porque...

— Fala sério, não está curioso? — Horácio interrompe o amigo, nervoso.

— Não é uma de minhas características mais fortes, não — Adam responde, confuso.

— A verdade é que nós roubamos sua mãe, Adam.

— O que? — O menino fala, novamente, mais surpreso do que antes.

— Quer dizer, legalmente — Horácio completa rapidamente.

— Ela pagava salários absurdamente altos por causa dos contratos que não poderíamos sair de casa, falar de nosso trabalho, e coisas do tipo — Lucien termina sua fala.

Era uma vez de novoOnde histórias criam vida. Descubra agora