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Agnes 🦋

Depois de ter ficado encharcada de vinho me retirei de perto dos dois , fui até o banheiro e limpei o máximo que eu consegui da mancha, pra minha sorte a blusa que estou usando é preta.

Volto pro mesmo local de antes, vejo que o xamã já não estava mais lá, procuro por ele rapidamente passando o olho em alguns pontos da casa.

Me sento na poltrona e suspiro fundo, caramba xamã! Você podia escolher uma mulher menos problemática.

- Desculpa por isso.- a voz masculina surge repentinamente atrás de mim.

- Tá tudo bem, você não tem culpa.- digo encarando ele que se senta ao meu lado.

- Tenho sim.— suspira fundo.— Olha, eu não sei, mas sempre me meto em encrenca quando tô com a lua, mas parece que eu nunca aprendo.

Olho pra ele e solto uma risada, eu sempre soube de tudo que acontecia na vida do xamã, e durante todo o período de amizade fomos o confidente um do outro.

— Tá rindo de que ?— fala cruzando os braços em tom de ironia.

— Senti falta, de ter você falando as coisas abertamente pra mim.— solto um sorriso fraco.

Ele parece pensativo por alguns segundos e um olhar de ternura surge rapidamente em seu rosto, se aproxima de mim devagar e me abraça, por alguns segundos passa a mão no meu cabelo. O mesmo suspira em meu pescoço fazendo com que eu tenha um leve arrepio.

Eu preciso beija-lo, meu corpo, minha boca,minha mente só pensa e implora por isso.

Afasto somente meu rosto e encaro os olhos escuros do índio, olha pros seus lábios e algo me dizia que ele também olhava os meus.

— Agnes.— Diz baixinho ainda me fitando.

— Você tem razão!— digo em desespero.

— Que ?— pergunta totalmente confuso.

— Quando estávamos na sua casa, você me falou que eu não podia negar minha vontade de ficar com você, de te beijar. Você tinha razão quando me falou aquilo na sua casa ! Eu não posso segurar os meus desejos por você.— completo.

— Agnes, você é mais forte que seus desejos.— fala ainda concentrado em meus lábios.

— E você é mais forte que o seus?— pergunto ja prevendo a resposta.

— Não.

Xamã coloca suas mãos em meu rosto e gruda nossos lábios em desespero, não nego o contato físico e dou continuidade ao ato.

Beija-lo era intenso, e ao mesmo tempo tinha uma sensação de que seria somente uma última vez.

Acabo me tocando que estamos em uma festa, e o pior assim que me afasto do xamã me deparo com vários olhares em choque sobre nós.

— Ô porra.— fala ao ver o mesmo que eu.— Tava só testando um negócio gente, voltem aí pra festa.

Xamã tenta amenizar a situação mas já era tarde demais. A Maria veio correndo até nós na espera de uma explicação.

— Que ?Não acredito que não me contaram!— diz cruzando os braços.

— Só foi um beijo Maria, não precisa desse escândalo.— digo revirando os olhos.

— Só foi um beijo?— xamã entra no meio da conversa com um questionamento.

— vixi.— Maria fala sem jeito.

Olho pra ela em reprovação, quando volto minha atenção ao xamã o mesmo se vira me dando as costas, se retira indo em direção a saída.

— Quer que eu peça pra todos esquecerem o que viram?— pergunta.

— Por favor! Não quero que isso caia na mídia de alguma forma.— falo tímida.

A mesma sorri e confirma com a cabeça. Mas que imediato sigo até a saída.

Olho às ruas pouco movimentadas, procuro pelo xamã pelos dois lados. Logo vejo o mesmo sentado na calçada fumando um cigarro.

Me sento ao lado dele e o mesmo não se move um centímetro, nem mesmo para me olhar.

— O que significou pra você ?— pergunto sem o olhar.

— Bem mais do que "só um beijo".— ele destaca a frase, fazendo aspas com as mãos. Com o total sarcasmo na cara.

— Não falei sério lá dentro, só me expressei de um jeito errado.— digo.

— Tudo bem.— fala apagando o cigarro no chão.— você é tão doce, e eu... olha pra mim? — sorri irônico.— Eu não sirvo pra você.

— Você tem um pensamento totalmente oposto do meu! Você me serve xamã, muito bem.

Ele me olha lançando um sorriso sem graça, quando penso que o xamã vai falar alguma coisa, ele se levanta de uma vez, me puxa pelo braço em seguida e sorri.

O moreno tira seu celular do bolso de seu jeans escuro, coloca uma música que me parece um pouco antiga, não é bem um forró e nem uma música totalmente lenta.

— Me dá essa honra? — Fala esticando a mão ao mesmo tempo que se abaixa em um jeito formal de me pedir para dançar.

Solto uma risada ao ver aquele bobo fazendo gestos de cavalheiro para mim.

Pego em sua mão e ajudo o mesmo a se reerguer, assim que se ajeita coloca a mão na coluna e faz uma careta de dor.

— Minha coluna travou aqui.— diz rindo.

Balanço a cabeça em negação, me aproximo dele e solto um sorriso, o mesmo coloca sua mãe esquerda na minha cintura, e a direita segurava minha mão. Com um pouco de dificuldade começamos a nos movimentar no ritmo da música.

Algumas vezes o xamã me rodava, acabamos pegando o jeito da coisa, as pessoas passavam na rua e nos olhava sem entender,mas pra ser sincera nem eu e nem o xamã estamos ligando pra isso no momento.

...

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Te Vejo Amanhã - Xamã 🍁 ( pausada )Onde histórias criam vida. Descubra agora