Te Vejo Amanhã - Xamã 🍁 ( pausada )

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Agnes 🦋

Me olhei no espelho diversas vezes, eu não me sentia confortável com aquele biquíni, tinha algo de errado, qual o meu problema? Estou sentindo que ele vai acabar enjoando do tão pouco que tenho para lhe oferecer, e isso me frustra.

O xamã acabou prolongando nossa estadia, passamos mais um dia aqui, e amanhã seria nosso último dia longe da bagua. Era estranho tudo estava passando muito rápido.

Esses dias aqui em angra foram maravilhosos, não ligamos muito pro mundo lá fora, nos trancamos a sete chaves por 5 dias e isso foi maravilho.

Não quero pensar nas consequências que viriam quando tudo isso passar, prefiro acreditar que tudo vai se encaixar, como um quebra-cabeças.

Mas mesmo que eu queira acreditar nisso não posso negar que sinto medo, se tudo não passar de apenas 5 dias ? E se quando retornamos ao serviço ele simplesmente mude novamente e tudo volte a ser como antes, xamã com problemas com a ex, e eu somente a Agnes, amiga pra toda hora.

- Por que tá demorando tanto? - sou tirada dos meus devaneios quando sinto as mãos frias do xamã segurar minha cintura pelas minhas costas.

Me viro sutilmente e abraço ele, eu tentei não transparecer medo por todo esses dias, mas não consigo mais segurar tudo isso aqui dentro só pra mim.

- Aconteceu alguma coisa?- pergunta me afastando.- Pelo amor de Deus Agnes, se eu tiver feito algo que você não gostou me conta!- diz totalmente frustrado e nervoso.

Tento falar algo mas a preocupação dele é tanta que ele mesmo começa a imaginar coisas que não fazem o menor sentido.

- A meu Deus! Eu te machuquei? - passa a mão na cabeça.- Eu devia ter ido com mais calma, foi tudo tão rápido.- diz atrapalhado.

Pego suas mãos e coloco em meu rosto, olho em seus olhos e penso por alguns segundos no que dizer, o xamã sempre foi emotivo demais, é tão bom saber que dele não pode se esperar um amor raso, ele jamais seria alguém covarde ao ponto de iludir outra pessoa.

Isso me conforta de certa forma, já que ou você é só uma noite ou é uma vida toda, ele mesmo diz isso.

- Você não fez nada de errado, pelo contrário você foi perfeito em tudo.- digo olhando em seus olhos.

- Então qual o motivo de está cabisbaixa?- pergunta.

- Só estava pensativa.- solto um sorriso tímido.

- No que você tava pensando exatamente?- questiona.

- Deixa pra lá xamã, não é um assunto que eu queira tratar agora.- concluo.

O mesmo confirma com a cabeça entendendo que eu realmente não quero falar sobre.

[...]

Tínhamos passado o resto do dia na piscina do hotel, mas apesar de tudo eu não conseguir ficar em paz comigo mesma.

Meus pensamentos só se direcionavam para as consequências de tudo,e meu Deus isso tá me sufocando.

São exatamente 19:00, eu e xamã estamos saindo do hotel, amanhã será nosso último dia juntos então vamos ficar na casa dele para aproveitar o restinho do tempo mais quietinhos.

Entrei no carro primeiro e fiquei esperando o xamã acertar as coisas na recepção.

Não demorou muito ele apareceu, assim que abriu a porta do carro deu um sorriso divertido do jeitinho que só ele sabe fazer. Me entregou uma rosa linda.

— Obrigada pretinho.— digo beijando sua bochecha.

— Eu amo quando me chama assim.— sorri divertido.

Eu podia sentir meu rosto quente por conta da vergonha que me invadiu nesse momento.

Sorri voluntária, virei meu rosto pra janela e o Jason começou a gargalhar da minha vergonha instantânea.

— Ficou envergonhada malvadona ?— fala irônico.

— Cala a boca e dirigi.— retruco.

— Nossa sua grossa !— faz biquinho e liga o carro, logo em seguida voltar a rir como criança quando alguém faz careta.

O celular do xamã toca e o mesmo olha rapidamente, desliga a ligação e fecha a cara instantaneamente.

— Por que não atendeu ?

— Tudo bem, não vale minha atenção.— sorri fraco.

[...]

Chegamos exatamente agora na casa do xamã, eu posso dizer que me senti aliviada, andar de carro por muitas horas me deixa tensa.

Além de que o Jason recebeu umas 40 chamadas durante todo o tempo que ficamos no carro, quem quer que seja está bem necessitada de falar com ele.

— Vou pegar nossas mochilas no porta-malas, vai entrando, a chave tá em baixo do tapete.— diz descendo do carro.

Tapete? Sério? Não tinha um lugar mais óbvio ? Tinha que ser o Jason.

Desço do carro e vou ao lugar indicado pelo moreno, pego as chaves e quando vou destrancar a porta percebo que as mesmas já estão abertas. Provavelmente ele esqueceu de trancar, afinal estamos falando do Jason ! Dou de ombros e abro a porta.

Entro devagar procurando o interruptor das luzes, assim que acho o da sala ligo. Demoro alguns minutos para me acostumar com as luzes mas logo reconheço o ambiente.

Olho pro sofá e dou de cara com a pessoa que eu menos queria ver no momento.

O cinismo é tão grande que a mesma sorri e acena com a mão para mim.

— Você! — indago.

...

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