Te Vejo Amanhã - Xamã 🍁 ( pausada )

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(02/04)

Xamã 🍁

Pega os inúmeros brinquedos espalhados pela sala, e guardo dentro de uma caixa tentando amenizar a bagunça da minha sala.

Eu estava exausto, Akasha sempre foi uma menina muito brincalhona, e por mais que eu amasse o jeitinho dela me cansava muito, eu precisava de alguém que ela gostasse para ficar com ela.

A minha filha apesar de nova é muito seletiva com as pessoas que podem ficar perto dela, pra minha má sorte, a Lua é uma das pessoas que minha pequena mais gosta.

E foi por esse motivo que eu chamei a lua para ficar aqui em casa um tempo com a akasha, só enquanto resolvia alguns assuntos da gravadora. Eu sabia que isso daria muito errado se a Agnes descobrisse, então pedi pra que a mesma ficasse um pouco afastada durante esses dias que estou com o Akasha aqui em casa.

Tudo bem me julguem, eu sei que eu sou um atalho por trazer minha ex aqui! Mas infelizmente a pequena gosta muito dela assim como ela também gosta muito da minha filha.

Antes de tudo conversei com a lua e pedi para que ela entendesse que o único motivo pelo qual ela estaria na minha casa novamente era pela consideração que minha bebê tem nela.

A mesma já estava conformada com o nosso término, e aceitou passar um tempo com a Akasha.

— Meu Deus ela espalhou todos brinquedos.— Lua fala rindo vendo os quebra-cabeças  espalhados.

— Sim mano, que abusada.— digo rindo sem mostrar os dentes.

Olho o telefone e tinha inúmeras ligações da Maria, eu estava atrasado denovo.Jason, Jason, você só se complica.

Pego minha chaves do carro e me olho no espelho, ajeito a gola da camiseta e vou em direção a porta.

Quando caminho pela sala piso em falso em alguma bonequinha da akasha, espera apressado e o impulso me fez cair.

— Tá tudo bem?— Lua corre até mim e se ajoelha.

— Sim, não foi nada não ow.—tento me levantar e sinto a mão da Lua tocar a minha.

Olho pra ela por alguns segundos e a mesma me olha fixadamente, desvio o olhar e engulo seco.

Quando tempo abrir a boca para pedir pra ela não fazer isso novamente o barulho da porta se abrindo ecoou pela sala.Olho em direção a mesma e vejo a Agnes se aproximar distraída.

— pretinho? A porta estava aberta, por isso eu ...— olha pra cena ridícula e se cala rapidamente.— Desculpa,não quis atrapalhar.— fala com a voz baixa.

Abaixo a cabeça e suspiro fundo,não podia ser mais óbvio a hora pra ela vim né?

— Agnes, não é isso que você tá pensando.— digo me levantando.

— Eu, eu...— engole seco.— Não tô pensando nada Jason.

Vou até ela e tento segurar seu braço mas a pequena estava com um olhar envergonhado, esquivou de todos meus toques e se afastava a cada passo que eu dava até ela.

— Agnes, não faz isso.— digo.

— Fazer o que ? Era por esse motivo que eu não podia vim aqui né?— sorri irônica.— Tudo bem Jason, aí meu Deus em pensar que vim dizer algo importante.— passa a mão no rosto.

— O que você ia falar ?

— Não lhe interessa mais.— diz saindo pela porta.

Tento evitar sua saída, preciso explicar antes que a mesma pire e não tenha mais explicações possíveis para meu erro.

— Espera Agnes.— Digo calmamente.

A mesma nega com a cabeça e sua expressão vai de calma a triste em instantes, pressiona os lábios segurando o choro. Se vira e começa  a caminhar.

— ESPERA AGNES!— Bato na porta e o barulho foi estrondoso.

A pequena se assustou com isso e o pior que não adiantou nada, Me ignorou e continuou a andar como se nada tivesse acontecido.

Bufo alto e me viro, solto um grito de ódio e a Lua me olha sem entender nada.

— O que aconteceu ?— me pergunta.— Eu não queria atrapalhar, juro estou fazendo terapia não quero problemas.— faz algumas expressões com as mãos.

— Só fica com a akasha, vou resolver isso.— digo indo até meu carro.

A lua vem atrás de mim e para na frente do carro, olho pra ela com vontade de mata-la naquele momento.

— Sai da frente caralho!— exclamo.

— Só me promete que vai ficar estável xamã!— fala batendo no vidro.

Eu tive uma crise de pânico, minha segunda personalidade me deixou louco! O Jack..., me incentivou a largar tudo denovo e viver a vida a base de álcool e droga como nos tempos antigos, mas esse xamã morreu, nada vai mudar...

— Lua, não vai acontecer denovo.— digo entrando no carro.

Suspiro fundo e penso no que falar pra Agnes, ela não vai acreditar em uma só palavra e isso me deixa louco.

Ligo o carro e sigo até o apartamento da Agnes que não eta muito longe.

As ruas estavam movimentadas, e eu dei o meu máximo no volante ultrapassando todos os carros que eu conseguia.

Assim que cheguei no apartamento dela desci e esqueci até de trancar o carro, corri até a portaria e o seu Lourenço me parou na entrada do elevador.

— Desculpa senhor Jason, você tá proibido de subir.— diz simpático.

— Por favor Lourenço, é vida ou morte !

— Sinto muito — diz dando um tapinha no meu ombro e voltando para sua cabine.

Eu não sei o que fazer, desistir? Isso não está nos meus planos. Talvez seja melhor da um tempo para ela pensar...

...
Para quem não acompanha o xamã, o jack seria uma espécie de amigo imaginário ou uma voz dentro de sua cabeça... algo como uma dupla personalidade! Só para deixar mais explicativo.

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