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// QUATRO //

Eu devia ter algum tipo de retardo mental qualquer que ainda não encontraram. Me lembrem de fazer uma tomografia, talvez achem algo lá. Alguém poderia me dizer o que eu tinha na cabeça quando concordei com Hunter e seu acordo imbecil? Eu ainda estava sobre o efeito da ocitocina e todo o prazer ainda estava no meu sangue; eu não estava pensando bem. Sem contar que era quase madrugada, tipo sete horas da manhã de domingo - o que, para mim, era noite ainda.

Depois do grande acordo, trocamos números de celulares e eu precisei correr para minha casa, com medo de que Johanna tivesse acordado e estivesse louca atrás de mim, uma vez que meu celular estava sem bateria e devia estar morto desde a noite anterior.

Porém, para a minha surpresa, quando cheguei no apartamento, Johanna nem estava lá; a noite devia ter sido agitada. E quando conectei o celular na tomada, tinha recebido uma mensagem de Johanna e duas de Jas.

Johanna: Não vou voltar hoje, irmãzinha, conto tudo amanhã. Boa noite!

A mensagem tinha sido enviada às duas da manhã, então provável que a noite tivesse sido boa e longa.

Jas: Compras hoje.

Jas havia me mandado apenas quinze minutos antes de eu ligar o celular e dois minutos depois da primeira mensagem, outra tinha chegado.

Jas: Lori vai também.

Eu nem tinha aceitado ou recusado, mas ela já estava contando com a minha presença. De um jeito estranho tinha ficado agradecida por ter sido lembrada e incluída nos planos.

Eu: Conta comigo.

Alguns minutos depois da minha mensagem, Jas ligou para mim, dizendo onde nos encontraríamos. O lugar era apenas cinco avenidas para norte e as quadras de avenidas eram curtas e seria bem rápido de chegar. Tínhamos combinado logo antes do almoço porque iríamos ao restaurante japonês novo que abriu perto do Metropolitan.

Onze e meia da manhã, enquanto assistia Bob Esponja na programação da manhã na televisão, ouvi a porta batendo atrás de mim encontrei uma Johanna com uma blusa social azul clara, grande demais para ela, com a saia justa preta que tinha saído na noite anterior.

Examinei seu estado e elevei as sobrancelhas antes de olhar seu rosto enrubescido e eu sorri, com expressão maliciosa.

"Alguém teve uma noite boa." Comentei.

Johanna revirou os olhos. "Cala a boca." E foi para o corredor.

Alguns minutos depois ela voltou, de short de moletom e camiseta da faculdade antiga dela, NYU.

"Acordou disposta hoje?" Perguntou, prendendo o cabelo num coque desarrumado. "Cama feita, sem roupa jogada no chão e sem prato na pia."

Tinha esquecido que num fim de semana normal, àquela hora do dia a minha cama nunca estava arrumada e eu já teria comido café-da-manhã se não estivesse com uma dor de cabeça infernal e com a sensação de que botaria tudo para fora se tentasse engolir qualquer coisa.

Assenti, concordando, mas sem querer entrar muito no assunto. "Mas me conta sobre a noite."

Johanna sentou-se no sofá ao meu lado, animadamente. Contou a história sorrindo e vez ou outra corando, Disse o quão perfeita a noite tinha sido e que ele tinha levado ela para uma escuna no Hudson. Sim, era nesse nível a riqueza dele, ele tinha uma escuna. Não só, mas também dois helicópteros. Só a Johanna mesmo para conseguir achar esses homens no meio de tantos perdedores. Enquanto isso, a minha vida amorosa estava o máximo: passe livre para sexo quando quisesse. Super.

Alguém Para Dizer Bom DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora