Alguém Para Dizer Bom Dia

8

// OITO //

"O apelido dele por acaso é Dumbo?" Perguntei, cinicamente.

Johanna revirou os olhos enquanto pintava as unhas dos pés no sofá da sala de estar. Eu estava jogando Angry Birds no celular e estava extremamente frustrada por não conseguir passar do nível que estava há dias.

"As orelhas dele não são tão grandes assim." Ela negou.

"Está brincando?" Perguntei, inconformada por ela não estar concordando comigo. "Ele é o Channing Tatum só que sem o corpo maravilhoso e o charme irresistível."

Ela me ignorou então eu continuei. "Ou seja, só sobraram os olhos estranhamente pequenos e e os dentes tortos."

Johanna escancarou a boca para mim. "Ele tem muitas qualidades."

"Diz uma." Insisti.

Ela pareceu pensar por um instante e quando ela encontrou algo, sorriu. "Ele sempre abre a porta do carro para mim."

Bati palmas algumas vezes, desanimadamente. "Parabéns, Jo, você está namorando o perfeito Chauffer."

Johanna respirou fundo e saiu da sala quando acabou de pintar suas unhas. Em vez de ficar onde estava, voltei para o meu quarto e troquei a roupa que fui para a escola. Assim que tinha colocado minha camisa de dormir, vários números maiores, sentei na cama e terminei meu dever de casa de álgebra. Dois dias estudando a mesma matéria e eu finalmente estava começando a entender e conseguir fazer os exercícios sozinha.

Meu telefone tocou alguns minutos depois que já tinha guardado meu caderno. 'Colbie' apareceu no identificador.

"Oi." Disse, deitada de barriga pra cima na cama, encarando o teto.

"Posso passar aí?" Ele perguntou e eu olhei para a minha janela; Hunter não estava em seu quarto e eu cheguei a essa conclusão ao mesmo tempo que ouvi uma buzina no fundo do seu lado da linha.

Pensei se tinha alguma chance de Johanna poder encontrar a gente mas ela já tinha ido dormir então respondi que sim e alguns minutos depois ele já estava na porta.

"Aconteceu alguma coisa?" Perguntei, tentando esconder a preocupação.

Ele sorriu maliciosamente e segurou minha cintura. Balançou a cabeça, negando, antes de me levantar e eu envolver minhas pernas em sua cintura. Tentando fazer pouco barulho ele me levou até meu quarto e trancou a porta antes de me jogar na cama e deslizar minha camisa facilmente. Hunter fitou por um tempo exagerado meu peito nu e quando seus lábios foram onde seus olhos antes estavam, eu gemi; um som quase que imperceptível mas eu sabia que ele tinha ouvido.

"São duas horas da manhã. Vou te matar por me deixar acordada até tão tarde." Reclamei enquanto estávamos deitados na minha cama. "Mas só de manhã porque agora não tenho energia."

Hunter soltou uma risada abafada e envolveu o braço em minha barriga nua.

"Você não pode me matar. Vou conhecer sua irmã amanhã."

Aquilo me chamara atenção; eu não ia encontrá-lo no dia seguinte. Eu tinha o show e não faltaria de jeito nenhum.

"Pode ser no domingo?"

"Porque?" Ele estava com os olhos fechados ainda, mas estava desconfiado.

"Amanhã eu vou ver Phantom Planet." Disse um pouco animada e ele com certeza notara, tanto que soltou uma risada.

"Vai te custar alguma coisa."

Só conseguia pensar numa coisa: Lá vem!