// NOVE //
"Quando que seu amigo vem?" Senti uma certa mudança no tom de Johanna quando pronunciara 'amigo'.
Ela ainda não acreditara em mim quando disse que éramos só amigos. Tudo bem, os fatos não necessariamente estão a nosso favor, mas seria bom um pouco de confiança na própria irmã aqui!
Antes de dormir na noite anterior, não tinha pensado em como Hunter sairia do meu quarto sem Johanna notar - sim, tinha passado pela minha cabeça - mas nenhum plano mirabolante havia sido formado. Gostaria de um pouco de crédito, uma vez que eram duas horas da manhã e eu tinha passado horas pulando num show.
De qualquer forma, tivemos que descobrir um jeito naquela manhã. Acordamos no susto com minha irmã chamando meu nome (não preciso nem comentar que Hunter zombou de mim durante toda a 'missão' pelo fato da minha irmã ter me chamado de Lily, meu apelido de quando eu tinha nove anos). Fiz Hunter se infiltrar no quarto de Johanna e descer pelas escadas de incêndio. Pronto, trabalho feito. Planejamos tudo tão rapidamente que nem valia a pena perder tempo de sono na noite anterior - além da adrenalina fazer bem para a alma.
"Pro jantar." Respondi e em seguida tomei o último gole de café da caneca.
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Depois de um dia agradabilíssimo estudando álgebra II e sem trocar nenhuma palavra com nenhum dos meus amigos nem Hunter, quando deram seis horas no relógio, me levantei do sofá e deixei meu livro e caderno de lado para tomar um banho. Não sabia muito bem a hora que ele passaria no meu apartamento, uma vez que não a tínhamos combinado. Porém, no mesmo momento que pensei sobre isso, recebi uma mensagem de Hunter perguntando exatamente o que eu estava em dúvida. Disse a ele que às sete estava bom e corri para o chuveiro.
Enquanto isso, Johanna enlouquecia na cozinha tentando fazer a carne de forno que a mamãe sempre fazia - a diferença era que Jo não era exatamente perita no assunto. Ela lutava muito para fazer um prato que as pessoa olhassem e sentissem vontade de comer. Eu sentia em dizer que provavelmente aquela não era uma dessas vezes.
No horário combinado, Hunter apareceu; estava vestindo uma calça jeans preta e uma blusa polo branca. Não estava muito mais arrumado do que o normal, uma vez que ele sempre estava bem vestido. A carne de forno estava pronta e posta na mesa de jantar junto do purê de batata e os legumes. Por mais incrível que pudesse parecer, a comida estava com uma cara boa.
Johanna nos chamou para sentar e a refeição foi mais rápida do que o esperado. Minha irmã e Hunter conversaram sobre diversas coisas, incluindo passa-tempos e faculdades - Hunter quer fazer uma na cidade mesmo, assim como eu.
Assim que terminamos de comer, minha irmã recebeu uma ligação e saiu da mesa para atender e alguns minutos depois ela voltou falando que precisava sair para algo do trabalho (eu duvidada que fosse, era mais provável que fosse um de seus namorados) e pediu para que nós arrumássemos a cozinha e a louça. Lógico que não negamos, mesmo que eu estivesse a um triz de falar que precisávamos fazer trabalho ou estudar para algum teste apenas para nos livrar da tarefa.
Quando a porta se fechou, nos levantamos e fomos até o balcão da pia. Eu estava lavando e enxaguando e colocando no escorredor.
"Acho que correu tudo bem, não é?" Comentei.
Ele assentiu e sorriu. "Sua irmã se apaixonou por mim. Mas também quem não, né?"
"Você é desnecessário." Impliquei.
Hunter soltou uma risada e acabou espirrando um pouco de água no chão. Num ato preguiçoso, passei o tapete nos espirros e deixei para lá. Água evaporava, não tinha problema.
"Você quer mesmo fazer faculdade na cidade?" Falei, mais para puxar assunto.
Ele assentiu. "Não tem lugar nenhum no país que eu ame mais que aqui." Explicou, "Você quer fazer onde?"
"Columbia. Ou NYU, tanto faz. Quero ficar na cidade também."
"Não quer ficar perto dos seus pais?"
Balancei a cabeça, com um sorriso amargo se formando. "A melhor parte da universidade não é exatamente essa?"
"É, eu sei", ele se encolheu, "mas você já está longe deles agora, imaginei que fosse querer diminuir a distância ano que vem."
"Não." Respondi dura demais e logo me arrependi, uma vez que ele notara minha determinação. "Quer dizer, não têm muitas opções mais perto de qualquer jeito."
Ele não disse nada mas ficou me olhando com uma expressão de que esperava uma explicação. Eu não queria respondê-lo mas também não suportava a idéia de outra discussão.
"Eu e meus pais não nos separamos nos melhores termos."
"Algo que você tenha feito?" Ele tinha uma voz aveludada, não como se estivesse me acusando de nada e sim com uma curiosidade genuína.
"Não!" Respondi rapidamente. Eu não era culpada de nada que havia acontecido com Tyler. Sim, eu estava presente, mas não era culpa minha!
Hunter soltou o prato de leve no escorredor e levou as mãos ao meu rosto, o pegando pelas bochechas. Aquilo aos poucos foi me acalmando, porém ao mesmo tempo a vontade de me libertar e começar a chorar era grande e aumentando.
"Docinho, o que houve?"
"Nada, só que meus pais preferem acreditar mais no resto das pessoas do que em mim."
"Hailey." Ele não disse mais nada, apenas me encarou com os olhos meio preocupados e meio repreensivos.
"Não quero mais falar sobre isso, Hunter." Eu falei, num tom baixo e ele me surpreendeu me abraçando.
O abraço foi forte e quente e realmente me relaxou. Ao me soltar de seus braços, Hunter não distanciou seu rosto do meu, me beijando logo em seguida. O beijo começou leve e inofensivo, mas depois de uns segundos, ficou bem mais intenso e sem que ele precisasse pedir, peguei sua mão e o puxei até meu quarto. Depois de trancá-lo, Hunter me levantou até sua cintura e eu o envolvi com minhas pernas; meus braços não deixando seu pescoço nem por um segundo. Ele se jogou na cama, comigo por baixo de seu corpo - de algum jeito ele conseguiu fazer com que seu peso não me machucasse com a colisão.
Primeiro, ele deslizou minhas alças da blusa, deixando meu sutiã de renda à mostra, logo em seguida, passou para o botão do meu short e, assim como com a blusa, também se desfez dele, jogando-o no tapete bem ao lado da cama. Senti suas mãos firmes percorrerem o espaço interno das minhas coxas e se aproximarem de onde me dava calafrios. Quanto mais perto chegava, melhor era a sensação e eu não consegui impedir que um gemido quase imperceptível de sair. Porém, ele havia escutado. Com certeza ele ouvira. Nunca ficava feliz em lhe dar tamanha satisfação - merda.
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Alguém Para Dizer Bom Dia
Teen FictionHailey é uma menina pouco inocente mas controlada e pé no chão. Teve um namorado ou outro durante a infância mas sua última relação foi a que marcou. Um incidente durante um de seus encontros com seu namorado da época acabou levando-a a uma mudança...