Capítulo 4

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Marcela buscou Gizelly no horário combinado. A loira ficou feliz em observar que a morena parecia descansada; ela parecia ainda mais pálida essa tarde na luz mortiça daquele tempo nublado que ameaçava uma tempestade a qualquer momento, mas fora isso parecia muito bem.

– Como se sentiu hoje? – Marcela perguntou sem desviar os olhos do trânsito.

– Enjoada, como todas as manhãs.

– Isso é um sinal bom ou ruim?

– Quer dizer que estou grávida – Gizelly deu de ombros – Mas é ruim me sentir tão enjoada e por meu café da manhã todo pra fora.

– Eu sinto muito – Marcela lhe lançou um olhar de simpatia – Eii, adivinha só? Minha amiga Brittany está super animada com a sua gravidez. Ela até disse que se você não quiser o bebê ela quer ele, porque é um pequeno unicórnio!

O sorriso que Gizelly abrira quando Marcela começou a falar se desfez lentamente quando a morena disse a última frase. Marcela não entendeu o que havia dito de errado.

–Você está insinuado que não quero meu filho? Que sou uma irresponsável para dar essa criança a alguém?

–N, eu não disse isso...

–Você acha que sou esse tipo de pessoa?!

– Eu só disse que minha amiga achou bom termos um bebê!

– Não grita!

– Eu não estou gritando! – Marcela se defende.

– Está sim.

Gizelly cruzou os braços sobre o peito enquanto seus olhos se enxiam de lágrimas.

– Não, não chora. Foi mal, eu não quis gritar com você- Marcela começa a se desesperar - Olha a Britt é uma boa pessoa e ela só é um pouco confusa... Ela acha que os bebês caem!

– Caem?

A morena ficou curiosa e Marcela se manteve falando para que ela se esquecesse de que estava quase chorando por culpa da própria loira.

– É ela acha que os bebês caem das mulheres... Ela é a única que acha que vou ser uma boa mãe e só está triste porque não pode ter um bebê com Santana.

– Você vai ser uma boa mãe... – Gizelly afirmou baixinho.

– Você precisa acreditar nisso – Marcela riu – A alternativa é que serei um fracasso total!

– Ou nós duas seremos...

– Não. Você tem cara de mãe, tipo: vá lavar as mãos! Vá tomar banho! Não suba aí! Eu só vou ter que fazê-lo feliz.

– Vai sonhando Mc Gowan. Estou imaginando você como mãe: Mamãe, posso brincar com as facas? Pode. Mamãe, posso me jogar da ponte? Pode.

– Ele pode se jogar da ponte se chegar em casa até as seis – Marcela decretou – Depois disso ele vai ter que se contentar em descer as escadas rolando ou entrar na máquina de lavar.

– E depois disso?

– Vamos nos vestir de super herói e pular do telhado

Gizelly não aguentou e começou a rir levando Marcela consigo. A loira estava satisfeita consigo mesma, conseguira consolar Gizelly e mantê-la feliz até entrarem no hospital, lá dentro é que as coisas mudaram...

Uma recepcionista jovem e com cabelos ruivos e bagunçados, lançou um olhar de curiosidade ás duas antes de informar ao médico que elas já estavam ali.

Ligeiramente grávidas ( GICELA)Onde histórias criam vida. Descubra agora