Ligeiramente grávidas ( GICELA)

Capítulo 9

Marcela se sentia culpada. Bem, não era apenas isso... Ela também sentia falta de Gizelly. Muita falta. O fato é que a loira sabia que tinha perdido a paciência muito rápido, mas ela realmente não entendia o porquê da morena fazer aquele escândalo todo por algo do passado. Sim, ela foi apaixonada por Valerie e contou isso a Gizelly, mas apenas porque não queria mentir... Se soubesse o que viria depois teria ficado calada.

Gizelly era importante, e, além disso, era seu presente... E Marcela realmente desejava que fosse seu futuro.

E foi por isso que Marcela foi a casa de Gizelly no domingo cedo levando algumas rosas e pretendendo pedir desculpas.

Gizelly parecia cansada e com olheiras, ela não retribuiu o sorriso de Marcela e apenas mandou que ela entrasse.

– Precisamos conversar – Gizelly sentenciou.

– Eu não o que eu não agi certo com você ontem – Marcela começou a tropeçar nas palavras – E eu vim te pedir desculpas...

– Marcela – Gizelly respirou fundo enquanto se sentava numa das poltronas – Eu quero terminar tudo.

Marcela se sentiu sem chão. A sensação era de dar um passo achando que havia mais um degrau e encontrar um nada, naquele segundo em que seu pé escorrega no ar coração quase para devido ao susto...

– O que? Por quê? – conseguiu balbuciar – Eu sei que agi errado, mas eu posso melhorar. Posso mudar...

– Não Marcela, chega... Não precisa fingir mais... Não precisa ficar comigo por causa dos gêmeos.

–Como assim Gizelly...

–Você só está comigo por obrigação, já é humilhante o suficiente ter engravidado na primeira transa... Não preciso ser um peso na vida de ninguém.

–Mas...

–Para Marcela, só estou antecipando o que viria a seguir. Tudo que você faz é para tentar compensar essa gravidez.

– Gizelly não faz isso, foi nossa primeira discussão e você quer pular fora? Pensei que faríamos isso juntas!

– Marcela, vá embora por favor – Gizelly limpou uma lágrima – Não vou, nem quero, te excluir da vida dos seus filhos; você pode ir às consultas comigo se quiser, eu vou te manter informada e você vai poder passar o tempo que quiser com eles. Só que entre nós duas não dá mais, não assim.

Marcela passou a mão pelos cabelos e respirou fundo, a sensação era de ter levado um soco no estômago.

– Quer mesmo que eu vá?

– Feche a porta quando sair. – Gizelly falou virando de costas e segurando o máximo suas lágrimas.

Marcela não respondeu, apenas deixou as flores sobre a mesinha e saiu pela porta. Sentia-se pesada e tensa, sequer percebeu como dirigiu até sua casa, estaria no lucro se não tivesse atropelado ninguém. Tudo o que ela queria era se deitar e esconder-se sob as cobertas até aquela dor tão característica da rejeição passasse; Gizelly podia mentir o quanto quisesse, ela não estava terminando por causa de uma discussão, afinal de contas quem iria querer alguém como Marcela por muito tempo?

Ao entrar em casa Prior estava sozinho jogado no sofá enquanto assistia a um jogo de futebol qualquer.

– Ei, como foi lá? Achei que demoraria mais.

Sem se conter Marcela começou a soluçar e deixou que as lágrimas caíssem manchando seu rosto, seus ombros se sacudiam de cima para baixo e ela logo se sentiu envolta pelos braços fortes de Prior. Era um abraço confortável, conhecido e seguro.