Capítulo 18

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CAPÍTULO 18

A noite foi um martírio, disso não havia dúvidas. Marcela sentou-se em uma cadeira ao lado da cama decidida a não abandonar sua vigília em momento algum; Gizelly dormia tranquilamente, o rosto completamente relaxado e sereno... O completo oposto da loira ao seu lado. Mesmo sabendo que a morena já não corria mais perigo e que seus bebês estavam bem Marcela sequer cogitava a possibilidade de dormir, queria a todo custo estar ali quando ela acordasse e mostrar que realmente se importava.

– Me desculpe – sussurrou enquanto tomava uma das mãos de Gizelly entre as suas próprias – Eu fui a idiota de sempre, mas acho que você sabe disso desde que me conheceu não é? Eu sei que não tenho direito algum de te pedir perdão, que minhas palavras não valem nada agora e que você provavelmente vai me mandar embora quando acordar, mas eu não vou desistir de vocês. Eu prometo ok? Ninguém mais vai ficar entre nossa família. Ninguém.

Marcela enxugou uma lágrima que teimou em cair mesmo depois que ela prometeu a si mesma não chorar mais, agora ela precisava ser forte.

– Você ainda vai ter muitos motivos para brigar comigo e chamar minha atenção, como quando eu levar as meninas para tomar sorvete antes do jantar ou porque esqueci a toalha molhada encima da cama – ela riu brevemente – Na verdade, estou ansiosa pra isso. Acho que vai ser bem divertido... Agora você precisa descansar, quando você acordar eu vou repetir tudo isso. Durma bem querida, eu te amo... E não precisa se preocupar, eu cuido de você enquanto dorme.

E foi assim que Marcela passou a noite, sentada naquela cadeira pouco confortável e sem soltar a mão de Gizelly em momento algum, na verdade depois de um tempo ela entrou em um estado de torpor em que a única coisa em que sua mente se mantinha ligada era a morena adormecida, os únicos barulhos no quarto eram os dos aparelhos e o tic tac do relógio e mesmo eles Marcela já não ouvia. Seus olhos ardiam, protestavam pelo cansaço e mesmo assim a loira permaneceu acordada.

As horas passavam lentamente, cada minuto de espera transcorrido parecia uma eternidade sem fim e mesmo assim Marcela esperou. Era algo que ela precisava fazer, sabia que Gizelly não acordaria tão cedo, mas precisava colocar os pensamentos em ordem; repassava aquela noite de novo e de novo em sua cabeça enquanto se perguntava como fora tão estúpida, ela precisava juntar os pedaços, como num quebra-cabeças, para buscar a solução.

[...]

– Eu não via a hora de sair daquele hospital. – Santana falou enquanto retirava o casaco e o jogava encima da cama. – Vou tomar um banho agora... Odeio aquele cheiro enjoativo.

– Ok. – foi o que Brittany se limitou a responder.

Isso era ruim, muito ruim. Uma resposta monossilábica de Britt não era uma coisa boa, na verdade significava uma centena de palavras não ditas e nenhuma delas poderia ser boa numa situação dessas.

– Ok?

– Isso... Ok.

– Você vai tomar banho comigo? – perguntou com cautela.

– Não.

Brittany confirmou as suspeitas de Santana e o terceiro olho da latina detectou alerta vermelho de perigo, por hora decidiu tomar a decisão mais fácil e segura: esperar que a noiva se acalmasse o bastante para conversarem.

– Tudo bem...

Santana foi para o banheiro e fez de tudo para contribuir com a demora daquele banho, talvez Brittany já estivesse dormindo quando saísse do banheiro e então poderiam adiar a conversa até o dia seguinte quando a loirinha estivesse mais calma. A latina até tentou relaxar sob a água morna e contou os minutos até voltar para o quarto. Em vão. Quase trinta minutos e Britt continuava bem acordada.

Ligeiramente grávidas ( GICELA)Onde histórias criam vida. Descubra agora