Capítulo 24
Marcela continuou encarando o homem parado na porta, parecia que ela havia se esquecido de como respirar e cada músculo do seu corpo estava tenso. Aquele era o pai de Gizelly. O pai dela. Se a mãe dela já era o pesadelo, o que sobrava para o pai?
– Será que eu posso entrar?
A voz enérgica lançou um arrepio nada bom pela espinha de Marcela.
– C-Claro – gaguejou e se amaldiçoou por isso – Entre e fique a vontade.
Osmir passou por ela, mas não fez qualquer menção de se aproximar do sofá ou de qualquer outro lugar.
– Acho que você deveria chamar minha filha agora.
– Ok... Quero dizer, sim senhor! Eu já volto!
A loira correu até a cozinha, seu desespero sendo maior do que qualquer outra coisa. Depois de tudo o que haviam passado em tão pouco tempo ela simplesmente se esquecera do pai de Gizelly, o terrível Osmir Bicalho estava em sua sala e provavelmente queria explicações do porque não fora informado de nada.
– Gizelly! Gizelly! – chamou num sussurro desesperado.
–Quem era Marcela? Parece que viu um fantasma!
– Seu pai! Seu pai está na sala nesse momento e quer falar com você!
– Meu pai? Oh, droga! – Gizelly se levantou e arrumou o vestido no corpo – Eu não falo com ele a meses, nem contei sobre a gravidez!
– Eu sei, e acho que ele queria me matar lá na porta!
Gizelly respirou fundo tentando manter a calma.
– Vamos lá.
A cada passo parecia que iam em direção ao corredor da morte, para Marcela era quase isso. Mas para a surpresa da loira, o homem carrancudo sorriu ao ver a filha – sim, o olhar estranho estava ali ao ver a barriga da morena, mas ele estava se esforçando – e abraçou-a com cuidado.
– Minha garotinha – Osmir esfregou as costas da filha e lançou um olhar duro à Marcela – Pode nos deixar sozinhos?
Marcela procurou Gizelly com o olhar e a morena apenas assentiu.
– Estarei na cozinha se precisarem de mim.
Quando Marcela saiu, Gizelly ficou sozinha com o pai e o olhar de Osmir Bicalho se suavizou novamente. Ele a guiou até o sofá e ajudou-a a se sentar, Gizelly quase disse que não estava doente e que não precisava de ajuda para tudo, mas se lembrou de que o pai sempre fora um cavalheiro independentemente da situação.
– Me desculpe pai, mas como sabia que eu moro aqui?
– Sua irmã me passou o endereço, depois de muita insistência da minha parte e ter que prometer não assustar sua noiva.
– Você já fez isso – Gizelly riu brevemente – Me desculpe por não ter falado com você antes, sobre tudo isso...
– Gizelly, tudo o que eu sei é que no momento em que eu cheguei de viagem sua mãe entrou pela porta feito um furacão – Osmir passou a mão pelo rosto – Ela só sabia dizer que você estava acabando com a sua vida e que eu deveria tomar alguma atitude de pai, esperei você vir até mim, mas isso não aconteceu.
– Pai...
– Escute Gizelly – Osmir retornou à sua expressão séria – Sua mãe falava sem parar que você estava grávida de uma mulher, que não é tão mulher assim, e que se recusava a escutá-la. Disse que Mari estava envolvida nisso e te protegendo como sempre... Estou vendo muito bem que está grávida, mas preciso saber se tudo isso é verdade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ligeiramente grávidas ( GICELA)
أدب الهواة[Adaptação Gicela] Quando algo de uma noite se transforma pra vida toda, unindo duas garotas com vidas completamente diferentes com algo incomum, e lhe mostrando que às vezes um pequeno deslize pode trazer a felicidade tão esperada. Baseada, não tot...