Capítulo 30

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Bia estava encostada na cabeceira e as pernas esticadas na cama, com seus óculos de graus no rosto lendo, quando Mari entrou pensativa no quarto. Ela permaneceu assim a semana toda, desde a declaração de Bia sobre um novo bebê; elas ainda não haviam conversado sobre a ideia, Mari ainda se sentia atordoada e não entendia a pressa da esposa.

– Os monstrinhos já dormiram? - Bia perguntou sem retirar os olhos do livro.

– Sim. Dormiram. –Mari respondeu retirando os chinelos ao lado da cama.

– Pode falar o que aconteceu? – Bia perguntou do nada, colocando seu livro e óculos no criado mudo.

– Como assim? – Mari perguntou sem entender.

– Você está pensativa demais. O que foi que houve? Me diz, fiz algo de errado? Senta aqui do meu lado. – Bia despejou sem respirar.

– Não, eu só apenas pensei sobre o que você falou... – Mari falou sentando na pontinha da cama.

– Eu falo sobre muitas coisas... – Bia cortou Mari de forma ansiosa.

– Se você me deixasse continuar iria saber. – Mari retrucou.

– Ok desculpa, prossiga. – Bia lhe fitava de forma curiosa.

– E decidi que sim, devemos aumentar nossa família. – Mari falou de uma vez e observou Bia absorver lentamente a informação.

– Sério? – Bia por fim falou.

– Sim, eu só preciso saber... – Mari respirou fundo – Como vamos fazer isso.

Bia se endireitou na cama, se sorriso ia de orelha a orelha, e ela não podia mais se conter.

– Eu fui até o médico novamente e conversamos com mais calma sobre o assunto, você sabe que da última vez eu estava histérica e não queria saber de mais nada, e ele me informou que eu posso usar um tratamento para fertilização, ou podemos usar alguns dos seus óvulos já que não tem nada de errado com o meu útero. Eu não tenho certeza sobre o tratamento, tenho medo de que façam mal para o bebê de alguma forma e não quero que faça mal a ele...

– Bia – Mari chamou sua atenção – Respire. Continue...

– Já sabemos muito sobre fertilização in vitro por causa das meninas, mas eu acabei pegando um folheto diferente na recepção do hospital...

– Sobre?

– Adoção – Bia disse por fim – Acho a ideia maravilhosa Mari, e me vejo totalmente amando uma criança e criando-a como se fosse nossa.

– Certo... Bia querida, apenas me prometa uma coisa, ok? – Mari esperou que Bia confirmasse e então continuou – Vamos fazer isso juntas, de um jeito ou de outro, mas quero que me inclua em suas pesquisas e ideias.

– Eu prometo...

– Não vai ser fácil, mas estarei ao se lado o tempo todo – Mari estava revendo na cabeça tudo que o advogado falou sobre a burocracia ,quando foi interrompida por um beijo profundo, molhada e absurdamente quente, que lhe fez perder todos os sentidos. – Bia?

– Eu sei que você deve estar pensando em todas as burocracias e procedimentos, mas nesse exato momento eu só quero comemorar. – Bia falou com um olhar devorador.

– E como você quer comemorar? – Mari colocou as pernas de Bia, uma de cada lado do seu corpo. Apertou suas coxas, enquanto chupava seu ponto de pulso.

– Eu... – Bia falou com os olhos semiabertos. – Eu quero minha leoa. – Bia puxou Mari pelos cabelos, fazendo com que ela lhe encarasse. Ambos os olhares faiscando.

Ligeiramente grávidas ( GICELA)Onde histórias criam vida. Descubra agora