Capítulo 33

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— O que ela está fazendo aqui? — a pergunta de Ron estava refletida nos rostos de todos que reuniam-se ali no Cabeça de Javali. Dallas era uma figura destoante, entre grifinórios, lufas e corvinais, mesmo que nenhum deles estivesse usando as cores e os brasões de suas casas.

— Eu achei que a reunião estivesse aberta para todos. — Patrick comentou com um dar de ombros e nem um pouco preocupado com os olhares atravessados que recebia.

— Patrick, ela é uma sonserina. — Cho comentou quando o colega sentou ao seu lado.

— Se o problema é a minha casa, eu posso ir embora. — Dallas respondeu, inabalada pela demonstração explícita de preconceito.

— Não! — Harry respondeu enfático ao sair de seu lugar em um pulo e os olhares de todos foram para ele, muitos curiosos e confusos pela reação do grifinório. Hermione, no entanto, dava ao amigo um sorriso de canto de boca. — Quanto mais gente melhor, não? — Harry tentou explicar o seu arroubo, sentindo as bochechas esquentarem gradualmente quanto mais tempo ele passava sob o olhar julgador dos colegas.

— Harry, eu tenho que concordar com o Ron. — Fred comentou e recebeu um olhar chocado do gêmeo e outros amigos grifinórios. — É, eu sei, é chocante, mas há uma primeira vez para tudo neste mundo. Mas eu concordo com o Ron. É uma boa ideia ela estar aqui? Ela é uma sonserina.

— É! Quem garante que ela não é uma espiã da Umbridge? Ou de seu pai Comensal da Morte? — um lufa comentou e Dallas lançou ao infeliz um olhar longo, o reconhecendo de algum lugar.

— Você não é o garoto para quem eu disse "não" quando me convidou daquela maneira tosca para o Baile de Inverno? — o garoto corou até a raiz do cabelo ao ser lembrado deste momento vergonhoso. Ele praticamente tinha berrado o convite para Dallas enquanto empurrava um buquê de rosas contra o rosto dela. — Jeffrey Smith? George Smith?

— Zachary! — Zachary enfatizou com raiva. — Zachary Smith!

— Ah, é. Isto. Então, Jeffrey... — Dallas continuou, ignorando completamente o lufa, o que arrancou risadas de muitos ao redor deles. — Se você tivesse um neurônio que fosse nesse crânio vazio saberia que é impossível o meu pai ser um Comensal da Morte, não é mesmo?

— Por quê? — Zachary continuou, cruzando os braços sobre o peito e empinando o nariz de forma desafiadora para ela. — Porque ele considera-se melhor do que todos, acima de todos, o suficiente para não rebaixar-se como mero seguidor de Você-Sabe-Quem?

— Isto e o fato de que a não ser que Voldemort — Dallas enfatizou o nome só para ver com prazer Zachary encolher-se por completo como se tivesse levado uma chicotada. — esteja abrindo exceções, acho que ele não está recrutando trouxas, não é mesmo?

— Retiro o que eu disse. — Fred foi praticamente saltitando na direção de Dallas e passou um braço sobre os ombros dela. — Ela pode ficar.

— Não sabia que eu precisava da sua autorização, Weasley. — Dallas comentou com desdém e saiu do abraço de Fred. — Não levarei isto em consideração para ocasiões futuras. — completou, indo sentar-se na cadeira vaga ao lado de Patrick.

— Eu acho que estou apaixonado. — Fred entoou de forma dramática, levou as mãos fechadas ao peito, sobre o coração, e fingiu um desmaio. — Case comigo, por favor! — continuou em seguida, colocando-se de joelhos aos pés de Dallas e tomando as mãos dela entre as suas.

— Fred! — Harry praticamente vociferou o nome e foi até o amigo, o levantando do chão com um puxão pela gola do casaco.

— Harry, por favor, não interrompa o meu momento! Eu encontrei a mulher da minha vida! — Fred comentou, brincalhão, mas ao olhar para o rosto de Harry viu que o garoto não estava entrando na piada como ele pensou que entraria. Harry tinha as sobrancelhas franzidas e os lábios crispados, os seus olhos verdes brilhavam de forma perigosa e algo estalou sobre a cabeça deles, ao redor e aos pés de todos e Fred rapidamente notou que era uma descarga mágica. Uma descarga mágica vinda de Harry.

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