Capítulo 43

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No final das contas, Dallas e Harry não tiveram um encontro em Hogsmeade porque a garota era tinhosa demais para dar o braço a torcer, mas ele admitia, com uma mistura de elação e vergonha, que gostava de ver os papéis invertidos desta vez, vê-la com ciúmes da popularidade de Harry e a quantidade de garotas que agora lhe davam olhares mais longos e cobiçosos.

— Não a provoque, Harry. — Patrick Gordon, colega corvinal que ele sabia ser melhor amigo de Dallas, mas com quem nunca teve muito contato, o alertou. — Dallas conhece uma gama infinita de azarações e lembra em nosso terceiro ano, quando Malfoy apareceu todo quebrado para o café da manhã? — Harry assentiu enquanto girava a varinha e tentava, em vão, transfigurar Edwiges em um copo. McGonagall havia tirado o dia para fazer uma aula de revisão dos anos anteriores. Edwiges, claramente, não estava nada feliz com este prospecto. — Aquilo foi Dallas. — a varinha quase escorregou da mão de Harry em meio ao feitiço, diante da surpresa de saber que a outra garota sabia fazer um estrago completo em alguém.

— Não me surpreende. — Hermione comentou mais tarde naquele dia, quando Harry disse à amiga sobre a conversa que teve com Patrick. — Veelas são muito geniosas, temperamento estourado, perdem a paciência fácil, exemplo foi a Copa Mundial de Quadribol.

— Mas a avó dela... — Harry deixou vagando no ar. Teve poucos, e suficientes, encontros com Amélia Winford e a mulher era o exemplo de compostura e controle.

— Elas aprendem a controlar o temperamento com o tempo, mas a adolescência ainda é a pior fase para uma veela. Os hormônios da puberdade não causam um bom equilíbrio com os poderes delas.

Dallas e Harry não tiveram o seu encontro em Hogsmeade, mas isto não anulou o fato de que ele a encurralou entre duas construções do vilarejo e lhe deu um beijo de tirar o fôlego, antes de ir encontrar com os seus amigos no Três Vassouras. Dallas, por sua vez, queria azarar o abusado do Potter, mas provavelmente não seria de bom tom enviar para o St. Mungos o herói do mundo mágico só porque ele ficou ousado demais e com o ego inflado. Mas, talvez, uma vingancinha leve não iria machucar ninguém. Dallas tinha um crédito bom nas Gemialidades Weasley, Fred e George, curiosamente, não esqueceram de como ela foi uma cliente ávida em seu quinto ano, e menos ainda a sugestão dela para inovarem as bombas de bosta. Potter com certeza sobreviveria a uma traquinagem ou outra. Ao menos este era o plano, que foi interrompido e esquecido quando Katie Bell foi parar na ala hospitalar por causa de um colar amaldiçoado e Dallas não precisava ser o gênio que era para saber quem exatamente estava por detrás deste incidente.

— O que você fez? — ela perguntou quando arrastou Draco para o corujal. O bater de asas e os pios das corujas eram barulho o suficiente para abafar a conversa deles para ouvidos curiosos, porque Dallas era paranóica e para ela feitiços de privacidade apenas não eram o suficiente.

— Do que você está falando? — Draco, obviamente, fingiu-se de otário, mas a aparência péssima o acusava.

— Draco, por favor, não me tome como idiota, me ofende. Eu tenho certeza que Katie Bell não era o seu alvo. Então, quem era o seu alvo? O que o Lorde das Trevas te ordenou a fazer? — ele permaneceu calado, mas o seu olhar de desespero, a sua expressão sofrida, era pista o suficiente. Voldemort encarregou Draco de uma tarefa grande dentro de Hogwarts, algo que ele próprio não poderia fazer, porque as barreiras da escola o impediam, algo que era ao mesmo tempo para testar a lealdade comprada na base do medo e livrar-se de algum impedimento. — Dumbledore. — Dallas declarou e a forma como Draco encolheu os ombros como se tivesse levado uma porrada foi resposta o suficiente.

Dumbledore era a pedra no sapato de Voldemort, o calo do qual ele estava tentando se livrar, mas que não tinha cacife ou capacidade para isto. Então, ele mandava subalternos fazerem o trabalho sujo em seu lugar. A vida de Draco, Narcissa e Dallas pela vida de Dumbledore.

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