Capítulo 37

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Seria mentira dizer que o beijo mudou alguma coisa no relacionamento entre Harry e Dallas, porque não mudou. Com a exceção de que agora eles não re-encenavam a Guerra Fria nos corredores de Hogwarts, ambos evitavam a convivência contínua e contatos além do necessário. Não que Harry incentivasse esta prática, pelo contrário, o que ele mais queria era estar perto de Dallas, mas a garota tornou o hábito de desaparecer da presença dele praticamente uma arte, e quando ela não conseguia sumir, ela usava Malfoy de escudo, sempre correndo para o lado do sonserino, sabendo que Harry não iria procurá-la pois estava tentando evitar mais conflitos entre as casas e a perda de pontos para a Grifinória. E cada vez que ele a via grudar-se a Malfoy, uma pontinha de ciúmes começava a brotar em seu peito até que ele lembrava de que Malfoy e Dallas eram irmãos.

Malfoy e Dallas eram irmãos.

A lembrança o atingiu com a força súbita de um balaço. Malfoy e Dallas eram irmãos e será que ela sabia disto?

Foi com este pensamento que pela primeira vez em uma semana, e com a ajuda do Mapa do Maroto e da Capa da Invisibilidade, Harry conseguiu cercar Dallas no corredor a caminho da sala comunal da Sonserina. A garota soltou um gritinho surpreso quando sentiu alguém segurar em seu pulso e puxá-la e então camadas de pano a cobriram e quando deu-se conta, estava sob um tecido viscoso como seda e com Harry Potter a poucos centímetros de distância de seu rosto.

— Hey. — Harry sabia que estava sorrindo feito um paspalho, podia sentir o seu rosto contorcendo-se em um sorriso idiota, mas ele realmente não conseguia segurar a sua reação ao tê-la novamente tão perto de si. Assim como não conseguiu evitar o movimento de seus olhos que fixaram nos lábios cheios e rosados, o que o fez recordar de como já os tinha experimentado com os seus e como queria enlouquecidamente repetir a experiência.

— Potter! — Dallas sibilou o nome porque podia ver no rosto do grifinório o reflexo dos pensamentos impuros dele. Não que ela estivesse em melhor situação, o seu corpo inteiro vibrava querendo moldar-se novamente ao dele, era como se ambos fossem imã e metal se atraindo, mas felizmente ela tinha melhor controle sobre as suas reações do que Potter. — O que faz aqui? — perguntou em praticamente um sussurro. — E o que é isto em cima de nós? — porque ela duvidava que ninguém fosse perceber um monte de tecido movendo-se no meio do corredor.

— É a minha Capa da Invisibilidade.

— Como é?

— Capa da Invisibilidade. — Dallas franziu as sobrancelhas. Já tinha lido sobre alguns artefatos mágicos raros e a dita capa era um deles e incrivelmente Potter ter uma sob sua posse não a surpreendia. — Herança do meu pai. — completou.

— Certo... E há alguma razão para você ter me arrastado para baixo da sua Capa da Invisibilidade? — na cabeça de Harry existiam várias razões e todas libidinosas, mas essas foram abafadas pela razão principal: Dallas e Malfoy.

— Sim, eu preciso te contar uma coisa, uma coisa que eu aprendi nessas férias, mas com tanta coisa acontecendo este ano em Hogwarts, fugiu completamente da minha cabeça.

— E o que é? — Harry respirou fundo e contou à ela de forma resumida sobre Sirius Black, a ligação dele com os Potter, o fato de ser inocente, e como Harry passou parte das férias de verão na casa de infância de Sirius e descobriu que nesta tem uma tapeçaria com toda a linhagem dos Black. Quando ele chegou nesta parte da linhagem, viu Dallas empalidecer e recuar discretamente um passo.

— Você já sabe. — ele atestou, porque a reação dela deixou claro que ela já tinha completo conhecimento sobre o que ele tinha para falar.

— Eu descobri no terceiro ano. Aparentemente — nisto ela abaixou ainda mais o tom de voz e puxou algo de dentro da camisa do uniforme, mostrando a Harry um cordão com um pingente com um narciso entalhado no verso, e a foto de um bebê nos braços de alguém fora do enquadro. — Narcissa tem o costume de presentear os filhos com um cordão com a nossa foto de bebê e a flor símbolo dela entalhada no verso.

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